MPRJ denunciou Marcelo de Lima por homicídio triplamente qualificado do cinegrafista Thiago Leonel Fernandes da Motta e pela tentativa de homicídio triplamente qualificado de Bruno Tonini. Na denúncia contra o agente penal Marcelo de Lima, preso pela morte do cinegrafista Thiago Leonel Fernandes da Motta e pela tentativa de homicídio contra Bruno Tonini após o Fla-Flu do dia 1º, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) diz que o policial disparou nos tricolores pelas costas e ainda atirou nas vítimas já caídas, para se certificar de que estavam mortas.
“Ele [Marcelo] resolve disparar no meio das pessoas. O Thiago cai, e ele atira mais vezes. No Bruno também: aquele ‘tiro de confere’, para matar mesmo”, afirmou o promotor Fábio Vieira.
Ainda segundo o MPRJ, a discussão não foi por causa de uma pizza, mas por desavenças políticas.
“O crime acontece porque o executor, em atitude agressiva, vem xingando naquela situação: ‘Flamenguista é ladrão e tudo burro e safado, igual a petista e a quem vota no Lula’, e num momento isso incomoda as vítimas, que o repreendem, mas nada justificaria essa violência”, explicou Vieira.
Novas imagens
Um vídeo obtido com exclusividade pelo RJ2 mostra o policial penal Marcelo de Lima atirando nos cinegrafistas (as imagens, no vídeo abaixo, são fortes).
Vídeo mostra policial penal atirando em torcedores do Fluminense na saída do Maracanã
Nas imagens de câmeras de segurança, é possível ver uma confusão na calçada, na porta de um bar, que estava lotado. Devido à aglomeração, mal dá para ver quando Thiago é baleado por Lima e fica imóvel no chão – ele morreu no local.
O vídeo mostra ainda quando Bruno tenta fugir, mas é perseguido pelo policial. Dá para ver o momento em que Lima atira, o cinegrafista cai e rola no chão, onde é baleado novamente. Desde então, Bruno está internado em estado grave.
Homicídio triplamente qualificado
Marcelo de Lima está preso em Niterói
Reprodução/TV Globo
Marcelo de Lima foi denunciado, na terça-feira (11), por homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio triplamente qualificado.
A 1ª Promotoria de Justiça junto ao 4º Tribunal do Júri da Capital citou que os crimes foram cometidos por motivo torpe, com emprego de meio que resultou em perigo comum — ou seja, colocando em perigo outras pessoas — e sem possibilidade de defesa das vítimas.
A pena prevista é de 12 a 30 anos de prisão.
A Delegacia de Homicídios da Capital tentou ouvir Marcelo em um presídio em Niterói, mas o autor se calou. Torcedores citaram um quarto homem envolvido na discussão.
O cinegrafista Thiago Leonel Fernandes da Motta
Reprodução/TV Globo
O que diz o policial penal
Renato Darlan, advogado que assumiu a defesa do policial penal, enviou a seguinte nota: “Que no primeiro momento as duas vítimas estavam incitando a violência e tentaram agredir um casal que são amigos do meu assistido, momento que um grupo de uma organizada e foram em direção aos dois. Pensando que eles iriam esquecer o casal, após a confusão os dois voltaram, mas dessa vez chamando o homem do casal para briga. Nesse momento que ele interveio e vieram os dois para cima dele. Meu cliente tem 1,5 m os dois tem histórico de violência, estavam ali para brigar. O que faleceu tem 5 passagens pela polícia sendo ao menos uma por briga de torcida. O laudo mostra um corte na mão esquerda do meu cliente o que é uma demonstração clara de defesa. Acuado e com medo de morrer sacou a arma e efetuou alguns disparos. Os primeiros para dispersar, mas os dois não se intimidaram e foram para cima momento que não viu outra forma de salvaguardar sua vida”.
Após discussão sobre política, agente penal atirou em tricolores pelas costas e disparou nas vítimas já caídas no chão, diz promotor
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