O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (25) que age de forma técnica na fixação da taxa básica de juros para combater a inflaçaõ.
Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado Federal, ele lembrou que a taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano, o maior nível em seis anos, avançou no ano passado, durante período eleitoral.
“Nunca na história desse país, nem na historia do mundo, foi feito um movimento de alta dos juros em um período eleitoral. O que mostra que o BC entendeu que a inflação ia subir, antes de grande parte dos outros países. BC do país foi um dos primeiros a subir os juros”, declarou Campos Neto.
O patamar dos juros brasileiros, em 13,75% ao ano, o que representa a taxa real mais alta do mundo, tem sido criticado reiteradamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes do governo, por desacelerar a economia e influenciar negativamente a geração de empregos.
O BC autônomo é comandado Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Como os juros são definidos
Para definir o nível dos juros, o Banco Central se baseia no sistema de metas de inflação. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia.
Neste momento, o BC já está ajustando a taxa Selic para tentar atingir a meta de inflação do próximo ano, uma vez que as decisões sobre juros demoram de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia.
A meta de inflação do próximo ano é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Na ata da última reunião do Copom, quando os juros foram mantidos estáveis em 13,75% ao ano, o maior nível em mais de seis anos, o BC avaliou que a inflação ao consumidor continua elevada.
Sem alta de juros em ano eleitoral, Brasil poderia ter inflação de 10% em 2022 e juros de 18,75% neste ano, diz presidente do BC
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