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Hemobrás está sendo construída desde 2010 e já foi alvo de investigação; entenda o projeto


Empresa foi criada em 2005 com o objetivo de reduzir dependência do Brasil em relação ao mercado externo no setor de hemoderivados – medicamentos que têm como matéria-prima o plasma humano, um dos componentes do sangue. Obra da Hemobrás foi paralisada em novembro de 2016
Reprodução/TV Globo
Tema de uma audiência pública realizada nesta segunda (24) na Câmara de Vereadores do Recife, a construção do parque industrial da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) se arrasta desde 2010 e já foi alvo de investigação por conta de irregularidades no contrato com a empreiteira responsável pela obra.
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Construída num terreno que ocupa uma área de 48 mil metros quadrados, localizado a 63 km da capital pernambucana, no município de Goiana, na Zona da Mata Norte, a fábrica deve tornar o Brasil autossuficiente na produção de hemoderivados.
Segundo o senador Humberto Costa (PT), a unidade de produção do Fator VIII Recombinante – medicamento que ajuda na coagulação sanguínea, deve ficar pronta em outubro deste ano. Ao todo, a fábrica terá 19 blocos e tem previsão de começar a operar até 2025.
Nesta matéria do g1, você vai saber:
O que aconteceu com a fábrica
Como a fábrica funciona hoje
Como a unidade industrial vai funcionar quando ficar pronta
Entenda o que aconteceu com a fábrica da Hemobrás
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) é uma empresa estatal vinculada ao Ministério da Saúde, com sede em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco;
Foi criada em 2005 com o objetivo de reduzir a dependência do Brasil em relação ao mercado externo no setor de hemoderivados – medicamentos que têm como matéria-prima o plasma humano, um dos componentes do sangue;
Com a fabricação dos hemoderivados, a expectativa é que o país seja capaz de produzir por conta própria medicamentos que hoje são importados para serem distribuídos no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando as medicações mais acessíveis para a população;
O primeiro módulo da fábrica da Hemobrás entrou em operação em setembro de 2012, dois anos após o início das obras, na cidade de Goiana, a 63 Km do Recife. O projeto prevê, ao todo, 19 blocos, distribuídos numa área de 48 mil metros quadrados;
O empreendimento conta com um investimento de R$ 1,4 bilhão. Segundo a Hemobrás, até este ano, já foram gastos R$ 1,1 bilhão com as obras;
A construção foi interrompida em 2016 – ano em que a unidade deveria ter ficado pronta – após o Tribunal de Contas da União (TCU) encontrar irregularidades no contrato com a empreiteira responsável pelas obras, cancelando o contrato. A investigação começou em 2015, como parte de operação da Polícia Federal (PF);
Na época, agentes da PF flagraram maços de dinheiro sendo arremessados de uma das janelas do prédio onde morava o então diretor-presidente da Hemobrás, Rômulo Maciel Filho, no Recife;
A diretoria da Hemobrás foi afastada por determinação da Justiça, após recomendação do Ministério Público Federal (MPF);
Em setembro de 2022, a Justiça Federal condenou três réus por envolvimento em fraudes na construção da fábrica;
Entre os condenados, estão dois ex-funcionários da Hemobrás e um representante da construtora Concremat Engenharia e Tecnologia S/A;
Segundo a Justiça, os três “agiram em conluio” na licitação para favorecer a construtora e desviar recursos públicos, incluindo no projeto e no edital para a contratação da empresa “cláusulas excessiva e injustificadamente restritivas”.
Como a fábrica funciona hoje
Desde a paralisação das obras, a empresa opera apenas com o primeiro bloco da fábrica, onde são feitas a recepção, a triagem e a estocagem do plasma;
O plasma – assim como os outros componentes do sangue, não pode ser comercializado no Brasil, conforme o artigo 199 da Constituição Federal – é obtido a partir da doação de sangue e fornecido à fábrica por hemocentros de todo o país;
Ao chegar à unidade, os materiais são levados para a câmara fria da fábrica, onde ficam armazenados em bolsas a uma temperatura de 37 graus negativos;
No início da operação, em 2012, o fracionamento dos plasmas era realizado pelo laboratório francês LFB, que acabou perdendo a licença concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para manter a parceria com a Hemobrás;
Atualmente o processo é feito pelo laboratório Octapharma, da Suécia;
Os plasmas passam por uma análise de qualidade e, depois, são transportados para o laboratório na Suécia, que faz o fracionamento, convertendo a matéria-prima em hemoderivados.
Capacidade total
Segundo a Hemobrás, quando ficar pronta, a fábrica será capaz de fracionar até 500 mil litros de plasma por ano. Com isso, a expectativa é produzir quatro dos hemoderivados mais consumidos do mundo. São eles:
Albumina – principal proteína encontrada no sangue, é indicada para tratamento de queimaduras e hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal e septicemias e recuperação de pacientes que fizeram transplante de fígado ou cirurgias cardíacas;
Fator VIII – proteína do sangue usada no tratamento de hemofilia A, combatendo sangramentos;
Fator IX – outra proteína utilizada em pacientes de hemofilia B;
Imunoglobulina – proteína produzida pelos linfócitos B, tipo de célula presente no sangue, e indicada para pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas e doenças autoimunes e infecciosas, além de Aids e púrpura.
Além dos hemoderivados, a fábrica será capaz de produzir o Fator VIII Recombinante. A substância é criada em laboratório a partir da proteína Fator VIII, sendo usada no tratamento da hemofilia.
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