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‘Meu primeiro presente’, diz Diogo Nogueira sobre música que fez para Paolla Oliveira


Em entrevista ao g1 SC, sambista e compositor falou sobre vontade de tirar férias em Florianópolis, a relação com a atriz, o gosto por esportes e defendeu a música popular brasileira. O sambista carioca Diogo Nogueira
Guto Costa
Diogo Nogueira se apresenta às 21h desta sexta-feira (14) no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. Com a turnê “MPB é samba, samba é MPB”, o compositor e sambista explora um repertório de canções escritas por ele e artistas que ajudaram a moldar a carreira.
Entre as músicas que promete apresentar, está “Flor de Caña”, lançada em 2021. A canção é o primeiro presente dele para a namorada Paolla Oliveira.
“O amor pela arte, pelo Samba, pela vida, pelas pessoas, pela família”, diz.
Nas apresentações que faz, em média 20 ao mês, o carioca de 41 anos conta que outra canção não pode faltar. “Espelho”, escrita e cantada pelo pai, tem semelhança com a história do cantor, ao falar de futebol e a herança da música.
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Em entrevista ao g1 SC, Diogo falou sobre o desejo de descansar em Florianópolis, onde pretende aproveitar as praias ao estilo de “Pé na Areia”, música própria que traz na letra o sentimento nacional de um dia de praia perfeito.
Também se afirmou defensor da música popular brasileira, declarou o amor pelo samba e reafirmou o gosto por esportes.
Confira a entrevista completa abaixo.
Diogo Nogueira fala sobre Paolla Oliveira, carreira e show em Florianópolis
Como foi a escolha do reportório. O que te levou a fazer um show sobre a MPB e sobre o samba nesse momento da tua carreira?
MPB é samba e samba é MPB. Na verdade, esse é um reportório que eu já venho cantando há algum tempo e eu sempre procurei trazer algumas canções diferenciadas do samba. São canções que foram gravadas do jeito delas, no ritmo delas, e eu sempre procurei trazer de uma forma leve e bacana essas canções, mas para o lado do samba. Por exemplo, a música ‘Sangrando’ do Gonzaguinha, que não é um samba e eu transformei, ou “Verdade Chinesa”. Mas tem uma coisa muito mais profunda nisso. O samba é o nosso ritmo mais genuíno da música popular brasileira e quando falam música popular brasileira acabam excluindo o samba. E, na verdade, como é uma coisa tão genuína, tão brasileira e tão pura e verdadeira, eu acho que não incluir o samba como música popular brasileira não faz sentido nenhum.
Quando você sobe no palco, carrega um legado muito grande. Um legado do seu pai, de muitos outros compositores que já passaram pela sua vida e pela sua carreira. Então, esse novo show acaba sendo uma homenagem a essas pessoas, também, certo?
É uma homenagem à MPB em geral. Eu canto as minhas canções, canções que fizeram sucesso na minha carreira. Eu faço uma homenagem à Beth Carvalho, ao Zeca Pagodinho. Eu sempre procuro trazer personagens da MPB que me influenciaram e que são grandes referências na minha vida. Meu próprio pai Matinho da Vila, Paulinho da Viola, pessoas que fazem parte da minha trajetória e do meu aprendizado.
Músicas também do Clube do Samba, do seu pai, né. E sem dar um spoiler, você vai cantar ‘Espelho’, do João?
Espelho é uma canção que se eu não canto as pessoas reclamam, brigam comigo. É o tipo da música que eu tenho que cantar até o dia que eu não conseguir mais cantar. É uma música muito forte, que as pessoas se identificam muito. Quem tem pai, família, e quem ama seu pai. Ainda mais quando se perde essa referência nas nossas vidas, essa música fala tudo. E é engraçado que essa música escrita pelo meu pai junto com o Paulo Cesar Pinheiro é muito parecida com a minha história, de querer ser jogador de futebol e de cantar, enfim, e de ter machucado o joelho, e ter seguido o caminho da música que não era o caminho que eu queria pra mim.
Não era o que você vislumbrava?
Não, não era. Eu tentei realizar meu sonho e chegou uma certa hora que eu precisava decidir o que eu precisava fazer da minha vida. E aí, não teve jeito, a música já estava presente, já estava no meu sangue e as coisas foram acontecendo com naturalidade e de uma forma bem bacana e com aconchego bem gostoso. E aí, nesses 15 anos de carreira, eu só tenho agradecer à música, o legado que meu pai construiu e deixou, essa herança para minha família. E eu procuro manter a chama acesa e essa história viva.
No teu repertório também não pode faltar as tuas músicas e, provavelmente você vai cantar a música em homenagem à Paolla Oliveira. Vocês fizeram um clipe. Essa música também é pedida, né?
A origem desse nome vem de uma bebida, um rum, que eu conheci na Nicaragua. Eu comecei a namorar a Paolla e eu tinha uma viagem de surf. E, aí fui para Nicaragua e conheci a bebida lá. E aí, experimentei a bebida, fiquei encantado e trouxe. E, dentro dessa volta para o Brasil eu comecei a ter ideas e inspiração e me juntei com Rodrigo Leite e Caique e começamos a fazer a música, que é um pouco da minha história com ela, desse encontro. A Paolla é de São Paulo, e eu sou do Rio, mas ela mora há muitos anos no Rio de Janeiro. Mas tem a gente tem muitas coisas em comum. O amor pela arte, pelo Samba, pela vida, pelas pessoas, pela família. Então, eu conto de uma forma dinâmica um pouco isso na canção e foi meu primeiro presente para ela.
Tu já veio para Floripa, já conseguiu aproveitar alguma vez as praias. As praias daqui, quando passeamos, sempre estão tocando as tuas canções, principalmente ‘Pé na Areia’, que acho que super combina com o clima da Capital. Vai dar tempo de aproveitar?
A vida é muito corrida. Tenho feito show numa faixa de 20 a 22 shows por mês. Não tenho muito tempo para aproveitar. Gostaria muito. É muito lindo Floripa, mas quem sabe um dia eu vá de férias, aí consigo aproveitar melhor e fazer um surf, pegar umas ondas.
Em algum momento da sua vida já tinhas pensado em fazer alguma coisa que não fosse música ou futebol?
Eu sempre quis jogar futebol, nunca pensei em outra coisa. Eu queria tanto o futebol que comecei a jogar bola com 9 anos no Barra Futebol Clube. Joguei o Campeonato Carioca na categoria de base, fui vice-campeão e, depois, fui campeão. Depois, fui parar no time do Zico que chamava-se Rio de Janeiro, e fiquei 8 anos. Depois, eu comecei a fazer teste em clube e passei a minha vida inteira fazendo teste e não pensei em outra coisa. Óbvio, gostava de samba. As festas lá em casa eram longas, muitas rodas de samba, muitos artistas na minha casa. Meu pai era amigo de muitos artistas. As festas normalmente tinham a presença de Beth, Martinho e fora outros artistas. Então, a música já estava entranhada e, aí, eu sempre cantei muito no banheiro, mas nunca pensei em ser artista da música popular brasileira. Eu queria jogar bola. O que que fazia nas horas vagas era surfar, treinar jiu jitsu. Eu sempre fui muito do esporte.
Você segue jogando bola mesmo nessa tua correria?
Não está dando tempo de fazer nada, mas eu vivo um momento muito especial na minha carreira, onde eu faço show por todo o Brasil, graças à Deus, com um público muito fiel, com lugares bem cheios. Então, a prioridade é o trabalho e o lazer, quando dá, a gente procura fazer um pouquinho.
E daí, quando dá uma folga, é preciso descansar, né?
Alguém precisa descansar em algum momento e dar atenção à patroa.
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