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Neta relembra obras de avô feitas em azulejos no interior de SP: ‘Dom em diferentes áreas’


Flávio Pretti, de Salto (SP), deixou suas obras registradas em telas e azulejos que fazem sucesso até os dias atuais, além de acumular prêmios pelo Brasil. Obra “Homens que construíram esta cidade”
Arquivo Pessoal
Saltense e filho de imigrantes italianos cujos pais se fixaram em Salto (SP) assim que chegaram, Flávio Pretti foi um grande artista e deixou suas obras registradas em telas e azulejos que fazem sucesso até hoje.
Como forma de reconhecimento, o painel de azulejo ““homens que construíram esta cidade”, construído em 1960, com a figura de um indígena, negro, bandeirante, padre, agricultor e industriário, que representa os grupos sociais importantes que ajudaram na construção da cidade de Salto, realizado pelo artista como uma homenagem, ainda chama a atenção de quem passa em frente ao Memorial do Rio Tietê, na entrada da Ponte Pênsil.
Não apenas esta obra, mas outros painéis feitos pelo artista também realçam a paisagem do lugar, como o “Imigração”, “Ciência”, “Caça e Pesca”, “Indústria”, “Agricultura” e “Arte”. Ainda pintou azulejos no Ginásio Municipal de Esportes e painéis para o Restaurante do Salto, que infelizmente sumiram na enchente de 1983.
Painéis feitos por Flávio Pretti
“Meu avô foi uma pessoa de um dom artístico muito grande em diferentes áreas, pois, além de pintar principalmente flores, ele fazia caricatura para o jornal de Salto e do Rio de Janeiro”, conta Miriam de Campos, neta do artista.
Apelidado pelos mais próximos como o “mestre da pintura expressionista do Brasil”, Flávio nasceu em 7 de setembro de 1909 e desde a sua infância se destacava na pintura, ainda quando usava carvão para fazer desenhos nas calçadas.
O dom da arte também fez ele desenhar joias e elaborar desenhos para tecidos das selagens. Aos 20 anos, em São Paulo, começou a trabalhar como desenhista técnico nas indústrias Matarazzo. Após quatro anos, se mudou para o Rio de Janeiro, onde atuou na Companhia América Fabril. Nesta época, ele desenvolveu padronagens de tecidos e também terminou seus estudos sobre pintura na Escola Nacional de Belas Artes.
Miriam de Campos com o avô Flávio Pretti
Arquivo Pessoal
Em 1940, de volta a São Paulo, instalou o atelier “Publicidade Flavis”, se dedicando também à ilustração de livros para a Editora Mestre Jou e para a Editora do Mestre, além de expor suas pinturas na Associação Cristã de Moços e trabalhar para a criação de joias para a firma Herdo.
Segundo Miriam, o avô era um homem culto, humilde e de muito bom humor. “Adorava contar piadas e era muito à frente do seu tempo”, relembra.
Sempre rodeado de amigos e parentes, o artista acumulou muitos prêmios na sua carreira, como a medalha de ouro do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz pela obra “Calouros”, e a conquista de um espaço no Departamento Histórico da Prefeitura de São Paulo para expor a sua obra “Chegança”.
Flávio Pretti, com todo o seu talento, fez ilustrações para o livro “O Caminho Suave”, instrumento de alfabetização
Arquivo Pessoal
Flávio Pretti, com todo o seu talento, além de ministrar aulas de pintura em tela até a sua morte, em 31 de maio de 1996, aos 86 anos, fez ilustrações para o livro “O Caminho Suave”, instrumento de alfabetização.
“O que mais vem na memória é quando eu e meus irmãos éramos crianças e rabiscávamos qualquer coisa em uma folha e ele fazia um desenho para nós. Era o nosso momento de deslumbramento e admiração, aquela inocência da criança, sabe? Ver um desenho tomando vida, ele desenhava na pontinha das folhas de um caderno, a gente folheava rapidamente e assim criava movimento nos desenhos animados antigamente. Tenho muito orgulho desse homem incrível, desse avô carinhoso e um pintor excelente”, finaliza Miriam.
*Colaborou sob supervisão de Gabriela Almeida
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