Deputado Chico Vigilante considera que investigação no Congresso Nacional não afeta trabalho feito por distritais. ‘Cada uma tem que cumprir um papel’, diz parlamentar. GIf bolsonaristas terroristas
Arte/g1
A possibilidade da formação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional, para apurar os atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília, não vai afetar a investigação aberta pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), diz o presidente da CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF. Segundo Chico Vigilante (PT), não haverá mudanças no trabalho de apuração dos deputados distritais.
O parlamentar afirma que o trabalho continuará “no mesmo ritmo”. Ao g1, Chico Vigilante falou sobre os próximos passos da CPI e se a formação de uma CPMI pode impactar no trabalho dos distritais.
O deputado também afirma que é preciso apurar o motivo pelo qual as imagens do general Gonçalves Dias no Palácio do Planalto, durante a invasão golpista, não foram divulgadas antes. O militar pediu demissão do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República após um vídeo mostrar que ele estava no local no dia das depredações.
De acordo com Vigilante, a demissão do general aumentou a possibilidade de formação de uma CPMI. O líder do o governo na Câmara José Guimarães (PT-CE), que era contra a investigação diz agora que se a comissão for criada, a base irá “ajudar”. Segundo Guimarães, partidos governistas serão “os primeiros” a indicar integrantes da comissão, caso ela seja instalada.
Chico Vigilante ainda falou sobre os seguintes pontos:
Impactos da instalação de uma CPMI
Próximos passos da CPI da Câmara Legislativa do DF
Possibilidade da convocação de Ibaneis Rocha (MDB)
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Leia a entrevista
Deputado Distrital Chico Vigilante (PT/DF)
Reprodução/TV Globo
g1 – Qual a sua avaliação sobre essa movimentação para a criação de uma CPMI no Congresso Nacional?
Chico Vigilante – Vamos continuar com o mesmo ritmo. Já tem uma lista de pessoas que foram convocadas e terão que comparecer. Vamos continuar no nosso ritmo normal. Não vai alterar nossas intenções.
g1 – A CPMI enfraquece ou fortalece a CPI da CLDF?
Chico Vigilante – Para nós, não altera nada. Cada uma tem que cumprir um papel. Temos um objetivo único: de esclarecer a verdade.
g1 – Qual a diferença entre a CPI da CLDF e a CPMI no Congresso?
Chico Vigilante – A federal pode convocar o governador Ibaneis Rocha (MDB), por exemplo. Nós não podemos. Porém, há uma decisão de tribunais superiores que governadores não têm a obrigação de comparecer.
g1 – Qual sua avaliação sobre a situação do general Gonçalves Dias?
Chico Vigilante – O que estão dizendo é que aquelas imagens podem ter sido editadas. Portanto, devem ser apuradas para saber o contexto.
g1 – Quais são os próximos passos da CPI na CLDF?
Chico Vigilante – Na próxima quinta (27), vamos ouvir um dos suspeitos de financiar o acampamento no QG do Exército. Ainda temos toda uma lista de depoimento aprovada.
Já conversei com o relator Hermeto (MDB) para, a cada oitiva, ir preparando o relatório. O prazo para conclusão da CPI é de 180 dias e não tenho intenção de pedir prorrogação.
Veja o calendário de depoimentos na CPI dos Atos Antidemocráticos na CLDF
27 de abril: coronel Cintia Queiroz de Castro, subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF;
4 de maio: Adauto Lúcio Mesquita, empresário suspeito de financiar o acampamento no Quartel-General do Exército, em Brasília;
11 de maio: coronel Fábio Augusto Vieira; ex-comandante-geral da PM;
18 de maio: general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto;
25 de maio: José Acácio Serere Xavante, indígena preso em 12 de dezembro, dia de ataques à sede da Polícia Federal, em Brasília.
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