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Polícia Federal ouve militares suspeitos de participação ou omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro

Foram ouvidos integrantes das Forças Armadas e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, o GSI. A PF vai relatar o resultado desses depoimentos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Militares prestam depoimento sobre atos golpistas do dia 8 de janeiro
A Polícia Federal ouviu, nesta quarta (12), 81 militares sobre os atos golpistas do dia oito de janeiro.
Os depoimentos duraram o dia todo. A PF ouviu integrantes das Forças Armadas e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, o GSI. A PF investiga eventuais crimes cometidos por militares na invasão dos prédios públicos por radicais bolsonaristas em janeiro.
Durante a investigação, policiais militares já tinham indicado a omissão e até a possível participação de integrantes do Exército e do GSI nos atos.
Um dos que prestaram depoimento nesta quarta (12) foi o coronel Jorge Fernandes da hora, que comandava o Batalhão da Guarda Presidencial.
Ele aparece em um vídeo discutindo com oficiais da tropa de choque da PM que agiam para prender os invasores dentro do Planalto. De acordo com autoridades que acompanham o caso, no depoimento, que durou seis horas, o tenente-coronel disse que não fez nada fora do normal e que a situação já havia sido controlada pelo batalhão.
Outros militares afirmaram em depoimento nesta quarta (12) que durante a invasão ao planalto, o GSI deu ordens desconexas. Primeiro, apenas para retirar os invasores. E que, só num segundo momento, de acordo com esses militares, a ordem foi para prender.
A PF também ouviu o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que chefiava o Comando Militar do Planalto. O general foi exonerado do cargo nesta terça (11). Durante as investigações, policiais militares já tinham afirmado que o general Dutra e outros militares impediram que a PM desmanchasse no próprio dia 8 o acampamento de bolsonaristas montado em frente ao QG do Exército, com a prisão dos radicais que participaram dos ataques.
O acampamento só foi desfeito na manhã do dia seguinte. Mais de mil pessoas foram detidas.
A TV Globo apurou que, no depoimento desta quarta (12), o general admitiu que era contra a prisão dos manifestantes na noite do dia 8 por temer um cenário de guerra, com confronto e pessoas feridas. E que ele defendeu para ministros – e num telefonema com o presidente Lula – a proposta de prender os manifestantes só na manhã do dia seguinte.
Segundo o general Dutra, o presidente concordou com essa ideia para evitar o risco de um confronto. Investigadores avaliam que essa decisão permitiu que alguns vândalos fugissem durante a noite.
A PF também perguntou ao general por que o Exército permitiu que o acampamento ficasse semanas em frente ao QG do Exército, mesmo com pedidos de intervenção militar dos manifestantes. Dutra respondeu que considerava a manifestação legítima.
Dutra também alegou que não tinha informações de inteligência sobre a possibilidade de ataques aos Três Poderes e que não participou do plano de ação da Secretaria de Segurança Pública para o dia dos ataques.
A Polícia Federal agora vai relatar o resultado desses depoimentos para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. E para concluir a investigação, a PF deve pedir para fazer novas diligências e ouvir outros comandantes militares.
O palácio do Planalto afirmou que o presidente Lula está na China em agenda de estado, e não comentou o depoimento.
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