Especialistas apontam para reflexos na inflação da capital e passageiros reclamam da qualidade do serviço Tarifa principal de ônibus em BH aumenta para R$ 6
Reprodução/TV Globo
Quem passou pela catraca dos ônibus de Belo Horizonte desde às 0h deste domingo (23), já pagou R$ 6 pela tarifa. O aumento de 33% no valor da passagem foi anunciado na quarta-feira (19). O valor, até então, era de R$ 4,50.
De acordo com o gerente da Fundação do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis da UFMG (IPEAD), Eduardo Antunes, o aumento vai causar grande impacto na inflação de Belo Horizonte.
“Um reajuste desse num produto tão importante como o ônibus acaba impactando toda a cadeia que existe em torno disso: alimentos, a prestação de serviços, tudo fica mais caro indiretamente também”, afirmou.
Além da tarifa predominante ter passado de R$ 4,50 passa para R$ 6, a das linhas circulares e alimentadoras sofreu reajuste de R$ 3,15 para R$ 4,20.
O transporte em vilas e favelas, que custavam R$ 1, terá tarifa zero, segundo o superintendente de Mobilidade da Prefeitura de Belo Horizonte, André Dantas.
“Não é como o benefício de um cartão que a pessoa tem gratuidade, ou no caso do passe estudantil, que a pessoa tem o valor parcial da tarifa. Qualquer pessoa que entrar em uma linha de linhas e favelas vai poder utilizar o transporte com tarifa zero”, disse.
Más condições
Passageiros reclamam que o alto valor das passagens não retorna em melhorias no transporte.
“Horários, transporte sujo, muitas vezes os ônibus estragam no meio do caminho”, afirmou o técnico administrativo Geraldo Jacinto.
A lotação também incomoda a empregada doméstica Maria Aparecida Oliveira.
“Tem dia que a gente tem que pegar ônibus cheio, vem em pé… calor danado”, disse.
A estudante Mírian Brasil também destacou a quantidade de pessoas nos coletivos.
“O que me incomoda bastante é que os ônibus estão sempre cheios. É difícil pegar”, afirmou.
O reajuste foi uma imposição das concessionárias do transporte, que pedem pelo aumento desde o fim do subsídio pago pela PBH de R$ 237 milhões, em março deste ano. Em contrapartida, o município determinou o aumento do número de viagens.
O fim do pagamento levou à Câmara Municipal a aprovar uma lei com um novo modelo para ajuda de custos, de acordo com a quilometragem rodada pelos ônibus.
Segundo a prefeitura, é preciso complementar o novo formato com a aprovação de mais um projeto de lei, que autoriza repasses que podem chegar à R$ 476 milhões. O preço da passagem pode ser reduzido após esses trâmites.
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, segundo superintendente de Mobilidade.
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