A Organização Pan-Americana de Saúde começou uma campanha para aumentar a cobertura vacinal em 45 países. Em todo o continente americano, 2,7 milhões de crianças não receberam as doses necessárias em 2021. Ministério da Saúde intensifica vacinação contra a pólio no AC e no AM
A Organização Pan-Americana de Saúde começou uma campanha para aumentar a cobertura vacinal em 45 países. Em todo o continente americano, 2,7 milhões de crianças não receberam as doses necessárias em 2021.
No Brasil, o Ministério da Saúde intensificou a imunização contra a pólio no Acre e no Amazonas depois que um caso registrado no Peru.
A nota técnica do Ministério da Saúde esclarece que a confirmação foi em 22 de março, depois de análises feitas no Brasil pela Fiocruz. É uma criança indígena de 1 ano e 4 meses que, segundo o governo peruano, os responsáveis optaram por adiar a vacinação. Ela apresentou febre, tosse e fraqueza, seguida de paralisia nas pernas, no fim de 2022. A criança vive em uma comunidade indígena no distrito de Manseriche, no Peru, distante cerca de 500 km da fronteira com o Brasil.
Diante da baixa adesão à vacina no país, o Ministério da Saúde alertou para intensificar a vacinação, principalmente nos municípios do Amazonas e Acre – mais próximos da fronteira.
“Até o momento, não temos nenhum caso identificado no Brasil. Desde 2016, as coberturas vacinais estão caindo, não só para as vacinas contra a poliomielite, como para todas as outras vacinas. E isso coloca o Brasil em uma situação de vulnerabilidade muito grande”, afirma Eder Gatti, diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde.
Desde 1989 não há casos registrados no Brasil de poliomielite, doença que pode levar a paralisia infantil. E somente o esquema vacinal completo e com as doses de reforço em dia é possível continuar mantendo o Brasil na lista de países livres da circulação do poliovírus.
O distrito de saúde indígena do Alto Rio Solimões, que cobre sete municípios nessa região, saiu a campo.
“A gente está fazendo a intensificação de vacinação e busca ativa dessas crianças que faltam para serem vacinadas”, conta Thayla Mylena Carvalho Galvão, responsável de imunização do DSEI Alto Rio Solimões.
Na porta de casa, a caderneta é checada. Se tem vacina para tomar, é preciso acompanhar o agente de saúde. Foi o caso do agricultor Daniel Maricaua, que levou a pequena Gabrielle.
“Perguntaram da Gabrielle, se ela já tinha tomado vacina, e eu disse que não, e mandaram a gente vim para cá tomar gotinha”, conta.
Para chegar a outras aldeias só de barco. O período de cheia em uma parte da Amazônia facilita o acesso. Ainda assim, de Tabatinga até a comunidade Belém do Solimões são duas horas de lancha rápida. Lá, vivem mais de 10 mil indígenas das etnias tikuna e kokama. Giovana Marcelino tem filhas na faixa etária para receber a vacina da polio.
“A vacina é muito importante para evitar doenças em crianças”, diz a mãe da etnia tikuna.
Há, ainda, aldeias mais isoladas, onde prevalece a língua nativa.
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