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Corregedor da Câmara busca ‘acordo de convivência’ entre parlamentares para evitar ofensas e agressões

Deputado Domingos Neto (PSD-CE) afirma que conta com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira. Nesta terça, audiência com o ministro da Justiça teve que ser interrompida após briga entre deputados. O novo corregedor parlamentar da Câmara, deputado Domingos Neto (PSD-CE), informou ao g1 que vai propor um acordo de convivência entre os parlamentares.
A ideia é, de maneira informal, costurar um consenso para evitar cenas de desrespeito, ofensas e exageros entre os deputados.
A Câmara já tem o regimento interno que disciplina essa questão. A própria Constituição também determina como deve ser o comportamento dos parlamentares. Mas, para o corregedor, episódios recentes têm justificado a busca por um acordo de convivência.
Nesta terça-feira (10), por exemplo, uma audiência com o ministro da Justiça, Flávio Dino, teve que ser interrompida na comissão de segurança da Câmara. O motivo foi uma discussão generalizada entre deputados governistas e da oposição que acompanhavam a sessão. A polícia legislativa precisou intervir. Veja o momento da briga no vídeo abaixo:
Deputados brigam durante audiência com o ministro Flávio Dino na Câmara
Há casos ainda em que deputados sobem à tribuna do plenário com máscaras e adesivos para provocar adversários.
Na Câmara, deputados vêm avaliando que os embates, comuns à prática da política, passaram a espelhar a polarização e o tom agressivo das redes sociais.
“Vou procurar todos os líderes para construirmos isso [o acordo de convivência] juntos. O presidente [da Câmara] Arthur Lira já falou publicamente sobre isso e acredito que, sob a liderança dele, conseguiremos”, afirmou Domingos Neto.
“O principal é construir o entendimento de respeito à Casa, aos colegas e ao povo brasileiro”, completou.
Lira já tinha ressaltado, em discurso no plenário no mês de fevereiro, a necessidade de os deputados respeitarem o decoro.
Na ocasião, Lira classificou de “deprimente” a prática de deputados usarem a tribuna para proferir agressões verbais contra adversários políticos.
“Comunicarei aos líderes que teremos que ter alguns ajustes de condutas, de práticas, de tudo aquilo que a gente falou na eleição da Câmara naquele momento […] O deputado ou a deputada que se exceder no plenário desta Casa responderá perante o Conselho de Ética”, disse o presidente da Câmara na ocasião.
Outros episódios
Um dos momentos de ofensa entre os deputados ocorreu no Dia da Mulher, quando, em atitude transfóbica, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) subiu com uma peruca imitando cabelo de mulher à tribuna. Ele discursou logo após a deputada trans Erika Hilton (PSOL-SP).
Em outro episódio, também no mês de março, o deputado André Janones (Avante-MG) usou o microfone da Comissão de Constituição e Justiça da Casa para chamar Nikolas, que estava presente na comissão, de “chupetinha”.
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