Nos corredores do campus, felinos chamam atenção pela quantidade. Boato é que alunos que não conseguem se formar se transformam em gatos; no aniversário de Brasília g1 mostra lendas da capital. Gatos reunidos descansam no ICC Norte, na UnB, em imagem de arquivo
Arquivo pessoal/Iara Pereira
Seja calouro ou veterano, boa parte dos alunos da Universidade de Brasília (UnB) já ouviu falar na lenda que assombra os estudantes sem previsão de formatura. O que dizem é que os gatos que andam pela universidade são, na verdade, alunos que não conseguiram se formar.
Nos corredores do Instituto Central de Ciências (ICC) Norte e Sul, os felinos chamam a atenção. Em visita à universidade, o g1 contou, pelo menos, dez.
No aniversário de 63 anos de Brasília, a reportagem conta algumas das lendas urbanas que “caíram na boca do povo” e esta é uma delas. Os alunos da UnB afirmam que já ouviram o boato dos “estudantes que se transformaram em gatos” e relatam como é o dia a dia convivendo com os bichos entre uma aula e outra (veja vídeo abaixo).
Alunos da UnB falam de lenda dos ‘estudantes que viram gatos’
“Já ouvi, sim, esse boato, e acho que vai virar uma realidade para mim muito em breve”, brinca o estudante de biologia Rafael Carneiro, que está no seu último semestre.
“Agora, o pessoal já chega fazendo terror com os calouros. Falam que eles têm que começar a pegar matéria desde o começo, se não, não vão conseguir sair”, conta a estudante de comunicação Mariana de França.
“Eles [gatos] frequentam mais as aulas do que alguns alunos”, diz Mariana.
Para Rafael Carneiro, o convívio com os animais faz os dias no ambiente universitário serem mais leves. “Aqui já é um lugar que a gente passa por coisas tão difíceis. E aí tem os gatinhos que ficam querendo carinho, e a gente a também quer o carinho deles”, diz o estudante de biologia.
Em alguns espaços do campus, há tigelas com ração e água para os gatos, que não têm dono. A médica veterinária graduada na UnB e especialista em felinos Hiuane Araújo Weber explica que os alunos podem fazer carinho nos gatos, mas alerta para alguns cuidados.
“A preocupação é com a transmissão de algumas doenças zoonóticas tais como verminoses, doenças de pele, infecções bacterianas e virais. É importante lavar bem as mãos com água e sabão após contato com esses animais, evitar compartilhamento de alimento com eles e higienizar bem os potes de água e comida ofertados no campus”, diz.
Hiuane se formou em 2016. Ela conta que, na época, já havia muitos gatos nos corredores do ICC. “Algumas professoras da veterinária faziam captura dos gatos para castrar, vacinar e, quando possível, conseguir adotantes”, lembra.
Ela ressalta a importância de manter a saúde dos felinos com acompanhamento médico-veterinário, atualização de vacinas, vermifugação e programas de castração.
“A retirada desses animais da rua, com destinação a lares temporários ou definitivos e a proibição do abandono também é necessária”, afirma a médica veterinária.
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