Imagens ainda não tiveram autenticidade confirmada. Desde que a invasão russa da Ucrânia começou em fevereiro de 2022, Kiev e Moscou acusam-se mutuamente de maltratar prisioneiros, o que é considerado crime de guerra. Militares ucranianos disparam uma arma antiaérea, enquanto o ataque da Rússia à Ucrânia continua, na cidade de Bakhmut, Ucrânia, 10/01/2023
REUTERS/Clodagh Kilcoyne
As reações de indignação e espanto se multiplicam desde a manhã desta quarta-feira (12), após a difusão nas redes sociais de um vídeo que mostra a suposta decapitação de um soldado ucraniano por militares russos.
O vídeo, de um minuto e quarenta segundos, tem imagens chocantes e circula desde terça-feira (11). Um homem camuflado, usando uma máscara, corta o pescoço de outro homem fardado que se debate no chão gritando “está doendo”.
Após alguns segundos, os gritos param e ouvimos um homem atrás da câmera incitando o carrasco em russo a “cortar a cabeça” da vítima. Este termina sua decapitação com uma faca e mostra a cabeça decepada para a câmera. “Você tem que colocar na bolsa e mandar para o comandante”, diz uma voz em russo.
A câmera também mostra o colete da vítima com o tridente ucraniano e uma caveira.
“A União Europeia vai pedir explicações a todos os responsáveis e cúmplices de crimes de guerra” na Ucrânia, disse Nabila Massrali, porta-voz do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, durante sua coletiva diária em Bruxelas.
A UE “não tem informações sobre a veracidade do vídeo”, mas “se confirmada, é mais uma evidência da natureza desumana da agressão russa”, afirmou Massrali.
A missão de direitos humanos da ONU na Ucrânia diz ter ficado “horrorizada” e mencionou um segundo vídeo mostrando “os corpos mutilados de aparentemente prisioneiros de guerra ucranianos”.
Nesta quarta-feira (12), o presidente Volodymyr Zelensky denunciou a “monstruosidade” das ações russas. “Este vídeo da execução de um prisioneiro de guerra ucraniano, o mundo deve vê-lo. Este é um vídeo da Rússia como ela é”, disse ele em um vídeo postado no Twitter.
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“Não é um acidente […] Já aconteceu antes. Foi assim em Bucha, milhares de vezes”, continuou, referindo-se à cidade nos arredores de Kiev que se tornou símbolo das atrocidades atribuídas ao Exército russo. “Prisão para os assassinos”, acrescentou.
Autenticidade precisa ser verificada
O Kremlin pediu que a “autenticidade” das imagens seja verificada. “É claro que essas imagens são horríveis”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, a repórteres.
“No mundo de ‘falsificações’ em que vivemos, devemos garantir a autenticidade deste vídeo”, acrescentou.
Desde que a invasão russa da Ucrânia começou em fevereiro de 2022, Kiev e Moscou acusam-se mutuamente de maltratar prisioneiros, o que é considerado crime de guerra.
No início de março, um vídeo que mostrava a execução de um prisioneiro de guerra ucraniano por soldados russos causou comoção na Ucrânia. Em novembro, o Kremlin ficou indignado com dois vídeos que mostravam a suposta execução de uma dezena de soldados russos que acabavam de se render às forças ucranianas.
No final de março, a ONU acusou as forças ucranianas e russas de cometerem execuções sumárias de prisioneiros de guerra durante a invasão. A Rússia também nega, apesar de evidências, as execuções sumárias de civis, em particular em Bucha, perto de Kiev, há um ano.
Vídeo de suposta decapitação de soldado ucraniano por russos gera comoção internacional
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