Durante operação do ICMBio, cozinheira e vigia foram rendidos por agentes enquanto o dono e outro funcionário fugiram. O homem, que trabalha há oito anos na atividade, contou: ‘A gente sofre muito trabalhando no mato. É ruim e a gente passa muito sufoco longe da família’. ‘A gente não tem serviço na rua, tem que procurar no mato’, lamenta funcionária de garimpo
A Área de Proteção Ambiental do Tapajós, no Pará, tem o tamanho de 2 milhões de campos de futebol ou todo o estado de Sergipe, mas é a unidade de conservação mais desmatada do Brasil e uma das áreas da Amazônia que sofre com o garimpo ilegal.
Para ajudar na fiscalização, o ICMBio usa satélites e, através das imagens, direciona onde serão feitas as operações. O Profissão Repórter acompanhou uma delas, depois que áreas de desmatamento ilegal recente e de mineração de garimpo foram detectadas pelos agentes .
“Esse é um pouco do cenário que a gente observa na região sobre o avanço do agronegócio. Áreas de grãos avançando para as áreas que eram de pastagem, empurrando as pastagens para áreas mais interiorizadas das nossas unidades de conservação. Essa é a área que nós captamos, essa derrubada aqui. Estão limpando ainda para tirar o solo e extrair o minério”, explicou o agente Maurício Santamaria enquanto os helicópteros sobrevoavam a área.
Para garantir a segurança de todos os envolvidos na ação, um helicóptero com homens da Força Nacional é sempre o primeiro a descer. No flagrante registrado pelo programa, apenas duas pessoas foram rendidas – a cozinheira e o vigia do local; outras duas fugiram para o mato.
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Flagrante mostra tratorista derrubando árvores em área de garimpo mesmo durante sobrevoo de 3 helicópteros do ICMBio
O local onde os agentes aterrissaram era uma espécie de cozinha e venda do garimpo. Em um caderno, os agentes encontraram os preços cobrados; uma cachaça, por exemplo, custava R$ 30, e uma caixa de cigarro, R$ 12.
Questionados sobre o trabalho na atividade clandestina por Caco Barcellos, a cozinheira e o vigia falaram que faltam oportunidades de emprego na região.
“Estou trabalhando aqui há uns dois meses e meio mais ou menos. É um meio de vida, né? A gente não tem serviço na rua, tem que procurar no mato. Ele me paga um salário de R$ 3,5 mil”, justificou ela.
“Trabalho no garimpo faz uns oito anos. A gente sofre muito trabalhando no mato. É ruim e a gente passa muito sufoco longe da família”, lamentou ele.
Depois, a alguns quilômetros do local, o dono do garimpo foi encontrado e falou: “O cerco vai fechando”.
Assista ao programa completo:
Edição de 11/04/2023 – Pra Onde, Brasil – Centro-Oeste
‘A gente não tem serviço na rua, tem que procurar no mato’, lamenta funcionária de garimpo ilegal
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