Pai de criança baleada e morta dentro de casa, no DF, diz que foi pressionado a confessar crime que não cometeu

José Matheus afirma que Polícia Militar ainda perguntou onde estava arma usada contra menino. Polícia Civil identificou suspeito de efetuar disparo que atingiu Samuel Victor Ramos, mas ele não está preso. Pai de criança baleada no DF diz que foi pressionado a confessar crime que não cometeu
O pai da criança baleada e morta dentro de casa no Itapoã, no Distrito Federal, diz que foi pressionado pela Polícia Militar a confessar o crime que não cometeu. Em entrevista à TV Globo, o autônomo José Matheus disse que, assim que chegaram ao local, os militares perguntaram aonde estava a arma usada no crime (veja vídeo acima).
“Falaram que era pra gente dizer onde estava a arma. Eles repetiram várias vezes pra gente dizer onde estava a arma. Falaram pra gente confessar que tinha sido eu que tinha matado meu filho, porque no local tinha arma”, conta o pai do menino.
Samuel Victor Ramos, de 6 anos, foi morto no dia 27 de março, no momento em que brincava, sozinho, em um dos quartos da residência (veja mais detalhes abaixo). Nesta terça-feira (18), a Polícia Civil do Distrito Federal identificou o suspeito de efetuar o disparo, mas o nome dele não foi divulgado e o homem não está preso.
O suspeito foi indiciado pelos crimes de disparo de arma de fogo e homicídio culposo.
“O que eu espero é justiça. Que a pessoa que cometeu isso venha a pagar pelo que ela cometeu, pela responsabilidade de estar manuseando uma arma de qualquer jeito. Eu quero que a justiça seja feita. Essa pessoa acabou com o sonho de uma criança”, diz José Matheus.
Foto do Samuel sorrindo e fazendo “joinha” para a câmera
Arquivo pessoal
Durante a investigação, os policiais da 6ª Delegacia de Polícia verificaram que foram disparados dois tiros: um que atingiu a criança e outro que atingiu uma casa na rua de trás.
Após a perícia, a polícia constatou que o tiro foi efetuado a 1,3 mil metro de distância e entrou pela janela do quarto, que estava aberta, atingindo a criança.
O caso
A família contou à polícia que Samuel Victor Ramos, de 6 anos, estava no quarto, brincando, quando ouviram um barulho semelhante a um tiro, seguido de um grito da criança. Samuel foi levado para o quartel do Corpo de Bombeiros, onde foram feitas as tentativas de reanima-lo, mas ele não resistiu.
No batalhão, os bombeiros encontraram uma perfuração na lateral da barriga da criança. Um dos militares, que aparece na ocorrência como testemunha, informou que, quando foi prestado o socorro, o corpo do menino estava molhado.
Segundo o delegado responsável pelo caso, o ferimento na barriga da criança não tinha marca de saída e a bala estava alojada no corpo de Samuel.
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