Mais de 450 bispos da Igreja Católica estão reunidos para a 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro religioso se estende até o dia 28. CNBB dicursa contra violência nas escolas e faz apelo pela proteção dos povos indígenas.
Juliana Sever/TV Vanguarda
Em mensagem elaborada nesta quarta-feira (19) na 60ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, em Aparecida (SP), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) discursou contra a violência nas escolas e fez apelo pela exaltação e proteção dos povos indígenas.
Também nesta quarta-feira (19), a CNBB lançou um documento com sugestões de ações de paz e fraternidade que podem ser desenvolvidas nas escolas diante da onda de violência envolvendo as comunidades escolares no Brasil nas últimas semanas.
No documento, a CNBB fala principalmente da importância do diálogo e de criar um ambiente escolar de confiança, sensível e de parceria, alertando que o isolamento e a indiferença podem agravar a insegurança. Veja o documento na íntegra.
Durante entrevista coletiva de lideranças no Santuário Nacional, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, analisou que o cenário de violência e medo nas escolas foi fomentado por lideranças políticas.
“Essa realidade nos surpreende, mas também compreendemos que trata-se de consequências dos caminhos que nós temos tomado, lamentavelmente, a partir de lideranças políticas importantes, que fomentam o ódio, desavenças, dificuldades e fomentando, sobretudo, o comprometimento da fraternidade universal”, disse.
Assembleia Geral da CNBB em 2023
Laurene Santos/TV Vanguarda
Walmor falou sobre o documento lançado e destacou que o caminho para enfrentar a violência é por meio do diálogo e da construção de uma cultura de paz.
“Precisamos encontrar caminhos de diálogo, oferta de serviços e indicações concretas, porque essa situação que tem acontecido nas escolas, com violência, nos preocupa muito. Nós temos que enfrentar de modo corajoso, sem pânico, mas de modo muito decisivo, para que uma nova cultura, a cultura da paz, se estabeleça e nós possamos assim servir melhor com a nossa educação, em diálogo com todo o contexto e em conjunto da sociedade”, completou.
Em outro momento do evento, o arcebispo de Cuiabá (MT), Dom Mário Antônio da Silva, falou sobre o dia dos povos indígenas e a importância de reconhecer o protagonismo indígena na sociedade.
“Creio que o dia de hoje nos faz refletir na necessidade de reconhecer o protagonismo dos povos indígenas e comunidades tradicionais, reconhecer a sabedoria das comunidades indígenas e beber dessa fonte, até mesmo para descobrir soluções para os muitos problemas que vivemos hoje, sobretudo na preservação ambiental”, afirmou.
O arcebispo relembrou a situação dos Yanomami, afirmando que o caso não está resolvido, alertando sobre problemas que envolvem os indígenas, os garimpeiros e o meio ambiente.
“É uma situação que não está plenamente resolvida, porque ali tem pelo menos três frentes. Nas comunidades indígenas, há a necessidade do respeito e do cuidado, de maneira integral com as pessoas que lá estão, a começar pelas crianças. Segundo, um apoio com os garimpeiros, que de lá tiveram que sair e ao mesmo tempo, encontrar espaço de trabalho e sustento. E em terceiro, a recuperação da natureza, dos espaços degradados, seja dos rios, florestas e até mesmo dos animais”, analisou.
Arquivo: Assembleia Geral dos Bispos do Brasil
Thiago Leon/Divulgação Santuário Nacional
60ª Assembleia Geral da CNBB
O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida recebe a partir desta quarta-feira (19) mais de 450 bispos da Igreja Católica para a 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro religioso se estende até o dia 28.
Nesta edição, os bispos irão fazer um balanço da gestão de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG), e e eleger um novo presidente. Walmor assumiu a presidência da entidade em 2019 e seu mandato se encerra neste ano.
Os bispos também irão debater 22 temas prioritários para a Igreja, como análise da conjuntura social, campanha da fraternidade, entre outros. Serão duas sessões diárias ao longo da programação, que inclui ainda participação em celebrações todos os dias no Santuário Nacional.
Após as discussões dos temas, a assembleia emitirá três mensagens, sendo uma ao Papa Francisco , ao representante dos bispos no Vaticano e ao povo brasileiro.
O que é a Assembleia Geral da CNBB?
A Assembleia Geral é a realização do afeto colegial, da comunhão e co-responsabilidade dos Pastores da Igreja no Brasil. O encontro acontece uma vez por ano, ou extraordinariamente para fins urgentes, e trata de assuntos pastorais e dos problemas emergentes da vida das pessoas e da sociedade.
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