Segundo a instituição, das três secretarias municipais que têm convênio com a Associação de Amigos dos Autistas (AMA), duas estão a oito meses com repasses atrasados. A Semec disse que está levantando as informações para esclarecer os fatos. Associação doa Amigos Autistas do Piauí (AMA-PI)
g1 Piauí
A Associação de Amigos dos Autistas (AMA), na Zona Norte de Teresina, paralisou o atendimento de saúde para os assistidos da instituição por falta de repasses da Prefeitura de Teresina que está atrasado a oito meses. A AMA existe há 23 anos e atende 160 pessoas entre crianças, adolescentes e adultos.
“A AMA tem três parcerias com a prefeitura, que é com a Semec [Secretaria Municipal de Educação], a FMS [Fundação Municipal de Saúde], que estão atrasados e também pela Semcaspi, que é na área da assistência social que está em dias. Mas a semec e a fms estão muito atrasadas e a instituição está no prejuízo, os autistas estão no prejuízo com as suas famílias porque esse atendimento está sendo paralisado por conta desses atrasos muito significativos”, explica Rosália Oliveira, coordenadora de inclusão AMA.
Conforme a instituição, o convênio com a FMS é no valor mensal de R$ 20 mil, para pagamento de um médico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, mas segundo a coordenadora da instituição, desde julho do ano passado o repasse não é feito e na semana passada. Com a Semec o valor é de R$ 5 mil por mês que também está atrasado e serve para o pagamento de três monitores.
Para a presidente da AMA, Teresa Ramos, esse é um prejuízo para as famílias que também não tem condições para pagar pelo atendimento e também não encontram o serviço em outras instituições.
“Uma vez que essa criança já não tem mais uma fisioterapia, não tem um terapeuta ocupacional, me diga como que vai ficar o atendimento com a psicologa também? Como é que fica a situação do psicológico tanto dessa criança quanto dos familiares, que também sofrem muito por estar vendo seus filhos virem para a associação e não recebendo os atendimentos devidos”, afirma.
Na AMA, ainda há uma lista de espera com 400 famílias que aguardam uma vaga no serviço, só que os funcionários da saúde e educação que fazem o atendimento pararam os seus serviços na semana passada.
Mesmo com vários apelos às autoridades públicas do município, o pagamento ainda não foi regularizado, enquanto isso os prejuízos a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças e jovens com autismo vão se acumulando.
“É necessário um acompanhamento mensal das medicações, das terapias… então é um prejuízo incalculável. A gente já está vindo de uma pandemia, de dificuldades que ainda estão se manifestando e parar assim esses atendimentos é uma quebra na rotina desses assistidos, desgaste psicológicos para famíla e para os autistas”, destaca Leidiane Soares, diretora pedagógica da AMA.
Amigos dos autistas
O pastor Raimundo Junior é voluntario e aguarda o atendimento para seu filho de 11 anos. Por seu serviço na AMA ele acompanha de perto o quanto faz falta esse repasse.
“É um atraso em todo o trabalho que a AMA tá fazendo e nós precisamos e necessitamos, os profissionais, todo o grupo que está envolvido”, explica.
Valter Falcão tem 40 anos e há 20 é assistido pela AMA. Um acompanhamento com uma equipe multiprofissional faz toda diferença na vida dele. Quando não tem, a mudança de comportamento é visível.
“A convivência fica difícil e aqui eles tendo as terapias, eles já convivem melhor. Porque é difícil conviver com autista. Então sem essas terapias o bicho pega, é melhor com essas terapias que aí ele chega em casa mais calmo, mais tranquilo. E sem o acompanhamento, só com as mães, não dá pra fazer as terapias, porque só faz com profissional”, lamenta Solene Falcão, mãe do Valter.
À TV Clube a Semec disse que está levantando as informações para esclarecer os fatos. E a FMS não deu retorno sobre quando vai regularizar o repasse e quais os motivos do atraso.
“Nossa necessidade é gritante, eu estou falando isso não só como presidenta da AMA, mas também como mãe de autista assistido nessa associação e nossos atendimentos estão paralisados por falta de pagamento”, destaca a presidente da instituição.
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Atendimento de saúde em associação de apoio a autistas está paralisado por falta de repasses em Teresina
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