Segundo as investigações, os ladrões alugavam carros e se hospedavam em hotéis com documentos falsos e monitoravam os alvos. A Polícia Civil do RJ iniciou nesta quarta-feira (19) uma operação contra uma quadrilha especializada em furtos a apartamentos na Zona Sul do Rio. Segundo as investigações da 14ª DP (Leblon), os ladrões vinham de São Paulo e invadiam residências em Ipanema, Copacabana e Leblon atrás de joias, bolsas de grife e relógios de luxo.
Os criminosos, com documentos falsos, alugavam carros na capital paulista e dirigiam até o Rio, onde se hospedavam em hotéis. Para definir os alvos, eles tinham acesso a listas clandestinas com nomes e dados de pessoas que adquiriram esses bens.
Outra maneira de selecionar as vítimas era pelas redes sociais. Quem ostentava acabava na mira da quadrilha, que também acabava obtendo dados vazados ilegalmente com detalhes das pessoas.
Com os alvos definidos, os bandidos passavam a vigiar os endereços para encontrar brechas na segurança. Os ladrões só invadiam os imóveis se tivessem certeza de que estariam vazios — eles chegavam a ligar para telefones fixos para garantir que não havia ninguém.
Um comparsa sempre aguardava dentro do carro, pronto para uma fuga imediata, enquanto outro ficava na rua, caso a vítima retornasse.
Uma das vítimas mora na Avenida Visconde de Albuquerque, no Leblon. O crime foi no dia 16 de março.
“O porteiro, numa falha enorme da segurança, deixou uma pessoa completamente estranha entrar só dizendo o nome de alguém da família. Não tinha ninguém na minha casa. Ele entrou e ficou quase duas horas lá dentro. Quase tudo que ele roubou foi dado por pessoas que não estão mais vivas. Tem valor emocional imenso. É história da minha vida”, disse.
O material furtado no Rio de Janeiro era revendido a receptadores de São Paulo para não levantar suspeitas.
Joias furtadas de casas no Rio
Reprodução/TV Globo
Buscas em São Paulo
Nesta quarta, a Polícia Civil fez buscas em São Paulo nas casas de integrantes da quadrilha. Os agentes foram até os bairros Várzea Paulista e Liberdade.
Alvos dos mandados, Roberto Quirino, Carlos Vinicius dos Santos e Nathan Galloni têm várias passagens por furtos a residências.
De acordo com a investigação, os chefes da quadrilha pertencem ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que é de São Paulo.
Os criminosos têm até advogados que monitoram os processos em que eles são citados no Tribunal de Justiça do RJ e conseguem saber quando haverá pedido de busca ou prisão pelos furtos.
Operação mira quadrilha de São Paulo que invade casas no Rio atrás de joias e relógios de luxo
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