Após restauração, escultura de São Francisco de Assis atribuída a Aleijadinho volta à comunidade de MG nesta quarta-feira

Obra restaurada pelo Projeto Extramuros será devolvida à comunidade de Cipotânea, na Zona da Mata. Escultura de São Francisco de Assis restaurada
Cláudio Nadalin/ Cecor
Após ser totalmente restaurada e ter a cabeça atribuída a Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a escultura de São Francisco de Assis volta nesta quarta-feira (19) à Cipotânea, na Zona da Mata mineira. A cerimônia será realizada a partir das 15h na Igreja Matriz de São Caetano.
“Estão todos animados e alegres, porque é uma imagem de devoção que estava havia anos nesse processo de restauração. Há uma expectativa muito bonita com relação à chegada da imagem”, disse o padre Adelson Clemente, administrador paroquial da Paróquia São Caetano.
Segundo o padre, um repique de sinos vai celebrar a entrega da escultura à igreja. Depois, ainda haverá uma missa seguida de procissão. A imagem de São Francisco de Assis terá um altar na Matriz.
Escultura de São Francisco de Assis atribuída a Aleijadinho é entregue à comunidade de MG após restauração
Imagem de São Francisco de Assis antes e depois da restauração
Cláudio Nadalin/ Cecor
A restauração
O trabalho de restauração foi realizado pelo Projeto Extramuros, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em parceria com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Além dos reparos, foram desenvolvidas pesquisas que concluíram que a cabeça da escultura foi criada por Aleijadinho.
A obra pertencia à Capela de Bom Jesus da Paciência, distrito de Cipotânea, e estava guardada em uma sala no subsolo da casa paroquial. Ela foi levada para o Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) da Escola de Belas Artes da UFMG em 2016.
A imagem chegou ao Cecor vestida com uma túnica preta, um cordão de fibra natural amarrado à cintura, um terço preto pendurado no pescoço, um resplendor na cabeça e uma caveira na mão. Apoiada em uma base, a peça tem altura total de 127 cm e pesa 16,10 kg.
No trabalho de restauração, foram removidas duas camadas de repintura que descaracterizavam a obra. Também foi necessário desmontar a escultura para restaurar as articulações, que estavam emperradas e com pinos quebrados.
Para a investigação de autoria, os pesquisadores compararam as características da imagem de São Francisco de Assis com obras documentadas de Aleijadinho. Eles também consideraram documentos que comprovam que o artista esteve em Rio Espera de 1790 a, possivelmente, 1792 – a cidade já foi responsável administrativamente por Cipotânea.
Ao fim do processo, os restauradores conseguiram valorizar os traços de Aleijadinho, e toda a obra ficou em um mesmo momento histórico.
Imagem de São Francisco de Assis antes e depois da restauração no Cecor/ UFMG
Cláudio Nadalin/ Cecor
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