Operação foi realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ibama, na noite dessa terça-feira (11). Duas aeronaves estavam uma pista clandestina, na região de Homoxi, e foram incendiadas. Aeronave encontrada pelos agentes do Ibama e Polícia Rodoviária Federal, na Terra Yanomami.
Ibama/Divulgação
Uma operação do Ibama e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu, na noite dessa terça-feira (11), um piloto de avião que abastecia o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Os agentes também destruíram duas aeronaves, que estavam em uma pista de pouso clandestina na região do Homoxi, uma das regiões com maior presença de garimpo ilegais.
Durante a ação, agentes do Ibama encontraram cerca de três carotes de combustível dentro da aeronave do suspeito e identificaram que a carga era para abastecer o garimpo ilegal.
“Piloto tá ali, tentou fugir e evadir para mata, mas a gente conseguiu localizar ele. Foi apreendido celular, GPS e dispositivo de rastreamento via satélite”, disse um dos agentes do Ibama.
Avião foi incendiado pelo Ibama, na Terra Indígena Yanomami.
Ibama/Divulgação
Ainda de acordo com o Ibama, o avião foi adaptado para o transporte de carga e estava adulterado. Dentro dele também havia uma arma de fogo.
O piloto foi preso pelos agentes e em seguida a aeronave foi incendiada. Em outro ponto do garimpo ilegal, os agentes encontraram um outro avião que estava abandonado. Ele também foi destruído.
“Mais uma aeronave que vai ser neutralizada aqui. Apesar da operação, dos mais de dois meses de operação, os garimpos continuam ativos aqui dentro da Terra Indígena Yanomami”, diz um agente.
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Na última sexta-feira (7), uma aeronave foi destruída e duas pessoas foram presas após a desativação dos corredores aéreos legais na Terra Indígena Yanomami. A operação também ocorreu em uma pista clandestina de garimpo ilegal, a sudeste de Surucucu, próximo à fronteira com a Venezuela.
A liberação dos corredores aéreos para saída voluntária de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami por voos privados foi encerrada na última quinta-feira (6). Desde então, o controle do espaço aéreo foi retomado pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Com a volta do controle aéreo, as aeronaves que descumprirem as regras estabelecidas nas áreas determinadas pela Força Aérea, estarão sujeitas às Medidas de Proteção do Espaço Aéreo (MPEA).
O maior território indígena do Brasil enfrenta uma crise sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa – problemas agravados pelo avanço de garimpos ilegais nos últimos quatro anos.
Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública devido ao cenário de desassistência. Desde então, o governo Federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território.
Itens apreendidos com o piloto do avião.
Ibama/Divulgação
Controle do espaço aéreo
Antes da desativação, o presidente Lula (PT) determinou o controle do espaço aéreo na região, como forma de combater o garimpo ilegal e impedir a chegada de equipamentos ilegais e garimpeiros.
O frete aéreo é o modo mais caro para se acessar os garimpos instalados na floresta. Os garimpeiros comentam que atualmente os voos clandestinos custam R$ 15 mil por pessoa – antes, custavam R$ 11 mil.
Inicialmente, os voos encerariam no dia 13 de fevereiro, mas foram prorrogados para o dia 6 de maio. No entanto, dez dias após a ação, o governo antecipou o prazo para quinta-feira (6).
A data foi definida em reunião entre os ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio Monteiro. O objetivo da medida era forçar a saída de garimpeiros que insistem em ficar na região.
Nos casos em que forem constatadas atividades ilícitas, a Polícia Federal, o Ibama e os demais órgãos da administração pública federal podem atuar como polícia administrativa. Uma das competências desses órgãos será neutralizar aeronaves e equipamentos relacionados com a mineração ilegal no território Yanomami.
Agora, com o fim dos voos privados, os garimpeiros só podem sair do território pelos rios. No dia 12 de fevereiro, o governo federal liberou o acesso pelos rios para que barqueiros retirem os invasores.
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