‘Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tente sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz’, disse o presidente nesta terça-feira (18). Lula muda o tom e condena violação do território da Ucrânia
Depois de ser criticado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, o presidente Lula defendeu, nesta terça-feira (18), a integridade do território da Ucrânia.
As declarações de Lula durante a viagem à China e aos Emirados Árabes ainda provocam reações. O presidente brasileiro disse que, assim como a Rússia, a Ucrânia, país invadido, têm responsabilidade pela guerra. Afirmou ainda que Estados Unidos e Europa contribuem para a continuidade do conflito.
Nesta terça (18), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, disse em uma rede social que “colocar a vítima e o agressor na mesma escala, e os países que ajudam a Ucrânia a se defender de agressões mortais, como acusados de encorajar a guerra, não corresponde à situação real”; que “a Ucrânia não precisa ser convencida de nada. A guerra de agressão está sendo travada em solo ucraniano e está causando sofrimento e destruição incalculáveis”. Ele confirmou o convite ao presidente Lula para visitar a Ucrânia “a fim de compreender as reais razões e a essência da agressão russa e suas consequências para a segurança global”.
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Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que qualquer proposta que leva em consideração os interesses da Rússia merece atenção; que ainda é cedo para fazer uma avaliação pública sobre a proposta de Lula de formar um grupo de países para discutir a paz, mas que agora o chanceler Sergey Lavrov, que na segunda-feira (17) foi recebido por Lula, terá a oportunidade de examinar a proposta mais detalhadamente.
Diante das reações negativas – na segunda (17) dos Estados Unidos e Europa e nesta terça (18) da Ucrânia -, o presidente Lula recuou. Durante um almoço no Palácio do Itamaraty, o presidente condenou a violação do território ucraniano. Lula falou ao lado do presidente da Romênia, Klaus Werner. A Romênia faz fronteira com a Ucrânia.
“Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Falei da nossa preocupação com os efeitos da guerra, que extrapolam o continente europeu. Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tente sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz”, disse Lula.
Depois de ouvir Lula, o presidente da Romênia fez uma crítica dura à Rússia. Afirmou que, por mais que Moscou tente se justificar, a Rússia é um Estado agressor que violou pela força a soberania territorial da Ucrânia.
No fim desta terça-feira (18), os Estados Unidos voltaram a criticar as declarações de Lula durante a viagem à China. Em resposta à correspondente Raquel Krahenbuhl, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que o Brasil está completamente errado em argumentar que os Estados Unidos estão encorajando a guerra e que tom adotado por Lula não é de neutralidade.
Ela afirmou que os Estados Unidos e a Europa vinham alertando Vladimir Putin a evitar a guerra desde 2021 e que está muito evidente que os EUA querem o fim do conflito.
Após críticas dos EUA e da União Europeia, Lula muda o tom e condena a violação do território da Ucrânia
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