Celio Martins Morales, ex-vice-prefeito de Ibitirama, no Sul do estado, teve a prisão decretada na última semana e ainda não foi localizado. Morte da esposa dele, Vanuza Spala de Almeida, 41 anos, completou uma semana no domingo (16). Vanuza Spala de Almeida, de 41 anos e o marido e ex-vice-prefeito de Ibitirama, Celio Martins Morales, de 56 anos.
Reprodução/TV Gazeta
A Polícia Civil do Espírito Santo informou nesta terça-feira (18) que está realizando diligências para prender Celio Martins Morales, de 59 anos, ex-vice-prefeito de Ibitirama, no Sul do estado. Ele é suspeito de matar com um tiro no peito a esposa Vanuza Spala de Almeida, de 41 anos, e não tinha sido localizado até a publicação desta reportagem.
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“O caso segue sob investigação da Delegacia de Polícia de Ibitirama . O suspeito já se encontra com mandado de prisão preventiva por feminicídio”, informou a Polícia Civil.
Como é considerado foragido, o ex-vice-prefeito também pode ser preso por agentes de outras corporações.
Procurada pelo g1, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que as fiscalizações envolvem consultas documentais e de pendências judiciais e, “caso haja registro de mandado de prisão pendente em desfavor do abordado, este será cumprido pela PRF”. Quanto ao trabalho de investigação, a PRF informou que este “compete às polícias Civil e Federal, dentro das suas competências”.
Fuga e característica do ferimento à bala fizeram polícia descartar suicídio
Há uma semana, quando Vanuza foi encontrada morta no banheiro da residência do casal, no interior de Ibitirama, Celio disse a polícia que a mulher tirou a própria vida, porém, a hipótese de suicídio foi descartada durante as investigações pelo delegado Tiago Dorneles em razão da característica do ferimento à bala no corpo de Vanuza e também porque Celio fugiu.
“[A lesão] não é compatível com um tiro à curta distância. O tiro à curta distância deixa uma zona de queimadura pela própria arma de fogo e isso não foi encontrado no orifício de entrada. Isso leva à suspeita de que o tiro não foi causado pelo suicídio e sim a uma distância maior sendo compatível com homicídio”, contou o delegado.
Após solicitação do delegado, a Justiça determinou a prisão do ex-vice-prefeito na última semana. O delegado disse em entrevista à TV Gazeta que a defesa de Celio tinha sido notificada do mandado de prisão em aberto, porém, até esta terça-feira (18), o ex-vice-prefeito não tinha sido localizado. A polícia pede que a população denuncie através do Disque-denúncia (181).
Antes de ter a prisão decretada pela Justiça, Celio compareceu à delegacia acompanhado de um advogado, na segunda-feira (10), mas se reservou ao direito de ficar em silêncio e acabou liberado porque não havia mandado em aberto contra ele e estava fora do período de flagrante delito.
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Sonho de ser mãe
Vanuza Spala de Almeida foi encontrada morta com um tiro no peito no banheiro da casa onde morava em Ibitirama, ES.
Arquivo pessoal
A morte Vanuza era considerada pela família uma pessoa carinhosa, sempre próxima da família. Em entrevista ao g1, sua única irmã, a dona de casa Vanessa Spala de Almeida, de 39 anos, disse que o sonho de Vanuza era ser mãe, mas o marido não compactuava do mesmo desejo.
“Desde nova ela sonhava em ser mãe. Estava fazendo tratamento, mas ele falou que não queria ter filhos com ela e que os únicos filhos que ele gostava e ia gostar pra toda vida são os filhos com a ex. Ela sofria com isso. O único sonho que ela tinha era de ser mãe”, contou a irmã de Vanuza.
Nilda Spala Barrada de Almeida, de 71 anos, mãe de Vanuza, disse que desde a morte da filha, ela e o marido, ex-servidor público, Ilson Gomes de Almeida, de 75 anos, estão vivendo em meio ao sofrimento e a saudade.
“Ela era uma menina muito boa, alegre. Nossa vida agora é chorar a noite inteira e o dia todo. Tem sido muito difícil. A cachorrinha dela tá sofrendo aqui. Ele [o pai de Vanuza] chora muito. Estamos tomando calmante depois de tudo que aconteceu”, disse a mãe de Vanuza.
Segundo a irmã, Vanuza tentou se separar algumas vezes de Célio.
“Ela tentou várias vezes vir embora, ele vinha e buscava ela. Ligava pra cá chorando e gritando que não estava aguentando mais. Já ligou pro meu pai e pediu pra mandar o caminhão-baú. Meu pai corria e ela falava que não precisava mais. Contaram que quando ela queria vir embora, ele a arrastava e a levava pra dentro de casa”, contou Vanessa.
Vanessa disse que a família suspeitava que Vanuza era agredida, mas ela nunca contou nada e nem chamou a polícia para o marido.
“Ela não falava nada, mas a gente suspeitava porque ela chegava com umas manchas meio roxas. Chegava aqui e não falava nada, e ele sempre olhando pra ela”, contou a dona de casa.
Em entrevista à TV Gazeta nesta terça-feira (11), Vanessa disse que a irmã também era amedrontada com uma arma pelo cunhado.
“Ficava sempre com arma em cima da mesa pra poder amedrontar ela. Ela limpava a casa com aquela arma no meio da mesa pra ela ter medo. Nunca contava nada. Nunca entrei na casa dela. Quero que ele passe o resto da vida na cadeira. Quero ver ele pagar. Quero justiça”, disse Vanessa.
Para a dona de casa não resta dúvida de que o cunhado matou a irmã. Com a partida de Vanuza, Vanessa agora tem se dividido entre a casa dos pais e a sua.
Segundo o delegado Tiago Dorneles, o crime de homicídio qualificado por feminicídio é considerado hediondo e prevê pena de 12 a 30 anos de reclusão com regime inicialmente fechado.
O g1 não havia obtido contato do ex-vice-prefeito e sua defesa até a publicação desta reportagem.
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