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Educadores e estudantes de SP protestam contra aulas ‘vigiadas’ por diretores e pedem volta de livros impressos


Ato foi realizado nesta quarta (16) no Centro contou também com a presença de representantes de ensinos técnico e tecnológico, metroviários e parlamentares. Manifestante ergue cartaz com frase “livros sim” em protesto contra fim dos livros didáticos impressos em SP
Rogério Carvalheiro/ Apeoesp
Manifestantes se reuniram na tarde desta quarta-feira (16) para protestar contra as ações recentes da Secretaria da Educação do estado de São Paulo, como a determinação de que diretores acompanhem aulas, pedem a manutenção do uso de livros físicos, não apenas digitais ou resumos em apostilas, e a instalação automática de app do governo em celulares da comunidade escolar.
Em frente à sede da pasta, na região central da capital, havia representantes de ensinos técnico e tecnológico, estudantes, metroviários, professores municipais e parlamentares, como a deputada estadual Professora Bebel, que também é segunda-presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
Bandeiras com frases como “livros sim” e “armas não” foram erguidas. Os manifestantes também levaram livros e os levantavam durante o ato. O protesto foi pacífico e acabou por volta das 18h.
Manifestantes levantam livros em protesto contra o fim das apostilas didáticas impressas no ensino público de SP
Rogério Carvalheiro/ Apeoesp
A categoria pede:

Liberdade de ensinar e aprender em relação a diretores nas salas de aula
Livros didáticos
Manutenção de verbas da Educação
Salários justos, plano de carreira, valorização e condições de trabalho
Diretores e coordenadores em salas de aula
Os manifestantes são contrários à determinação do governo Tarcísio de Freitas de que diretores de escolas da rede estadual acompanhem professores nas salas e façam relatórios semanais.
“A Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) está atacando o princípio da liberdade de ensinar e aprender”, diz nota da Apeoesp.
“Não cabe vigilância ou censura ao trabalho do professor, que se baseia numa relação de confiança e respeito com seus estudantes. Deslegitimar a autoridade dos professores na sala de aula colocando em questão sua capacidade de ministrar aulas e avaliar a aprendizagem de seus estudantes, ampliará a possibilidade de ocorrências de casos de desrespeito e violência nas escolas”, afirmou o sindicato.
O governo de São Paulo determinou que, duas vezes por semana, os diretores assistam às aulas ministradas nas escolas estaduais e preencham um relatório sobre os professores semanalmente. Os docentes também terão que assinar o documento.
Fim dos livros didáticos impressos
Outra reivindicação é o uso dos livros didáticos impressos sob a justificativa de que a aprendizagem seria fragmentada se condicionada ao uso apenas de slides e resumos.
Segundo a Apeoesp, um estudo da Unesco aponta que o uso exagerado da tecnologia em sala de aula pode prejudicar a aprendizagem dos estudantes. A nota também traz o exemplo da Suécia, “país que havia decidido usar exclusivamente materiais digitais nas escolas e que reverteu essa decisão ao verificar que os estudantes estavam aprendendo muito menos. Voltou a utilizar livros didáticos”.
A partir de 2024, os estudantes dos ensinos fundamental e médio da rede estadual de São Paulo não irão mais receber material didático impresso do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), do Ministério da Educação.
Segundo a secretaria, será usado material próprio.
Protesto da categoria da Educação de SP; manifestantes se reuniram em frente à Secretaria de Educação da cidade de SP
Rogério Carvalheiro/ Apeoesp
Orçamento e direitos dos integrantes da categoria
O sindicato também aponta outra redução dos custos com a categoria, além das apostilas físicas, que é a redução de verbas da Educação de 30% para 25% do orçamento, o que equivaleria a R$ 9 bilhões a menos.
Por fim, foram convidados a manifestar todos aqueles que se sentiram prejudicados com a ação da secretaria de instalar automaticamente e sem autorização o aplicativo Minha Escola SP nos celulares de professores e estudantes. “A SEDUC violou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”, afirmavam os manifestantes.
A pasta informou que instaurou um processo administrativo para apurar as circunstâncias relativas ao caso e disse que a “falha ocorreu durante um teste promovido pela área técnica da pasta”.
Aplicativo da educação é instalado em celulares de alunos, pais e professores da rede estadual de São Paulo sem autorização
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