Metrópole já havia informado em março que chegou a comprar o produto com recursos próprios, mas, ainda assim, parte da nebulização precisou ser suspensa. Em reunião com prefeitos, Ministério da Saúde garantiu que novo inseticida chegará aos municípios em maio. Pulverização de inseticida em locais com casos de dengue
Cristine Rochol/PMPA
O Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas (Devisa) informou na manhã desta quarta-feira (12) que a cidade vive uma situação de contingenciamento no uso do inseticida indicado para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A situação ocorre em meio ao registro da primeira morte provocada pela doença no ano e a um aumento significativo de novos casos (veja abaixo detalhes).
De acordo com o Devisa, o controle na aplicação do produto usado para nebulizações nas ruas, ação também conhecida como fumacê, é necessário devido ao atraso no envio por parte do Ministério da Saúde. O problema veio à tona em março e afeta outras cidades da região.
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No mês passado, a metrópole já havia alertado que precisou fazer uma compra emergencial para não ficar sem aplicar o inseticida.
Já nesta quarta, destacou que, com o estoque adquirido com recursos próprios e a quantidade enviada pelo Ministério da Saúde por meio do governo estadual, só é possível realizar nebulização com máquina costal em áreas reduzidas. Já a nebulização veicular, indicada para áreas de transmissão mais extensas, está suspensa, informou a prefeitura.
O que será feito?
Diante da situação, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) se reuniu em Brasília com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, na tarde de terça-feira (11).
No encontro, segundo a Prefeitura de Campinas, foi prometido pela secretária que as cidades começarão a receber em maio um novo inseticida adquirido pelo Ministério. O produto, diz o Devisa, é menos agressivo ao meio ambiente e aos animais.
O g1 perguntou ao Ministério da Saúde se há uma data exata para o início do envio do novo inseticida e por que houve o atraso, e aguarda retorno.
1ª morte e alta de casos
Campinas confirmou na segunda-feira (10) o primeiro óbito por dengue de 2023. A cidade totaliza 2.467 diagnósticos da doença no município, o que configura uma alta de 72% no número de novos casos em relação à semana anterior.
Segundo a administração municipal, a vítima é um homem de 86 anos, morador da área de abrangência do Centro de Saúde Taquaral (região Leste da cidade). Ele apresentou os primeiros sintomas em 22 de fevereiro e morreu em 4 de março.
No ano passado, a cidade registrou quatro óbitos pela doença, sendo o último notificado em 30 de abril de 2022.
Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, o coordenador do Programa de Arboviroses de Campinas, Fausto de Almeida Marinho Neto, afirmou que há um aumento sazonal de casos entre os meses de março e maio. A previsão é de que as confirmações aumentem ainda mais.
“Falar em área de transmissão é um pouco complicado porque temos transmissão no município todo, praticamente. […] Hoje a gente tem a região Norte, Noroeste e Sudoeste com muitos casos confirmados para dengue, mas a tendência é que o número aumente em todas as regionais”, explica.
Ainda de acordo com Marinho Neto, há mais de 4 mil casos suspeitos de dengue em investigação no município.
Mosquito Aedes aegypti
Sesa/Divulgação
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