Número corresponde ao período entre 1° de janeiro e 9 de abril. Rosely Lima Ferreira, de 29 anos, morta asfixiada pelo namorado no último domingo, é mais uma vítima a entrar nesta estatística. Rosely Lima Ferreira, vítima de feminicídio em Volta Redonda no domingo
Reprodução/Redes sociais
Mais de 450 casos de violência contra a mulher já foram registrados na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Volta Redonda (RJ) entre janeiro e o dia 9 de abril deste ano.
Um destes casos é o de Rosely Lima Ferreira, de 29 anos, que foi morta asfixiada pelo namorado no último domingo (9). Segundo a Polícia Civil, o acusado levou a mulher já em óbito ao hospital alegando que ela estava desacordada após ter batido com a cabeça no chão ao tentar ajudá-lo a empurrar um carro que havia enguiçado.
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A versão do homem foi considerada incompatível com o laudo da necropsia, que apontou a causa da morte por asfixia por enforcamento. Diante das evidências, o acusado ficou preso. Na tarde de terça-feira (11), ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante uma audiência de custódia.
Rosely tinha 29 anos
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Neste ano, até o dia 9 de abril, a Deam da cidade havia registrado um feminicídio (o de Rosely) e uma tentativa de feminicídio.
Segundo a delegada da Deam de Volta Redonda, Juliana Almeida, entre os diversos crimes de violência contra a mulher, o de ameaça aparece em primeiro lugar de queixas na especializada. Em seguida, vem a violência física e lesão corporal. Em terceiro, a violência psicológica.
“Tem ocorrido bastante registros narrando a violência psicológica e, também, o crime de perseguição, o stalking. Temos feito muitos flagrantes. Esse mês de março nós fizemos 17 flagrantes, o que é muito. Tem aumentado o número de flagrantes, principalmente o crime de importunação sexual dentro de coletivos. Tem sido bastante corriqueiro aqui na cidade de Volta Redonda”, contou a delegada.
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‘Nenhuma mulher está sozinha’
A delegada da Deam de Volta Redonda reforçou ainda a importância de denunciar qualquer tipo de violência contra a mulher.
“A gente só vai conseguir combater a violência de gênero com educação e com a denúncia. A denúncia é muito importante. É muito importante que a mulher perca o medo, tenha coragem e perca a vergonha. Não precisa ter vergonha. Vítima não tem que ter vergonha. Nenhuma mulher está sozinha”.
Em Volta Redonda, a denúncia pode ser feita diretamente na Deam, pelo 190 da Polícia Militar ou pelo aplicativo Maria da Penha Virtual.
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“É importante que você denuncie o fato na Polícia Civil, faça o registro de ocorrência, peça as medidas protetivas que você faz jus pela Lei Maria da Penha. É muito importante que você procure essa ajuda”, completou a delegada.
Juliana ressaltou ainda que a denúncia não precisa ser feita apenas pela vítima, que na maioria das vezes tem medo ou sente vergonha. Qualquer pessoa pode denunciar um caso de violência contra a mulher.
“Você, que é um amigo ou um familiar de alguém que sofre violência doméstica/violência familiar não julgue, ajude. Muitas vezes falta coragem, porque a vítima tem vergonha, tem medo. Não julgue. Ajude essa pessoa. Você também pode e deve denunciar. Já caiu por terra, há muito tempo, que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, concluiu Juliana.
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Deam de Volta Redonda registrou mais de 450 casos de violência contra a mulher entre janeiro e abril deste ano, diz delegada
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