O último sábado (21) foi marcado pelo tragédia que envolveu três veículos na BR-116, em Teófilo Otoni, Minas Gerais. O acidente deixou 41 mortos, sendo considerado um dos maiores já registrado em rodovias federais desde 2008. O ônibus, que transportava 45 pessoas, foi trocado horas antes da tragédia.
Ônibus envolvido em acidente que deixou 41 mortos em MG foi trocado antes da viagem – Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros/ND
A troca de veículo foi relatada por um dos sobreviventes, sendo a informação confirmada ao Estadão pela Emtram, empresa proprietária do coletivo. A substituição e transbordo dos passageiros e bagagens aconteceram na Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro.
Conforme informações do R7, a companhia informou que o ônibus que partiu de São Paulo com destino a Esídio Medrado, na Bahia, precisou ser substituído devido a um problema no sistema de ar-condicionado, que não estava funcionando de forma adequada.
A Emtram afirmou que a substituição teve como objetivo proporcionar maior comodidade aos passageiros. “O ar-condicionado do veículo não estava climatizando o ambiente suficientemente”, informou a empresa em nota.
O que disse sobrevivente do acidente que deixou 41 mortos em MG
Natalício Araújo Ramos, de 41 anos, contou em entrevista à Inter TV dos Vales como conseguiu sair do veículo e o terror vivido no acidente que deixou 41 mortos em Minas Gerais.
Segundo o passageiro, antes da troca, o ônibus em que estavam apresentava um aquecimento em seu interior, gerando um abafamento e desconforto. O veículo foi trocado no Rio de Janeiro e seguiu viagem.
Ramos dormiu e veio a acordar com gritos desesperados dos passageiros, foi quando percebeu que o ônibus estava pegando fogo. Ele conseguiu soltar o cinto de segurança e utilizou uma cortina para se projetar pela janela.
Ele ficou pendurado do lado de fora, e precisou saltar de uma altura de quase dois metros, com ajuda de outro passageiro.
“Eu caminhei desviando das chamas que se espalhavam pelo local do acidente até que outra pessoa me ajudou a alcançar um local mais alto. Era fogo por todos os lados, queimando tudo”, disse.
O sobrevivente sofreu queimaduras leves no rosto, foi atendido em um hospital e já recebeu alta. Ele afirmou que não se lembra de como o acidente ocorreu, pois estava dormindo.
Acidente que deixou 41 mortos em MG foi registrado no sábado (21) – Foto: Reprodução/ND
Motorista de carreta envolvida em acidente tinha permissão para dirigir
De acordo com informações do R7, o motorista da carreta envolvida no acidente que deixou 41 mortos em MG tinha permissão para dirigir.
Apesar da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) de Arilton Bastos Alves ter sido suspensa após uma blitz em 2022, como divulgado inicialmente pela polícia em coletiva de imprensa, o homem recebeu uma liminar do TJ-ES (Tribunal de Justiça do Espírito Santo), que revogou a decisão.
De acordo com a Justiça, o processo foi instruído de forma irregular, por violar regras do CTB (Código de Trânsito Brasileiro). Conforme o documento, “o prazo para expedição das notificações das penalidades previstas no código é de 180 dias”.
No entanto, o “autor afirma que a notificação de penalidade foi emitida 229 dias após a finalização da infração de trânsito”, cita a liminar do TJ-ES.
O motorista fugiu do local após o acidente, e veio a se apresentar à polícia nesta segunda-feira (23), quando prestou depoimento sobre o grave acidente.
“O nosso cliente se apresentou, voluntariamente, espontaneamente. Prestou todos os esclarecimentos necessários à autoridade policial. Respondeu a todas as perguntas e foi liberado. O que aconteceu não foi uma falha humana, foi uma falha mecânica”, esclareceu Raony Scheffer, advogado de Arilton.
A Polícia Civil informou após depoimento do motorista que o pedido de prisão preventiva dele foi negado pela Justiça e, como não cabia a prisão em flagrante, ele foi liberado. As investigações sobre o caso continuam.
Acidente aconteceu após bloco de granito cair de carreta
Segundo informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), o acidente que deixou 41 mortos em MG aconteceu após um grande bloco de granito se desprender de uma carreta, vindo a atingir o ônibus, provocando uma explosão que incendiou o veículo.
Um carro, que seguia atrás da carreta, colidiu com a carreta logo em seguida. Os três ocupantes do veículo sobreviveram ao acidente.
Além dos 41 mortos em MG, ao menos dez pessoas ficaram feridas. Inicialmente, com base em relatos de testemunhas, o Corpo de Bombeiros havia atribuído o acidente ao estouro de um pneu do ônibus. Contudo, as causas estão sendo investigadas pela PRF e pela Polícia Civil de Minas Gerais.
