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Fim de ano da reconstrução: atingidas pela enchente, cidades do Vale do Taquari terão shows e Festival da Bolacha de Natal


Reconstrução, shows itinerantes e ajuda de voluntários marcam data comemorativa nos Vales do estado, atingidos pelas cheias no mês de maio. Ações de voluntários melhoram o fim de ano em regiões atingidas pela enchente no RS
Em 2024, o Natal carrega o propósito de reconstrução para famílias afetadas pela enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em maio deste ano. No Vale do Taquari, uma das regiões mais afetadas pelas cheias, as cidades terão shows itinerantes de música, programação para abrigados e até um Festival de Bolacha de Natal, realizado em uma praça onde a água atingiu 1,8 metro em maio.
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Ainda é possível ver as cicatrizes que a enchente deixou. “Neste ano o Natal vai ser bem diferente, sem decoração pois a enchente levou toda, mas acho que Natal a gente faz no coração da gente”, relata a confeiteira Cláudia Wegner.
No RS, 183 pessoas morreram em decorrência da tragédia climática. Foi a pior enchente já registrada na história do estado gaúcho.
Em Sinimbu, 100% do comércio e serviços do município foram afetados pela cheia do Rio Pardinho. O café colonial da Cláudia, que fica na zona rural, teve a estrutura condenada pela cheia (veja foto abaixo).
Café colonial destruído pela enchente de maio na zona rural de Sinimbu
Reprodução/ RBS TV
A enxurrada levou toda a produção de doces e os instrumentos de trabalho. Nesta época de Natal, a Cláudia aproveitou a tradição germânica de fazer bolachas que aprendeu com a mãe e com a avó para voltar a trabalhar com os doces.
“As minhas mãos que fazem a bolacha são as mesmas mãos que não me deixam parar de sonhar, então a gente vai trabalhando, conquistando as coisas”, conta Cláudia.
Cláudia Wegner
Reprodução/ RBS TV
As vendas foram impulsionadas pela mobilização da comunidade, que organizou o Festival da Bolacha de Natal, um evento que busca incentivar a recuperação econômica do comércio e agroindústrias do município. Na mesma praça central da cidade onde acontece o festival, a água ultrapassou 1,8 metro de altura.
“A gente vê que a gente consegue, depois de tudo que aconteceu, se reerguer, se reorganizar, na verdade, como cidade, com os comércios”, explica Thomas Koch, presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sinimbu.
Esperança que chega pela arte
Show itinerante em Cruzeiro do Sul com a cantora e idealizadora Isabela Fogaça
Reprodução/ RBS TV
Para nove cidades gaúchas, o convite para voltar a sonhar está na carona de um caminhão. Um show itinerante percorre municípios afetados pela cheia com música e brincadeiras. A cantora Isabela Fogaça é a idealizadora da ação.
Em Cruzeiro do Sul, o evento encantou dezenas de pessoas nesta semana (veja foto acima).
“A gente se sente acolhido, se sente bem apesar de tudo. A gente ainda está com sentimento de dor, de perda, mas é acolhedor, aconchegante”, conta Jéssica da Silva, que acompanhou o show com a família depois de ter perdido a casa na cheia.
Uma casa como presente de Natal
Atingidos pela enchente em ginásio de Encantado
Reprodução/ RBS TV
De acordo com o governo do estado, 1.233 pessoas seguem em abrigos no Rio Grande do Sul.
Para tornar a espera por um lar mais leve, uma ação foi realizada no abrigo onde estão mais de 190 pessoas em Encantado. Para Nicole, de sete anos, o pedido para o Papai Noel é de uma casa para poder brincar. Ela e os pais estão desde a enchente de setembro em abrigos.
As famílias que estão no local vão ser encaminhadas para módulos habitacionais disponibilizados pelo governo do estado ainda nesta semana.
“É uma sementinha do bem, esperança, positiva de que sempre existe um amanhã, que o recomeço sempre é possível”, afirma Denise Barronio, psicopedagoga responsável pela ação.
Ajudantes do Papai Noel no Vale do Rio Pardo
Papai Noel e a voluntária Daiane Ellwanger, em Vera Cruz (RS)
Reprodução/ RBS TV
Desde maio, uma equipe de voluntários segue auxiliando afetados pela enchente. Sem parar, pessoas que trabalharam o ano todo agora adotam cartinhas de crianças afetadas pela cheia. A Daiane Ellwanger é uma dessas voluntárias em Vera Cruz.
“O exemplo arrasta. Então, se eu puder fazer algo para ajudar alguém e criar uma sementinha no coração dessa pessoa pra ela ajudar outra pessoa é isso que importa. Desejo para as famílias gaúchas neste Natal que elas não percam essa força, essa união que o gaúcho tem”, diz a voluntária.
Os voluntários afirmam que não tem data para parar. O grupo se formou a partir de aplicativos de mensagens e segue ativo até hoje.
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