Você já ouviu falar de autossexualidade? O termo ficou famoso após a empresária e socialite americana Kourtney Kardashian revelar durante uma entrevista com o apresentador Casey Tanner, que se considera “autossexual”, o que significa que sente atração sexual ou romantismo por si mesma.
Kourtney revelou durante entrevista que possui essa orientação sexual – Foto: Kourtney Kardashian Barker/@kourtneykardash/Instagram
Mas o que é a autossexualidade? É uma orientação sexual em que a pessoa sente maior atração sexual por si mesma do que pelos outros.
Isso não significa que alguém autossexual não se relacione sexualmente com outras pessoas, mas que sente maior excitação sexual consigo mesma. Muitas vezes, essa preferência se reflete na priorização da autoestimulação em relação ao sexo com parceiros.
Embora o tema ainda não tenha sido amplamente estudado, a médica e psicanalista Carmelita Swiner explica que a orientação sexual pode variar em intensidade, existindo em um continuum. Algumas pessoas autossexuais têm fantasias, sonhos e desejo sexual voltados para si mesmas, enquanto outras conciliam essa orientação com envolvimentos românticos ou sexuais com terceiros.
O que é autossexualidade, autorromantismo e autoerotismo?
Essa orientação sexual está ligada à atração sexual por si mesmo, enquanto o autorromantismo foca no relacionamento amoroso consigo próprio. Pessoas autorromânticas tratam a relação consigo mesmas como fariam com um parceiro romântico, investindo em gestos de amor, como presentes e momentos especiais.
Já as pessoas autossexuais sentem uma intensa conexão sexual consigo mesmas, podendo ou não buscar interações com outras pessoas.
A autossexualidade está ligada à atração sexual por si mesmo, enquanto o autorromantismo foca no relacionamento amoroso consigo próprio – Foto: Canva/ND
Autossexualidade e autoerotismo
Embora ambos os conceitos sejam frequentemente confundidos, o autoerotismo refere-se ao ato de masturbação, que é universal e natural. Já a autossexualidade é uma orientação sexual, envolvendo atração física e emocional por si mesmo, algo mais profundo e abrangente.
Vale lembrar que práticas de autoerotismo mais arriscadas, como a asfixia erótica, não têm relação direta com a autossexualidade e podem ser perigosas, segundo a psicanalista.
Mitos e realidades sobre a autossexualidade
A autossexualidade ainda é alvo de dúvidas e preconceitos devido à falta de pesquisas aprofundadas. Segundo Swiner, muitas vezes, é associada equivocadamente ao narcisismo ou considerada algo “anormal”. No entanto, especialistas reforçam que a sexualidade humana é diversa e merece ser explorada de forma saudável e respeitosa.
Conforme a especialista, existem muitos mitos que rodeiam o autossexualidade – Foto: Freepik/ND
Um mito comum é que pessoas autossexuais não têm interesse em relações com outras pessoas, o que não é verdade, conforme a médica. Algumas preferem a autoestimulação, mas ainda buscam conexões românticas ou sexuais. Para outras, a autossexualidade surge após experiências traumáticas ou relacionamentos malsucedidos, levando-as a priorizar o amor-próprio.
