Desde o anúncio oficial da federalização do Porto de Itajaí, feito nesta terça-feira (17) pelo Ministério dos Portos e Aeroportos, autoridades catarinenses têm se manifestado a respeito do futuro do terminal.
Veja o que autoridades falaram sobre o anúncio da federalização do Porto de Itajaí
Jorginho Mello
O governador catarinense Jorginho Mello (PL) fez duras críticas ao anúncio em vídeo publicado após a reunião que marcou o início do processo, ocorrida em Brasília. Na publicação, Mello deixa claro que entrará na Justiça contra a descentralização.
“Estou indignado com a decisão do governo federal de transferir a autoridade portuária para São Paulo. O povo de Itajaí não aceita isso. A assinatura foi para um advogado da cidade, mas subordinado à Companhia Docas de SP. Isso é uma vergonha, Santa Catarina não merece essa sacanagem. Vamos à justiça!”, escreveu.
Volnei Morastoni
Ao ND Mais, o atual prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), falou sobre a federalização. O prefeito alega que, desde que assumiu a Prefeitura em 2017 defende a manutenção da Autoridade Portuária Municipal de Itajaí.
“Em janeiro daquele ano já enviamos documento ao governo federal fazendo essa solicitação e ao longo dos últimos oito anos tivemos diversas reuniões e mandamos inúmeros ofícios solicitando a permanência da gestão municipalizada em nosso terminal portuário”, diz.
O prefeito atribui o imbróglio a uma questão de política. “Infelizmente, desde a última eleição, sinto que a questão foi envolvida em uma polarização política que prejudicou muito esse pleito. A gestão municipalizada do Porto de Itajaí sempre foi um desejo nosso e acredito que também de toda a cidade”, finalizou.
Robison Coelho
O prefeito eleito Robison Coelho (PL), que assume a gestão de Itajaí em menos de 15 dias, também reagiu ao anúncio de federalização. Em nota, ele classificou a medida como uma “decisão unilateral, tomada sem a devida consulta aos diversos setores da sociedade, à população e aos representantes locais”.
“É uma decisão tomada de forma precipitada, sem o envolvimento de quem realmente entende a dinâmica do Porto e da cidade, e os impactos que ele tem para Itajaí”, afirmou Coelho. “Itajaí sempre foi um porto referência no Brasil, e essa mudança já foi ensaiada em 2023 pelos mesmos interlocutores”.
O prefeito eleito também pontuou preocupação sobre uma possível “centralização do poder em Brasília”. Conforme Coelho, “a federalização traz um grande risco de centralização do poder em Brasília, o que pode afastar Itajaí das decisões que mais nos afetam. Agora, com a União no controle, temos que ficar atentos para que nossa cidade não perca autonomia em prol de interesses distantes”.
Coelho ressaltou, no entanto, que como prefeito de Itajaí, pretende dialogar com o governo federal. “Minha missão será trabalhar para que a cidade de Itajaí não seja mais prejudicada do que já foi por essa decisão. Precisamos garantir que, mesmo com a federalização, o Porto continue a ser uma ferramenta de desenvolvimento para nossa população”, concluiu.