Handout
O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, não compareceu nesta quarta-feira (18) ao órgão de combate à corrupção do país, ao qual havia sido convocado para prestar depoimento sobre sua tentativa fracassada de promulgar uma lei marcial.
Investigadores da Agência de Investigação de Corrupção (OIC) convocaram o Suk Yeol para prestar depoimento às 10H00 (22H00 de Brasília, terça-feira) em sua sede como parte da investigação por acusações de insurreição e abuso de poder.
“O presidente Yoon não compareceu à convocação”, afirmou um funcionário da OIC à AFP.
Yoon foi destituído no fim de semana passado pelo Parlamento, após a promulgação em 3 de dezembro da lei marcial, que durou poucas horas e deixou o país em sua maior crise política em décadas.
Os advogados de Yoon afirmaram na terça-feira que ele não cometeu insurreição e prometeu lutar nos tribunais, segundo a agência de notícias Yonhap.
“Apesar de não considerarmos válidas as acusações de insurreição, cumpriremos a investigação”, disse o assessor jurídico Seok Dong-hyeon, citado pela Yonhap.
A OIC anunciou esta semana que enviou a intimação a Yoon, mas que o documento foi devolvido depois que uma pessoa não identificada do gabinete presidencial se recusou a receber a notificação.
A ausência de Yoon nesta quarta-feira “será considerada uma violação da primeira intimação”, advertiu a OIC em um comunicado.
Agentes da OIC cogitavam enviar outra intimação, mas o diretor do organismo, Oh Dong-woon, disse ao Parlamento na terça-feira que os investigadores estão “revisando” a emissão de um mandado de prisão.
Yoon está sendo investigado por promotores sul-coreanos e por uma equipe conjunta da polícia, do Ministério da Defesa e de investigadores de combate à corrupção.
O Serviço de Segurança Presidencial bloqueou “a tentativa da equipe conjunta de investigação de apreender um servidor de computadores” na presidência, revelou a Yonhap nesta quarta-feira.
Yoon e membros de seu círculo próximo enfrentam o risco de prisão perpétua ou até mesmo pena de morte, se forem considerados culpados.
O ex-presidente está proibido de viajar para o exterior.
Ao mesmo tempo, a Corte Constitucional sul-coreana debate se ratifica ou não o impeachment de Yoon.
O tribunal ordenou que Yoon apresente o decreto de lei marcial e as atas das reuniões do gabinete realizadas imediatamente antes e após o anúncio.
Os juízes têm seis meses para decidir o caso de Yoon.