Walter Gonçalves está preso temporariamente em Itajaí. Crime foi motivado por herança, segundo a Polícia Civil, e aconteceu em 23 de novembro. O g1 tenta contato com a defesa do suspeito. Preso suspeito pela morte do casal, filho lamentou mortes horas após assassinatos
Redes sociais/Divulgação
Walter Gonçalves, filho do casal achado morto e amordaçado nos fundos de casa em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, lamentou os assassinatos da mãe e do padrasto horas após a o crime. Ele está preso temporariamente suspeito pelo duplo homicídio. O g1 tenta contato com a defesa do investigado.
“Irei amar vocês para sempre, meus amores”, escreveu na legenda de uma foto publicada nas redes sociais. A Polícia Civil afirma que a motivação do crime era a intenção de receber a herança (entenda mais abaixo).
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Susimara Gonçalves de Souza, 42 anos, e Pedro Ramiro de Souza, 47 anos, foram assassinados na madrugada de 23 de novembro, logo após chegarem em casa de um jantar. Câmeras da casa vizinha registraram a entrada do casal, seguida de um grito surpreso da mulher (assista abaixo).
O filho, de 24 anos, já aguardava na casa dos pais há pelo menos duas horas, segundo a investigação (veja a cronologia do crime abaixo). Acompanhado de um comparsa, ainda permaneceu por mais uma hora na residência antes de fugir, informou a polícia.
“Temos a convicção de que ele [filho] estava na residência naquele momento [dos assassinatos]. Inclusive, foi ele quem ingressou com o outro suspeito”, disse o delegado Roney Péricles.
No dia seguinte, também foi ele quem acionou os bombeiros dizendo ter encontrado o casal morto. Alegou que, como não teve mais resposta da mãe, foi até a residência para saber o que havia acontecido.
Vídeo mostra chegada de casal de empresários morto em Itajaí
Além da prisão do suspeito, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em dois endereços ligados ao suspeito, com recolhimento de aparelhos telefônicos, computadores e vestimentas.
As investigações continuam para identificar o comparsa do suspeito e se há mais pessoas envolvidas.
“As demais circunstâncias e a identificação dos demais envolvidos serão melhor esclarecidas com a análise dos aparelhos telefônicos apreendidos na referida ação”, reforçou a Polícia Civil, em nota.
Cronologia do crime
O delegado detalhou a cronologia do duplo homicídio.
suspeito e comparsa chegam à casa das vítimas mais de duas horas antes de o casal voltar para a residência
eles chegaram ao local de bicicleta, mas um dos autores deixou uma moto estacionada a dois quilômetros da casa do casal
um dos homens estava de capacete e capa de chuva e o outro, de boné
eles entraram na casa usando um controle remoto para abrir um portão da residência
os dois ficaram dentro do imóvel esperando as vítimas
antes de voltar para casa, o casal havia saído para jantar, ido a um karaokê e passado em uma lanchonete para comprar comida para ser consumida na residência
o casal chegou em uma caminhonete à 0h53 de sábado. A entrada das vítimas na casa foi registrada por uma câmera de segurança
após o casal entrar no imóvel, pouco tempo depois se ouve um grito da mulher
suspeito e comparsa permaneceram por mais uma hora na casa e saíram pelo portão usando o controle remoto. Dentro dessa uma hora, cometeram o duplo homicídio
Desejo pela herança
A Delegacia de Homicídios fala em crime premeditado, ressaltando que o envolvido “iria se beneficiar do patrimônio do casal”.
“Óbvio que não descartamos novos elementos para que possamos melhor esclarecer, mas, nesse primeiro momento, ficou bem evidente para a equipe porque se tratava realmente de um herdeiro direto do casal”.
Segundo o delegado, embora Walter fosse enteado de Pedro, ele chamava o homem de pai. O casal estava junto há 11 anos e tinha uma loja de forro e decorações.
“Até aqui, a investigação demonstra que a motivação estaria diretamente relacionada aos bens do casal, sobretudo à questão da empresa, em relação à empresa que o casal tinha e que havia um interesse do investigado de administrar essa empresa”, resumiu.
Como a polícia chegou ao suspeito
Ramiro e Susy, encontrados mortos em Itajaí, no Litoral Norte de SC
Reprodução/Redes Sociais
Câmeras de segurança ajudaram a investigação a chegar ao filho como suspeito do crime. “Chegamos a analisar sobretudo a rotina do casal naquela noite, para verificar se alguém os estava seguindo”, disse o delegado.
“Tinham saído para jantar. Tivemos imagens detalhadas do casal tanto do jantar, karaokê, lancheria para levar lanche para casa. Não havia ninguém perseguindo, nenhum tipo de situação de autoria mais casual”, detalhou.
Dessa forma, a polícia começou a reunir elementos de que o crime não foi cometido por assaltantes que não conheciam o casal, mas foi planejado.
As câmeras também ajudaram na rota após o crime. “Passamos a buscar imagens para que fechasse o percurso, o trajeto que ele fez após a saída do local. Conseguimos fechar esse percurso justamente na casa em que residia o investigado”.
O casal estava junto há 11 anos, segundo amigos. Os dois tinham um uma loja de decoração na cidade e imóveis na região. O homem é natural de Blumenau e a mulher, de União da Vitória, no Paraná.
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