Santa Catarina teve uma queda no número de homicídios e feminicídios, quando comparado com o último ano. Segundo o Diretoria de Inteligência da Polícia Civil do Estado, os índices de homicídios ficaram em −0,23% e de feminicídios −6,0%.
Números de homicídios caiu em SC
Em 2023, Santa Catarina passou a ser o Estado mais seguro do Brasil. Segundo o Governo do Estado, em 2023, a Polícia Civil contabilizou 81,07% de elucidação da autoria das mortes violentas. O que significa que foram 602 assassinatos contra 642 no ano anterior.
“A meta nos dois primeiros anos do governo Jorginho era atingir de 75% a 77% o índice de resolução, que são os índices do Canadá e da Holanda, respectivamente, nós conseguimos atingir 81,07%”, pontuou o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel.
Em Blumenau, a realidade não foi muito diferente. Segundo a Polícia Civil, houve uma queda no número de homicídios na comparação com o ano passado. Em 2023, foram 16 casos, já em 2024, o número caiu para 7 casos até o momento.
O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, afirmou ainda que a polícia está trabalhando para atingir o patamar de um estado em que as pessoas não tenham preocupação com segurança.
“Esse é o nosso grande objetivo: crimes acontecem, furtos acontecem, roubos acontecem, mas nós estamos trabalhando diariamente sob a coordenação do governador Jorginho para diminuir esses índices e prender esses criminosos”, finalizou.
Feminicídios em Blumenau aumentaram
A realidade de Blumenau foi um pouco diferente quando se trata de feminicídios. Segundo a Polícia Civil, dois casos de feminicídios foram registrados na cidade ao longo de 2023, número que dobrou em 2024.
O aumento de 50% assusta, uma vez que, segundo o Observatório da Violência contra a Mulher, Santa Catarina teve uma queda. Durante 2023, o estado registrou 57 mortes por feminicídio. Já, até outubro de 2024, foram 46 casos.
O delegado ainda explica que há um trabalho da Polícia Civil que envolve a prevenção e a repressão do crime, para que o número de feminicídios diminua.
“A questão envolvendo a prevenção de feminicídio perpassa por é investimentos que já estão acontecendo na área de. Ações que façam com que a vítima seja encorajada a procurar uma delegacia. Na questão repressiva, a gente tem procurado intensificar ações que visem. Fazer com que aquele registo de ocorrência de ameaça de lesão corporal”, explica o delegado.
“A gente tem buscado isso, fazer com que haja uma conscientização das mulheres para registrar a ocorrência, busquem uma nova vida e também a importância de é em ser registado o crime. No ano passado, a gente fez um estudo em cerca de 15% das vítimas de feminicídio acabaram registrando ocorrências. As outras 85 não registraram”, completa Ulisses.
Relembre os casos de feminicídio de 2024 em Blumenau
O primeiro caso do ano, teve o autor crime julgado na última terça-feira (19). O homem foi submetido ao Tribunal do Júri e condenado a 18 anos e 8 meses de prisão.
Ione Maria dos Santos, de 36 anos, foi morta pelo companheiro em 14 de janeiro, após uma briga motivada por ciúmes. O crime ocorreu em um condomínio no bairro Salto do Norte.
A mulher era natural de Campo Bonito, no Paraná, e trabalhava como zeladora no próprio condomínio. Na época do ocorrido, uma amiga relatou ao ND Mais que o casal vivia um relacionamento de sete anos e não tinha filhos.
Em março, Fernanda Aline Reinard também foi vítima de feminicídio. Ela não compareceu no trabalho e um colega foi até a casa. Na residência, o colega de trabalho encontrou manchas de sangue, localizou o corpo da jovem de 25 anos. Uma conta da Netflix, serviço online de streaming, ajudou a Polícia Civil de Blumenau, no Vale do Itajaí, a confirmar quem era o autor do crime.
Um mês depois, Aline Silva Costa, de 21 anos, foi morta a facadas pelo marido, de 43 anos, enquanto o filho de 4 anos estava em casa. Os dois tinham se mudado para a casa há cerca de um ano, vindos do Pará.
Na residência, moravam ainda a mãe e o padrasto de Aline. Conforme a Polícia Militar, a princípio, não havia histórico de violência doméstica envolvendo o casal. O suspeito do crime ainda teria atentado contra a própria vida após o crime e foi encaminhado para o Hospital Santa Isabel, mas recebeu alta e foi preso dias depois.
O mais recente, e último caso de feminicídio até o momento em 2024, foi o de Livia Christine Silva Amaro, de 25 anos. O corpo foi encontrado no bairro Velha Central, em Blumenau, parcialmente queimado e escondido em um amontoado de capim.
Conforme a Polícia Civil, a vítima foi morta após um programa sexual, em 9 de setembro. O principal suspeito do crime, um homem de 23 anos, assumiu a autoria e foi preso dias depois.
Ainda conforme a polícia, o homem disse que Livia o teria atacado com uma faca da residência. O suspeito alegou que agiu em legítima defesa e que durante a suposta luta corporal, a mulher teria se autolesionado de três a cinco vezes na região dos braços, barriga e pescoço.
O homem notou que Livia estava morta e escondeu o corpo em uma mata atrás da própria residência. Na madrugada do dia seguinte, ele ateou fogo no corpo, mas apagou e decidiu apenas ocultar o cadáver.
Como denunciar a violência contra a mulher?
Além do Disque Denúncia 181, a Polícia Civil de Santa Catarina tem um website exclusivo para registro de boletins de ocorrência em casos de violência contra a mulher.
As denúncias são homologadas e encaminhadas diretamente para as Delegacias de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) da região onde o fato ocorreu, para o início da investigação.
Também é possível se comunicar diretamente com a PCSC por WhatsApp ou Telegram, para o envio de denúncias sigilosas ou anônimas. Basta enviar mensagens com dados do ocorrido, com fotos, vídeos ou documentos para ajudar nas investigações criminais, no número (48) 98844-0011.