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5 mil km? 10 mil km? Qual é o melhor momento para trocar o óleo do carro? Veja dicas


Escolher um bom produto é fundamental para manter a temperatura do motor, para baixar o índice de emissões de poluentes e até a economizar combustível. Mas existe a hora certa para substituir o óleo e garantir o bom funcionamento do propulsor. Escolher um óleo lubrificante automotivo correto para o seu carro é a melhor escolha para não prejudicar o funcionamento do motor
Comauto/Divulgação
Manter a manutenção do carro em dia é o melhor caminho para evitar custos excessivos com peças e mão de obra. E o óleo lubrificante é fundamental para que o motor funcione de forma plena.
Mas quando trocar? Há um intervalo definido? Não há resposta única, mas uma regrinha básica te ajuda não deixar o motor do carro desprotegido: o melhor momento para a substituição do óleo é indicado no manual do proprietário.
“A principal orientação é se atentar ao momento da troca que é indicado pela fabricante. Existem casos de 5 mil km, 10 mil km, 15 mil km e por aí vai. Usualmente, se usa óleo para 10 mil km ou limite de 12 meses”, diz Alexandre Dias, proprietário do Grupo Guia Norte Auto Center.
A maioria das montadoras disponibiliza uma versão na internet, caso o motorista tenha perdido o livro físico. Como exemplo, o g1 consultou o manual do Volkswagen Gol Last Edition, que indica que a troca de óleo deve ser feita a cada 10 mil quilômetros ou 12 meses, prevalecendo o que ocorrer primeiro.
Perdeu o manual do carro? É fácil encontrar na internet, como este do VW Gol Last Edition.
Divulgação | Volkswagen
Contudo, o manual ressalta que o motorista precisa checar “condições adversas”, que pedem uma troca preventiva.
Veja abaixo a lista.
Trânsito frequente (anda e para, tráfego urbano), em que o motor permanece um longo período em marcha lenta; 🚗🚙🚚🛻🚛💨
Trajetos curtos, abaixo de 8 km diários;
Em situações de longa inatividade;
Estradas ou vias ruins, com alto índice de poeira ou sem pavimentação;
Em vias com índice elevado de partículas suspensas (em regiões de indústria de mineração, cimento e siderurgia, marmorarias e salinas);
Trânsito com reboque ou rodagens com carga.
Tem mais dúvidas? Veja perguntas e respostas abaixo
📆 Quando trocar o óleo do carro?
🏍️ E o óleo para as motos?
🛢️ Quais são os tipos de óleo?
✅ Qual óleo escolher?
❌ Pode misturar ou completar o óleo?
💸 Para economizar, posso trocar o tipo de óleo?
🏆 Lubrificante mais caro é melhor?
⚠️ Quais problemas o motor pode ter ao não utilizar o óleo correto?
🏍️ E o óleo para as motos?
Para motos, as trocas devem ser feitas em intervalos de quilometragem e tempo menores, como é o caso da Honda CG 160, a mais vendida do Brasil. A substituição, segundo a Honda, deve ser feita a cada 12 meses ou 6 mil km.
Para a scooter Elite 125, no entanto, o serviço é exigido a cada 4 mil km. Desta forma, a orientação dos especialistas é a mesma: consultar o manual ou o site da montadora é imprescindível para não perder os prazos e a garantia.
Picape e SUV são ofertados abaixo da tabela para renovar os estoques das lojas
🛢️ Quais são os tipos de óleo?
Antes de pensar em trocar o tipo de óleo do seu veículo, é preciso entender quais são as opções disponíveis no mercado. Afinal, essa é a primeira informação que o consumidor precisa saber antes de abrir a carteira.
São três tipos:
Minerais;
Semissintéticos;
Sintéticos.
▶️ Os minerais, normalmente mais baratos, são os lubrificantes que possuem menos tecnologia em sua formulação. Eles têm um preço menor, duram menos e são feitos para atender carros mais antigos. O óleo mineral 20W 50 é utilizado no Volkswagen Fusca, por exemplo.
▶️ Os semissintéticos também são conhecidos como “óleo composto”, pois ficam entre o mineral e o sintético. Eles também carregam aditivos que ajudam a melhorar a performance dentro do motor, mas são mais acessíveis que os sintéticos. O Ford Escort 1.8 é um dos clássicos que utiliza a formulação semissintética com viscosidade 15W40.
▶️ Já o sintético é o mais desenvolvido e com total foco em desempenho, uma vez que carrega muito mais tecnologia que os outros dois, e é exigido pelos motores mais modernos. Todos os veículos que saem de fábrica atualmente utilizam essa composição, que é produzida para reduzir atrito, aumentar a eficiência no uso do combustível e diminuir a temperatura de trabalho do motor, entre outras funções, como evitar corrosão das peças internas.
“Óleos lubrificantes não devem ser misturados, pois poderão perder suas características especialmente desenvolvidas para um determinado motor”, argumenta Bruno Santos, consultor técnico automotivo dos lubrificantes Mobil.
“A formulação de um lubrificante é meticulosamente balanceada para atingir a alta performance e, por isso, não deve ser misturada com outros óleos.”
✅ Qual óleo escolher?
De volta ao manual do Volkswagen Gol Last Edition, é possível ver na imagem abaixo que o livro indica uma classe específica de óleo lubrificante para o veículo: “utilizar somente a especificação de óleo do motor expressamente aprovado pela Volkswagen”.
Perda de garantia: usar óleo não recomendado
Divulgação | Volkswagen
Outro ponto importante, segundo Bruno Santos, da Mobil, é se atentar sempre a viscosidade e especificação técnica requeridas pelo manual do proprietário.
“É fundamental que o lubrificante esteja de acordo com o exigido pelo fabricante do veículo, garantindo assim que ele foi aprovado pela utilização nesses modelos”, diz.
A viscosidade, citada por Santos, está indicada em letras grandes na frente da embalagem, conforme indicado na imagem abaixo.
A viscosidade está sempre indicada no frasco do lubrificante
Imagem de internet
De acordo com o especialista, a viscosidade ideal é definida pelo fabricante do veículo durante o desenvolvimento do motor. Cada propulsor pode exigir uma viscosidade diferente, dependendo do seu desempenho, para que a eficiência da sua fabricação seja maximizada.
“Por isso, existem lubrificantes das mais variadas viscosidades para atender todos os tipos de motor. O que temos visto é o desenvolvimento de lubrificantes cada vez menos viscosos devido a busca por uma maior eficiência energética e economia de combustível”, afirma o especialista.
Essa fluidez do óleo é delimitada por números e letras, como no caso de 0W30, 10W40 ou 20W50.
As siglas indicam a capacidade de escoamento no frio (W de “winter”, inverno em inglês) e em temperatura normal (sem o W). Os números são apenas apontamentos técnicos do quão “fino” ou “espesso” é o óleo nos dois cenários.
Ainda de acordo com o manual do Gol Last Edition que utilizamos como exemplo, cada veículo possui uma norma específica para óleo.
O do hatch é VW 508 88. Aparentemente, este código não significa muita coisa, mas é isso que indica que é o óleo correto para aquele carro. “Essa norma deve estar descrita na embalagem do lubrificante”, aponta o livreto.
A indicação da norma exigida pela montadora também aparece no rótulo
Divulgação | Mobil
💧 Viscosidade
O termo “viscosidade” se refere a resistência de um fluido ao escoamento. Em outras palavras, define se um líquido é “fino” ou “grosso”. Exemplo: ao virar um copo cheio de cabeça para baixo, a água escorre mais rápido do que o azeite.
Esse mesmo critério é utilizado para estabelecer a fluidez de um óleo lubrificante automotivo. Utilizar um mais fino ou mais espesso que o indicado traz prejuízos ao propulsor, conforme explica o especialista da Mobil Bruno Santos.
“Óleos mais grossos exigirão maior esforço do motor, enquanto óleos mais finos podem não fornecer a proteção necessária, ou seja, a lubrificação poderá ser comprometida.”
❌ Pode misturar ou completar o óleo?
Apesar de não ser ideal, existem alguns cenários nos quais é possível misturar óleos. A ressalva é que essa mistura só deve ocorrer em casos extremos.
Ao misturar, é preciso utilizar apenas os óleos aprovados pela norma. Isso porque, segundo os especialistas, aditivos (composições químicas) presentes nos lubrificantes podem conflitar e, como veremos adiante, podem gerar um resultado não esperado.
Abaixo, algumas funções dos aditivos:
Anticorrosivos;
Antioxidantes;
Antiespumantes;
Detergentes;
Antidesgaste.
“Não se deve misturar essas especificações nem as marcas, porque haverá incompatibilidade química que irá acarretar em perda da eficiência e até formação de borra”, explica Tenório Jr., proprietário da oficina JR Automotiva.
Dias, do Grupo Guia Norte Auto Center, corrobora com a perspectiva de Tenório: “Ou se usa um sintético, ou um semissintético ou mineral. Às vezes o motor pode até funcionar, mas a longo prazo haverá uma baita dor de cabeça porque o motor certamente vai apresentar problemas”.
Já para completar o óleo, é necessário ainda mais atenção. O manual indica: “se em situação de emergência não houver nenhum óleo de motor aprovado pela norma, provisoriamente pode-se utilizar outro óleo de motor. Porém, recomenda-se assim que possível procurar uma oficina para que a troca de óleo seja executada com óleo aprovado”.
Ou seja, se o carro parar na estrada e a única solução seja completar com o óleo que tiver à disposição para sair daquela situação de risco, o lubrificante pode ser utilizado. Mas é necessário fazer a troca o mais rápido possível para não danificar partes internas do motor.
Completar o óleo nunca é indicado, exceto em situações de emergência
Divulgação | Volkswagen
💸Para economizar, posso trocar o tipo de óleo?
Os especialistas e o manual do proprietário afirmam que não, mas é preciso aprofundar nessa questão. Há um mito no mercado automotivo que diz que quanto mais velho o motor fica, ou seja, quanto mais quilometragem ele acumula, mais espesso deve ser o óleo que ele utiliza.
▶️ Origem da dúvida: muitos consumidores acreditam que as peças do motor passam a ter folga com o tempo. Mas se a manutenção for feita como se deve, no período adequado e com as peças devidas, as folgas serão irrelevantes e não vão exigir outro tipo de óleo.
“É realmente um mito, porque tem que utilizar o mesmo tipo de óleo até o fim da vida do motor. Antigamente, os carros utilizavam óleos minerais ou semissintéticos para compensar o desgaste das peças internas do propulsor. Os desgastes e as folgas em anéis, pistões, camisas e bronzinas eram compensados por um óleo mais viscoso, mas é uma prática completamente errada”, afirma Dias, do Guia Norte.
“As montadoras testam os motores por milhares de quilômetros e elas não indicam que a troca seja feita com o passar dos anos. E nos motores modernos não aplica mais óleo semissintético; é só o sintético.”
🏆 Lubrificante mais caro é melhor?
Não adianta comprar um lubrificante mais caro imaginando que os benefícios serão maiores.
Os especialistas consultados pelo g1 afirmam que o que determina a qualidade de um lubrificante é a tecnologia embarcada em sua formulação, através de aplicação de aditivos, que vão fazer com que as especificações técnicas requeridas sejam atendidas.
“Essa robustez técnica do lubrificante pode fazer com que ele fique mais caro. Entretanto, um determinado óleo caro pode não ser o ideal para aquele veículo. Existem diversos tipos de lubrificantes desenvolvidos para diferentes tipos de motor, portanto, é necessário avaliar os requerimentos técnicos indicados”, orienta Santos, da Mobil.
Dias, da oficina Guia Norte, diz que se engana quem acredita que óleos mais caros são melhores: “É mito porque não significa que óleo mais caro é o correto”.
“Às vezes, ele só tem preço mais elevado por ter mais tecnologia, mas nem sempre é aquilo que o motor pede. Isso quer dizer que o consumidor só estará gastando mais dinheiro sem necessidade, pois ele não estará resolvendo o problema do veículo.”
Como saber se um carro passou por enchente?
⛓️‍💥 Correia banhada a óleo
O tema sobre a escolha do óleo correto merece um capítulo à parte. Nos carros mais modernos, com motores turbinados, é comum encontrar correia de comando do cabeçote banhada a óleo.
Isso quer dizer que o mesmo óleo que lubrifica o motor também é responsável por manter o bom funcionamento desta correia. E é justamente a utilização do óleo correto que pode manter a vida útil dela, conforme indica o fabricante.
“Esse tipo de correia dentada, banhada a óleo, fica na parte interna do propulsor e é preparada para trabalhar sendo lubrificada o tempo todo. O óleo errado estraga, diminui a durabilidade e ela pode até estourar”, explica Dias, do Guia Norte.
Segundo Bruno Santos, da Mobil, correntes e correias banhadas a óleo são submetidas a uma oxidação ainda mais severa em relação à temperatura. Portanto, é ainda mais importante a utilização de um óleo de qualidade que atenda as especificações do fabricante do veículo.
“É fundamental que o óleo seja compatível com o material da correia/corrente. Esses óleos são especialmente desenvolvidos para essa aplicação e passam por severos testes como o de compatibilidade com elastômeros [materiais que possuem propriedades elásticas]”, diz ele.
“O uso de um óleo inadequado pode corroer e danificar a corrente/correia, comprometendo sua vida útil, fazendo que seja necessária sua troca bem antes do determinado pelo fabricante do veículo.”
De acordo com o reparador independente Tenório Jr., a conta pode ficar salgada quando o consumidor não se atenta às especificações exigidas no manual.
“Já tive casos na minha oficina nos quais o consumidor utilizou o lubrificante errado e a correia foi simplesmente corroída pelo óleo. Aí a conta fica bem cara, porque quando a correia estoura, as movimentações de válvulas conflitam com a do pistão e uma peça se choca com a outra. Quando as peças colidem, o estrago é grande”, diz ele.
Alexandre Dias, da Guia Norte Auto Center, não se pode usar outro tipo de óleo em hipótese alguma.
“Imagine o seguinte: se esse óleo não tem as moléculas específicas para banhar aquela correia; se ele oxida de uma forma mais rápida e agride as peças metálicas do motor, imagina o que ele fará com a borracha da correia, que é um material muito mais sensível. Por essa razão, tem que fazer a troca pelo lubrificante correto, específico para aquele carro.”
Correia dentada banhada a óleo pode romper com o lubrificante errado
Guia Norte
⚠️ Quais problemas o motor pode ter ao não utilizar o óleo correto?
Um óleo é resultado da parceria entre a fabricante do motor e a do lubrificante. Todas as especificações são determinadas por meio de milhares de testes, antes de aprovar uma fórmula ideal para um lubrificante.
Portanto, um óleo equivocado, além de não cumprir a função exigida pela montadora, pode trazer consequências severas para o bolso do consumidor.
“Existem diversos riscos que o uso de um óleo errado pode causar ao motor, como formação de borras e depósitos, desgaste excessivo de peças do motor, além do superaquecimento, podendo até fundir o motor. Existe ainda a questão ambiental, uma vez que o óleo inadequado pode gerar mais emissões”, alega o consultor técnico automotivo da Mobil Bruno Santos.
“Pode ser que não haja a lubrificação correta do motor inteiro porque o óleo não passa pelos orifícios por onde ele precisa penetrar. Isso pode ocasionar uma falta de lubrificação, desgaste das partes internas do motor e até o rompimento da correia dentada”, finaliza Dias, da Guia Norte.
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