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Por que nem sempre o mais votado ganha? Como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA

A corrida presidencial dos Estados Unidos vive dias decisivos e está na reta final – a data da eleição é 5 de novembro, nesta terça-feira. O sistema eleitoral norte-americano tem particularidades que chamam atenção. Lá, é possível um candidato ser eleito com menos votos do que o adversário. É como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA.

O Colégio Eleitoral é um componente primordial no contexto político nos Estados Unidos. Ele faz parte de um sistema em que o voto é facultativo e indireto, que é possível votar antes e até pelos Correios, outras características do país. Assim, entender como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA é fundamental compreender os detalhes da corrida presidencial que chega ao fim em 2024.

O voto nos Estados Unidos: sistema eleitoral conta com algumas particularidades | Foto: Istock/ND

Por que nem sempre o mais votado ganha? Como funciona o Colégio Eleitoral nas Eleições dos EUA 2024

O que é o Colégio Eleitoral?

O Colégio Eleitoral é fundamental no sistema político e eleitoral dos Estados Unidos. Lá, o voto é indireto e direcionado aos delegados, também chamados de eleitores. Eles têm a função de nomear o presidente e o vice-presidente.

Tradicional nos Estados Unidos, o Colégio Eleitoral foi criado com o objetivo de cada estado escolher os delegados, em vez do voto popular direto. Na elaboração da Constituição norte-americana, a medida levou em conta o tamanho do país e a dificuldade de organizar uma eleição naquela época, em 1787. Além disso, dava mais peso a estados menores.

O termo colégio é usado para se referir ao grupo. Ao todo, são 538 delegados. E como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA? Cada estado tem um número de delegados (a densidade populacional e a representação no Congresso definem o número de eleitores de cada estado). A Califórnia tem o maior número de eleitores: 55. Já Wyoming, Alasca, Dakota do Norte e Washington DC, estados com baixa densidade populacional, têm o mínimo: três delegados, cada um.

Como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA: o sistema eleitoral dos Estados Unidos

Como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA: Capitólio é o centro legislativo americano | Foto: Istock/ND

A regra “Winner takes all” (o vencedor leva tudo) prevalece na maioria dos estados e é decisiva na forma como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA. Ela significa que o candidato com maior votação naquele estado leva todos os delegados. Nos Estados Unidos, ganha a eleição presidencial quem conseguir mais delegados (pelo menos 270 votos do Colégio Eleitoral).

Os delegados são membros ativos dos partidos e pessoas engajadas politicamente. Eles votam de acordo com o desejo dos eleitores de cada estado, tanto nas Primárias, quanto na eleição presidencial.

Como funcionam os votos eleitorais e os delegados

A eleição norte-americana é um processo longo, que dura em média dois anos. As Primárias se configuram como um ponto fundamental do modelo político dos Estados Unidos. Os eleitores participam da dinâmica de escolha dos candidatos à presidência. A população vota e aponta quem preferem ver como candidato dos partidos na eleição presidencial. Após uma série de eleições estaduais, uma conferência nacional indica o candidato à presidência.

Os delegados já participam das Primárias. Como o voto é indireto, eles têm um papel fundamental em todo o processo político, a começar pelas prévias, como também são conhecidas as Primárias.

Após a “disputa interna” em cada partido, os candidatos são confirmados para a disputa presidencial. Neste ano, Kamala Harris, atual vice-presidente, é a representante do Partido Democrata, enquanto Donald Trump, ex-presidente, é o nome do Partido Republicano. Eles não são os únicos candidatos.

A configuração de como funciona o sistema de votos nos EUA, com voto facultativo e indireto, e como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA dá relevância aos delegados e votos eleitorais nos EUA. Eles não são, segundo a Constituição dos Estados Unidos, obrigados a votar de acordo com os desejos da população. Entretanto, por tradição, eles respeitam a vontade das urnas e indicam os vencedores da eleição de cada estado.

Eleitorado norte-americano vive momento decisivo: como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA | Foto: Istock/ND

A história norte-americana registra episódios em que delegados não votaram no candidato indicado. Em 2016, por exemplo, sete eleitores não cumpriram a tradição de votar no nome indicado pelo partido. Contudo, isso não afetou o resultado final, algo que nunca aconteceu.

Nos Estados Unidos, cada estado define as regras eleitorais. Assim, alguns estados têm leis que determinam que os delegados votem no candidato eleito pela população nas urnas.

Por que o Colégio Eleitoral pode eleger um candidato com menos votos populares?

A dinâmica de como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA explica por que o mais votado nem sempre ganha nos EUA. É o peso do Colégio Eleitoral.

A “conta” para ser presidente é conseguir, pelo menos, 270 votos do Colégio Eleitoral. Assim, o número de delegados de cada estado é fundamental, o que também explica por que o foco é maior nos estados-pêndulo, aqueles locais em que a vitória pode pender para cada lado.

Nos Estados Unidos, o dualismo partidário é tão enraizado que muitos estados têm uma inclinação partidária definida. A Califórnia, por exemplo, é um estado democrata, enquanto o Texas é republicano. Já os estados-pêndulo podem “trocar de lado”. Um estado historicamente democrata pode pender para o Republicano e vice-versa. Eles são decisivos em cada corrida eleitoral.

Todo esse contexto, com o sistema de voto indireto, permite que um presidente seja eleito mesmo não sendo o preferido das urnas, algo que aconteceu recentemente, por exemplo, e faz parte de como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA.

Casos famosos: Eleições Americanas em que o voto popular não foi decisivo

Em 2016, Donald Trump se elegeu presidente com menos votos nas urnas em relação à rival. Hillary Clinton, representante do Democrata naquela ocasião, teve quase três milhões a mais de votos populares do que Trump. Entretanto, não “levou”. Isso porque o republicano conseguiu 56,5% dos delegados do Colégio Eleitoral. Assim, foi nomeado presidente dos Estados Unidos.

Como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA: Trump conseguiu maioria dos delegados em 2016

Como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA: Trump venceu em 2016 | Foto: Instagram / Divulgação

Hillary venceu Trump em alguns estados mais populosos, como a Califórnia e Nova York. Entretanto, o triunfo do republicano em estados-chave, mesmo que por uma margem pequena de votos, prevaleceu na dinâmica de como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA.

A Flórida foi decisiva para a eleição de George W. Bush em 2000. Ele venceu no estado por cerca de 500 votos a mais do que Al Gore, algo que se configurou como essencial para o triunfo republicano.

Na votação geral, Al Gore teve cerca de 500 mil votos a mais em relação a Bush. Entretanto, ele conquistou 266 delegados, enquanto o rival republicano ficou com 271 eleitores do Colégio Eleitoral. Desta forma, George W. Bush foi nomeado presidente dos Estados Unidos.

O Colégio Eleitoral, assim, explica por que o presidente não é eleito pelo voto popular nos Estados Unidos. É a diferença entre voto popular e Colégio Eleitoral.

A influência dos estados-pêndulo no Colégio Eleitoral nas eleições americanas 2024

Os “swing states”, também conhecidos como estados-pêndulo, são decisivos na corrida presidencial e também na dinâmica de como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA.

Como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA: os estados-pêndulo de 2024

Como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA: estados-pêndulo têm papel decisivo | Foto: Istock/ND

Com o dualismo partidário e a preferência política consolidada de muitos estados, os estados-pêndulo se tornam a chave para a vitória e para a dinâmica de como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA. Por isso que as campanhas focam nesses estados.

Como a Califórnia é tradicionalmente democrata, o Partido Democrata normalmente fica com a vitória neste lado. O Partido Republicano, por sua vez, costumeiramente leva a melhor no Texas, historicamente republicano. Assim, o foco das campanhas é voltado para os lugares em aberto.

Por cada estado ter um determinado número de delegados, eles têm um peso na “conta” para chegar ao “número mágico” de eleitores do Colégio Eleitoral. Na projeção deste ano, os swing states somam 93 delegados em jogo.

Estados-pêndulo importantes nas Eleições de 2024

Nas eleições presidenciais nos EUA 2024, Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Arizona, Geórgia, Nevada e Carolina do Norte são os estados-pêndulo. O mapeamento para identificar os swing states leva em conta pesquisas de intenção de votos, tendências políticas, resultados de eleições anteriores, perfil dos candidatos e mudanças demográficas.

Entre os estados-pêndulos de 2024 e como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA, o Cinturão da Ferrugem se configura com um “bloco” importante no contexto eleitoral dos Estados Unidos. A área engloba estados do Centro-Oeste e Nordeste do país. Assim, tem Pensilvânia, Michigan, Minnesota, Ohio, Iowa, Indiana e Wisconsin.

O Cinturão da Ferrugem recebeu “atenção especial” nesta corrida presidencial e está em evidência no contexto de como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA. E não foi à toa que a região recebeu muitos comícios e eventos dos partidos, além de apoios importantes. Donald Trump, por sinal, escolheu J.D. Vance, senador de Ohio, para ser o vice-presidente da chapa republicana. Já a democrata Kamala Harris, por sua vez, tem Tim Walz, governador do Minnesota, como vice. São movimentos de olho nos estados-pêndulo e Colégio Eleitoral.

Principais críticas e debates em torno do Colégio Eleitoral

A importância do Colégio Eleitoral nos EUA não está imune a críticas no país. Uma delas é uma visão de que o sistema favorece o Partido Republicano. Isso também ganhou coro porque o partido se beneficiou nas eleições de 2000 e 2016.

Como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA: olhos do mundo voltados para o país

Como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA: dias decisivos na corrida presidencial |  Foto: Istock/ND

A dinâmica de como funciona o Colégio Eleitoral dos EUA também é questionada. Outra queixa é que uma vantagem significativa em um estado não tem impacto. É necessário apenas um voto a mais do que o rival para levar, na maioria dos estados, todos os delegados de cada estado. Assim, muitos apontam que votos são “desperdiçados”.

O número de delegados de cada estado também recebe críticas recorrentes. Neste sentido, o apontamento é que os votos de alguns eleitores têm peso maior do que outros. Além disso, questiona-se o número de eleitores de estados rurais e menores na dinâmica de como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA.

A importância dos estados-pêndulo em cada corrida presidencial também é uma crítica ao modo como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA. Assim, o sistema lida com questionamentos e coro por reformas.

Assim, existe um confronto em pauta: voto popular x Colégio Eleitoral, com a discussão acalorada a cada eleição presidencial.

Colégio Eleitoral e voto popular: propostas para reformar o sistema eleitoral americano

O consolidado Colégio Eleitoral norte-americano lida com propostas de reformas ou até correntes para eliminar esse grupo. Dados dos Arquivos Nacionais dos EUA mostram que, nos últimos 200 anos, cerca de 700 propostas foram apresentadas ao Congresso para mudar o sistema de como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA. Entretanto, até hoje, sem efeito. E uma mudança necessitaria de aprovação de emenda constitucional.

O sistema indireto de voto está em xeque para muitos norte-americanos. O instituto “Pew Research Center” divulgou uma pesquisa em setembro que apontou que 63% dos entrevistados indicaram preferência para que o vencedor do voto popular seja o eleito.

Organização apartidária, o “Common Cause” é um grupo que defende o voto popular nacional nos Estados Unidos. Assim, também questiona como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA.

O impacto do Colégio Eleitoral no resultado das Eleições dos EUA 2024

Como a expectativa para o resultado das urnas norte-americanas só aumenta – embora a votação antecipada já tenha começado há semanas -, entender como funciona o Colégio Eleitoral nas eleições dos EUA é mais um passo para compreender o sistema eleitoral americano explicado.

Kamala Harris e Donald Trump são os principais candidatos da disputa presidencial | Foto: JEFF KOWALSKY, Mandel NGAN/AFP/ND

O contexto da corrida presidencial de 2024 põe mais evidência no Colégio Eleitoral. Isso porque as previsões mostram equilíbrio entre Kamala e Trump, principais candidatos. Assim, um triunfo pode acontecer por margem pequena.

Não é à toa que as campanhas de Kamala e Trump focam nos estados-pêndulo e vivem dias decisivos na disputa. Levar a melhor em um local em aberto pode significar a vitória no Colégio Eleitoral e a nomeação como presidente.

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