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Superstição e indecisão: o pequeno condado dos EUA que acertou as últimas 7 eleições presidenciais


Com menos de 30 mil habitantes, Door virou um termômetro eleitoral nos EUA. Desde 1996, o condado acerta o candidato eleito à presidência. Donald Trump e Kamala Harris durante campanha presidencial para as eleições de 2024, nos EUA
Associated Press
Door, no Wisconsin, ganhou o apelido de “o condado mais indeciso” dos Estados Unidos. Historicamente, a região não tem uma preferência clara entre candidatos democratas e republicanos. Mas uma coisa é certa: quem venceu em Door nas últimas sete eleições foi eleito presidente.
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O condado tem cerca de 30 mil habitantes e fica em uma península entre o Lago Michigan e famosa baía de “Green Bay”. Em 2020, pouco mais de 20 mil eleitores votaram em Door. Mesmo diante de um número baixo comparado ao resto dos Estados Unidos, a região ganhou uma importância simbólica.
Door se tornou uma superstição norte-americana. Desde 1996, a região tem acertado todos os resultados da eleição presidencial. O condado também está em um estado-chave, que deve ajudar a definir quem será o próximo presidente: Kamala Harris ou Donald Trump.
Em 2020, Joe Biden venceu Donald Trump por uma diferença de menos de 300 votos.
Já em 2016, Trump se deu melhor no confronto contra Hillary Clinton. Foram apenas 500 votos de diferença no condado.
Barack Obama também foi o mais votado em Door. Em 2008, venceu John McCain por uma vantagem de 3 mil votos. Já em 2012, superou Mitt Romney por pouco mais de 700 votos.
Em 2000 e 2004, a vitória em Door foi do republicano George W. Bush. Ele derrotou Al Gore e John Kerry com uma vantagem de 1.200 e 600 votos, respectivamente.
Em 1996, o democrata Bill Clinton venceu o republicano Bob Dole por uma margem de 600 votos.
Nas eleições deste ano, democratas e republicanos que vivem no condado afirmam que os dois partidos registraram aumento no número de voluntários, segundo o jornal “The New York Times”.
“Nunca vi tanto entusiasmo”, disse a democrata Kris Sadur em entrevista ao jornal. “Tudo está mais intenso”, complementou a republicana Stephanie Soucek.
A imprensa norte-americana relata que existe um equilíbrio no número de propagandas eleitorais para os dois partidos. Em entrevista ao programa “60 Minutes”, da rede americana CBS, o republicano Joel Kitchens explica que essa harmonia se dá pela diversidade de Door.
“Somos uma parcela transversal do estado, temos muitas pessoas que vieram das cidades e dos subúrbios e se aposentaram. Temos uma comunidade agrícola forte. Temos uma indústria pesada e, como você pode ver, há muito dinheiro aqui. Mas também há muitas pessoas que estão lutando”, diz.
A população de Door, que é de grande maioria branca, tem mostrado interesse em dois temas nas eleições deste ano: combate à imigração ilegal e garantias para o direito ao aborto.
Uma das promessas de Trump é fazer a maior deportação em massa da história dos Estados Unidos, o que chama a atenção dos eleitores conservadores de Door. Já Kamala defende uma lei nacional para regulamentar o aborto, o que agrada o público liberal e progressista do condado.
Embora toda a superstição envolvendo o “condado mais indeciso” dos Estados Unidos, Kamala e Trump não visitaram Door durante a campanha presidencial.
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Vale lembrar que as eleições nos EUA são definidas no Colégio Eleitoral. Isso significa que cada estado tem um peso diferente, representado pelo número de “delegados”. Para ser eleito presidente é necessário ser o mais votado em diferentes estados e acumular, ao menos, 270 delegados.
Quem vencer no Wisconsin, onde fica o condado de Door, leva todos os 10 delegados do estado.
A média das pesquisas eleitorais no Wisconsin aponta que Kamala Harris está numericamente a frente de Donald Trump. No entanto, os dois estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro.
Já em relação ao condado de Door, as pesquisas podem indicar uma vantagem para Kamala Harris. Ao “60 Minutes”, Charles Franklin, diretor da pesquisa considerada como a melhor do Wisconsin, afirma que a democrata está quatro pontos à frente.
Entretanto, Franklin explica que erros nos levantamentos aconteceram em 2016 e 2020, quando as pesquisas nivelaram para baixo as intenções de voto de Trump.
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