Jéssica de Souza Machado fez procedimento em clínica estética de Nova Iguaçu. Família diz que pele necrosou: ‘O corpo dela já estava todo preto’. A polícia investiga uma denúncia de erro médico contra uma clínica de estética de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Depois de passar por uma lipoaspiração, a vítima está internada no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, há quase dois meses.
“Eu fui procurando realizar um sonho lá na clínica pra fazer essa lipo, pra ficar com o corpo do jeito que eu queria, e acabei muito mal, entre a vida e a morte”, diz a técnica de enfermagem Jéssica de Souza Machado.
Ela juntou todas as economias para fazer uma lipoaspiração na barriga e nas costas.
O procedimento foi feito pelo médico Jaime Javier Garcia Caro, na Clínica Iguaçu Plástica Day.
Mas, em vez de beleza, a cirurgia provocou graves lesões, que fizeram a família da Jéssica registrar queixa na delegacia. A polícia investiga se houve erro médico.
A cunhada dela conta como o sonho de Jéssica virou sofrimento.
“A Jéssica foi fazer a cirurgia no dia 8 de fevereiro. Deu entrada 10h da manhã, e 10h da noite saiu. Teve alta no mesmo dia. Foi embora pra casa. Dois dias depois o corpo dela já estava todo preto, escuro, muito escuro mesmo, preto”, diz a cunhada Thayane Freire.
A revisão médica aconteceu uma semana após a lipo.
“Ele falou que era normal, que a princípio ia se sentir como se um caminhão tivesse passado por cima dela, mas que ela ia ficar bem”, fala Thayane.
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Pele necrosou
Mas uma semana depois, a situação estava ainda pior.
“A pele já tinha necrosado, deu um buraco na barriga dela, aí ele retirou aquela parte, deu uns pontos nela de fora a fora. Mas a gente não sabia que a pele já estava toda necrosada, costas. Não tinha mais jeito. Aí voltou pra casa no mesmo dia”, relembra.
“No dia seguinte o ponto abriu, ela teve muita febre, muita dor, não se aguentava de dor. Aí o pai dela e a mãe dela ligaram para o médico e o médico falou para procurar um hospital de referência, esse daqui o Souza Aguiar.”
Jéssica está internada no Souza Aguiar há quase dois meses. Ela já passou por três cirurgias, precisou de transfusão de sangue e ainda não tem previsão de alta.
“Fez enxerto na barriga, fez enxerto na parte do lado, suturou as costas. O corpo dela está bem marcado. Ela sente muita dor, sente dor todo dia”, conta Thayane.
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro informou que abriu sindicância para apurar os fatos. E afirmou que o médico Jaime Javier Garcia Caro não tem registro de qualificação de especialidade.
O nome dele também não parece como cirurgião plástico certificado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Jéssica elogia a equipe do Souza Aguiar, onde está se recuperando. E diz que se não fosse por eles, poderia ter perdido a vida.
“Estou num processo muito grande, tentando restaurar meu físico, meu emocional, que estão abalados. Todos os dias, que eu faço o curativo aqui eu só choro. Fico muito deprimida, eu não levanto do leito. Dói demais, dói na alma.”
O que dizem os citados
A Secretaria Municipal de Saúde diz que o estado de saúde de Jéssica é estável.
O RJ2 não conseguiu contato com as defesas do médico Jaime Javier Garcia Caro e da Clínica Iguaçu Plástica Day.
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