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Número de medicamentos e vacinas descartados dispara e Prefeitura alega baixa procura da população

Disseminação de ‘fake news’ e variações na demanda causadas pela pandemia foram alguns dos motivos que levaram a esse aumento, alegou a secretaria de Saúde O número de remédios e vacinas descartados disparou na rede pública de Campinas (SP) em 2022. São fármacos disponibilizados à população nos centros de saúde dos bairros, mas que tiveram que ser descartados pelo município por conta do vencimento do prazo de validade.
O motivo, segundo a Prefeitura, está na baixa procura. No caso das vacinas, isso foi provocada pela disseminação de notícias falsas sobre a segurança dos imunizantes, que fez reduzir o número de pessoas que procura a vacinação. E com os remédios, a baixa procura se deu por questões relacionadas à pandemia. Entenda melhor abaixo.
Descarte de medicamentos
Foram 42.118 medicamentos descartados em 2022, número 653% que o de 2018, quando 5.587 unidades foram levadas para descarte. Os remédios que mais venceram no estoque da Prefeitura no ano passado foram a amoxicilina 250mg/5ml e a penicilina G.Proc+Pot 400.000 UI.
Os medicamentos descartados foram enviados ao município pelo Ministério da Saúde. Por isso, saiu dos cofres do governo federal o custo dos medicamentos que foram pro lixo nos últimos cinco anos na cidade. Esse valor, segundo a Prefeitura, é de R$ 197.467,01.
A Prefeitura explicou que a compra de medicamentos é feito com base no histórico de consumo dos itens. Mas em 2020, com a pandemia, por conta do fechamento de escolas e do isolamento social, o uso de medicamentos reduziu expressivamente e, com isso, mais unidades venceram. Esse itens que venceram em 2020 e o descarte foi feito agora em 2022.
“A compra foi feita no início de 2020, momento em que a gente não conseguia prever a duração da pandemia e as consequências da pandemia. Então, em condições normais da nossa rotina, do nosso histórico de consumo, todos esses itens seriam utilizados nesse mesmo ano”, explicou Amanda Portella, diretora administrativa da Secretaria de Saúde.
Mesmo com esse aumento, Portella afirmou que as perdas de medicamentos por vencimento em Campinas ainda é baixa, cerca de 0,15%. Número abaixo do aceitável, que, segundo ela, é de 2 a 5%.
“O município de Campinas já está baixo e nós queremos trabalhar para reduzir ainda mais esse índice de perdas. Estamos adotando várias ações, como qualificação dos servidores, melhorias do fluxo de traballho e padronização dos procedimentos”, defendeu a diretora.
‘Fake news’ no caminho da vacinação
No caso das vacinas, o aumento no número doses descartadas é ainda maior. Passou de 6.147 em 2018 para 69.395 em 2022. Um aumento de 1.028% em cinco anos. Os imunizantes mais descartados por vencimento da validade foram a vacina pediátrica da pfizer contra a covid-19 (12.490 unidades) e a vacina tríplice viral (10.080 unidades).
“Infelizmente vimos que, por uma série de contextos, como fake news e uma certa desacreditação na vacinação, nem todas as pessoas procuraram pela vacina e isso é um dos motivos que acarreta na perda infelizmente”, explicou Chaula Vizelli, coordenadora do Programa de Imunização de Campinas (SP).
Chaula ressaltou, no entanto, que a perda em Campinas (cerca de 1,23%) ainda é menor do que o aceitável pela comunidade científica (até 5%). E afirmou que a Prefeitura tem executado estratégias de busca ativa e de publicidade para reverter esse quadro de descrédito na vacinação.
“”Precisamos que a população busque por todas as vacinas porque o nosso maior objetivo é garantir a vacina disponível para o braço da população. Assegurando a segurança. Que essa vacina, quando for administrada, ela vai ser uma vacina segura para aquela pessoa”, disse a coordenadora
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