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Secretaria de Saúde confirma estoque crítico e falta de soro antirrábico em hospitais do interior do RN


Fornecidos pelo Ministério da Saúde, os imunobiológicos para prevenção da raiva humana enfrentam instabilidade de abastecimento, segundo o governo estadual. Falta de soro antirrábico preocupa no RN
Tássio Barros
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) emitiu um alerta à população e informou que falta soro antirrábico (SAR) e Imunoglobulina Antirrábica Humana (IGHAR) nos hospitais regionais de Mossoró e Pau dos Ferros, no Oeste potiguar.
Normalmente os imunobiológicos são usados para a prevenção da raiva humana, realizada em cinco unidades de referência no Rio Grande do Norte.
Segundo o governo, até o último dia 10, o estoque registrado na rede de frio estadual é de 10 ampolas de soro e 30 de imunoglobina. A quantidade é capaz de abastecer o RN no máximo por uma semana. O estoque ficará concentrado no Hospital Giselda Trigueiro, segundo a pasta.
A Sesap informou que fez um pedido emergencial ao Ministério da Saúde, mas não há previsão para liberação. Desde o fim de 2022, a Secretaria tem emitido documentos e realizado reuniões com as unidades de referência e profissionais de saúde, para alertar sobre a situação e estimular o uso racional do produto.
Os insumos são fornecidos pelo Ministério da Saúde, porém, segundo o governo do estado, há uma instabilidade de abastecimento desde 2014, por causa da necessidade de adequação dos laboratórios da Fundação Ezequiel Dias e Instituto Vital Brasil para cumprir as normas de boas práticas de fabricação exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Atualmente apenas a Fundação Butantan (FB) está fornecendo os imunobiológicos e sua capacidade produtiva máxima não atende a toda demanda do país. Agravando o quadro, em novembro de 2022, houve uma intercorrência na produção do soro na Fundação Butantan, resultando na interrupção do fornecimento.
Raiva
A raiva é uma doença grave e 100% letal, caso não seja prevenida. Segundo a Sesap, a doença é transmitida por mamíferos através da mordedura, arranhadura e até mesmo lambedura. Em geral, o soro antirrábico é utilizado em conjunto com a vacina quando uma pessoa é mordida ou ferida de forma grave por um animal suspeito.
Nesses casos o SAR ou a IGHAR deve ser infiltrado no local da lesão. Para os casos leves, apenas a observação do animal ou a aplicação da vacina é suficiente para prevenir a doença, segundo o estado.
Animais doentes
Desde o início do ano até 10 de abril, já foram diagnosticados pelo Lacen 14 animais positivos para raiva, sendo 10 morcegos, dois bovinos, um cavalo e um jumento. Em 2022 foram registrados um total de 64 animais positivos: 52 morcegos, sete raposas, um felino, três equinos e um bovino.
Segundo dados da Sesap, até 3 de abril, já foram registrados no RN 2.441 atendimentos antirrábicos. Em 2022 foram 11.246 agressões, das quais 94,4% foram decorrentes de cães e gatos e 2,2% relacionadas a animais silvestres, como morcegos, raposas e saguis.
Quanto ao uso do soro, as agressões por cães e gatos consumiram 85% da quantidade total de soro, enquanto os animais silvestres, 9%.
A Sesap alertou a população sobre as medidas preventivas, para evitar acidentes com animais potencialmente transmissores da raiva, especialmente animais silvestres, como morcegos, raposas e saguis, ou cães e gatos desconhecidos ou de rua:
Não tocar em animais silvestres, desconhecidos, estranhos, feridos ou doentes;
Não perturbar animais quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo;
Não separar animais que estejam brigando;
Não deixar o animal solto na rua e usar coleira/guia no cão ao sair;
Não entrar em grutas ou furnas e tocar em qualquer tipo de morcego (vivo ou morto);
Não criar animais silvestres ou tirá-los de seu “habitat” natural.
Manusear com cuidado animais de grande porte, como bovinos e equinos, evitando colocar a mão na boca ou tocar na saliva do animal.
Medidas de prevenção da doença:
Vacinar anualmente contra a raiva os animais domésticos (cães, gatos, bovinos, equinos, suínos, entre outros);
Procurar sempre o Serviço de Saúde no caso de agressão por animais;
Manter animal em observação se ele agredir alguém.
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