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General diz que sugeriu a Lula e presidente concordou em não efetuar prisões em acampamento golpista na noite de 8 de janeiro

Em depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (12), o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que chefiava o comando militar do Planalto, disse que sugeriu em 8 de janeiro, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não fossem feitas prisões no acampamento golpista naquela noite. O general disse que Lula concordou.
O militar disse que temia um cenário de guerra, com confronto e pessoas feridas.
No dia 8 de janeiro, bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos três poderes da República. Muitos deles estavam no acampamento golpista montado na frente do quartel-general do Exército.
Na manhã do dia seguinte, o acampamento foi desfeito e a polícia prendeu suspeitos de participarem dos atos golpistas.
Para investigadores, a decisão de deixar a operação para a manhã seguinte permitiu que alguns vândalos fugissem durante a noite.
Questionada, a Presidência da República afirmou que Lula está em viagem oficial para a China e não comentará o caso.
Depoimentos
A Polícia Federal ouviu ao longo desta quarta mais de 80 depoimentos de militares das Forças Armadas e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre os atos de 8 de janeiro.
Os depoimentos serão anexados ao inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga eventual participação de militares no ato.
Também foi ouvido o tenente-coronel Jorge Fernandes da Hora, que comandava o batalhão da guarda presidencial.
Ele aparece em vídeo, no dia 8 de janeiro, discutindo com oficiais da tropa de choque da pm que agiam para prender os invasores dentro do Planalto.
De acordo com autoridades que acompanham o caso, no depoimento, que durou seis horas, o tenente-coronel disse que não fez nada fora do normal, e que a situação já havia sido controlada pelo batalhão.
‘Ordens desconexas’
Outros militares afirmaram em depoimento nesta que durante a invasão ao Planalto, o GSI deu ordens desconexas. Primeiro, apenas para retirar os invasores. Só num segundo momento, de acordo com esses militares, a ordem foi para prender os vândalos.

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