Hoje, mudança requer lei complementar, que tem aprovação mais difícil. Ministro da Fazenda disse também que capitalização de estatais, como bancos públicos, estará dentro do limite de gastos; texto deve ser divulgado nesta terça. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (18) que futuros governos poderão mudar os parâmetros do arcabouço fiscal, ou seja, da nova regra para as contas públicas, por meio de lei ordinária – que é mais fácil de ser aprovada.
“Todo governo tem direito de fazer isso”, disse o ministro, confirmando que a próxima gestão, empossada em 2027, poderá fazer essa mudança de parâmetros de forma mais acessível.
A lei ordinária exige maioria simples para ser aprovada, ou seja, a maior parte dos parlamentares presentes no momento da votação.
Se houvesse a necessidade de mudança dos parâmetros por lei complementar, seria requerida a chamada “maioria absoluta”, ou seja, mais da metade dos deputados ou senadores da legislatura. Precisaria, portanto, de ao menos 41 dos 81 votos de senadores, por exemplo.
Mais cedo, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que os parâmetros para a gestão do presidente Lula estarão na lei complementar do arcabouço fiscal.
São eles:
Há uma banda de crescimento real da despesa primária (acima da inflação), que vai de 0,6% a 2,5% ao ano.
Se as contas estiverem dentro da meta, o crescimento de gastos terá um limite de 70% do crescimento das receitas primárias (ou seja, da arrecadação do governo com impostos e transferências).
Já caso o resultado primário fique abaixo da banda de tolerância da meta, o limite para os gastos cai para 50% do crescimento da receita.
“Esses parâmetros todos estão vindo por lei complementar e sempre foi assim. Há uma saída para 2026, que é outra que eu não posso adiantar agora mas está no texto”, declarou Tebet.
Entenda como funciona o arcabouço fiscal
Capitalização de estatais financeiras
O ministro Fernando Haddad declarou, também, que a capitalização de empresas estatais financeiras, ou seja, de bancos com o BNDES ou a Caixa Econômica Federal, serão feitos, se for o caso, dentro dos limites do novo teto de gastos – fixado no arcabouço fiscal.
“Para evitar especulação sobre capitalização de estatais financeiras, um rumor que estava causando ruído no mercado e resolvemos acabar com esse ruído, colocando na LDO uma regra explicita de que capitalização de instituição financeira, que nem está nos nossos planos, se vier a ocorrer um dia, ela entra dentro da regra”, declarou.
Arcabouço: futuros governos poderão mudar parâmetros por lei ordinária, diz Haddad
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