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‘É um psicopata cruel que tem que ser preso logo’, diz mãe de Jeff Machado sobre Bruno Rodrigues


Maria das Dores Machado falou sobre as prisões que começaram a acontecer nesta sexta-feira (2), no Rio. Às vésperas da missa de 7º dia do ator, ela contou ainda que seu coração só vai ter um pouco de alívio após a prisão do principal suspeito da morte de seu filho. Jeff Machado com a mãe, Maria das Dores
Reprodução
Um dia importante, mas incompleto. Essa é a sensação de Maria das Dores Machado, 73 anos, mãe do ator Jeff Machado, sobre a sexta-feira (2), dia em que o primeiro suspeito da morte de seu filho foi preso.
“Pegaram um, mas falta o Bruno. O Bruno que é bandido, psicopata cruel, que planejou tudo. Prender o Bruno é o mínimo”, disse aflita ao g1.
Ela lembrou que parte de sua aflição e indignação vem do plano ardiloso que armaram para ceifar a vida do filho, e mais recentemente pela tentativa de tentar manchar a memória do filho.
“Me machucou muito ver que fizeram uma coletiva de imprensa para falar mal do meu filho. Falar que ele tinha doença, que fazia isso ou aquilo. Jeff nem bebia, e até isso falaram dele. Não vou admitir que manchem a memória do meu filho”, disse.
Maria das Dores, mãe do ator Jeff Machado
Rafael Nascimento/ g1
Procurado pela Polícia Federal
Maria das Dores refere-se à coletiva de imprensa que os advogados de Bruno Rodrigues, principal suspeito do crime, realizaram na quinta-feira (1º).
Nela eles apresentaram algumas justificativas para o crime e reiteraram que Bruno e Jeander só ocultaram o corpo de Jeff.
Mas nesta sexta-feira (2), após a decretação da prisão temporária, Jeander Vinícius da Silva Braga, de 29 anos, foi o primeiro a ser preso.
Ele desmontou a versão contada em um primeiro depoimento à polícia, disse que não existe Marcelo nenhum – como a polícia já destacava -, e que foi Bruno Rodrigues que matou Jeff Machado com um fio de telefone, depois de dopá-lo.
Bruno de Souza Rodrigues, de 37 anos, já é considerado foragido pela polícia, e a delegada responsável pelo caso, Elen Souto, disse ter informado à Polícia Federal sobre a possibilidade dele ter saído do país.
Maria das Dores na casa do filho, com seus cães
Reprodução
“Meu filho era um pessoa boa, estava cuidando da vida dele, tentando trabalhar, cuidava dos cachorros dele, até conhecer esse monstro, esse psicopata cruel que tem que ser preso logo”, diz ela às vésperas da missa de sétimo dia do filho.
“Só isso para dar um pouco de alívio, e o carinho de amigos, que vão fazer missas para o Jeff no Rio de Janeiro também, vai ter no Leblon, em Jacarepaguá e em Barra de Guaratiba”, diz.
A prisão
No início da manhã da sexta-feira (2), Jeander Vinícius foi preso em Santíssimo, na Zona Oeste do Rio, e admitiu que o ator Jeff Machado foi morto por Bruno Rodrigues.
A delegada Ellen Souto disse que Jeander recebeu R$ 500 de Bruno, na semana passada, para sustentar em depoimento a versão da existência de Marcelo. Informou ainda que o suspeito é uma pessoa muito influenciável e manipulável, e que Bruno se aproveitou disso.
Veja imagens da prisão do primeiro suspeito do assassinato de Jeff Machado
Bruno Rodrigues (esq.) e Jeander Vinícius (dir.) foram indiciados pela morte do ator Jeff Machado (ao centro)
Reprodução
Bruno e Jeander tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça nesta quinta (1º), após pedido da polícia que foi avalizado pelo Ministério Público.
O corpo de Jeff foi encontrado em um baú enterrado a 2 metros de profundidade e coberto de concreto em uma casa na Zona Oeste do Rio no dia 24 de maio.
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Contradições em depoimentos anteriores
O pedido de prisão dos suspeitos levou em consideração diversas contradições dos indiciados nos depoimentos dados à polícia sobre o momento do crime.
Ambos afirmam que Jeff foi morto na própria casa, em Guaratiba, e atribuem a execução a um miliciano chamado Marcelo — que a polícia afirma ser um personagem inventado e uma estratégia dos suspeitos.
Ato sexual
Bruno: disse que filmou no segundo andar uma cena de sexo entre Jeff, Jeander e Marcelo e, ao término, desceu ao térreo.
Jeander: alegou que não participou do ato.
Descoberta da morte
Bruno: afirmou que não viu o crime. Relatou que Marcelo e Jeander desceram com Jeff já morto.
Jeander: também não presenciou o crime. Contou que viu Jeff morto ao sair do banho antes do ato.
Ocultação do cadáver
Bruno: relatou que o corpo de Jeff foi posto no baú do ator depois que Jeander e Marcelo desceram as escadas.
Jeander: disse ter sido obrigado por Marcelo a esvaziar um baú no quarto de Jeff e colocar o corpo dentro, descendo as escadas carregando a caixa com o suposto miliciano — e que Bruno viu esse momento.
Saída do local do crime
Bruno: afirmou que saiu do casebre enquanto Jeander ainda cavava.
Jeander: relatou que ele e Bruno foram embora juntos após concretarem o buraco.
A polícia já sabe que quem concretou o chão foi um pedreiro.
Jeander prestou um depoimento, e Bruno, três: um na 43ª DP (Sepetiba), em 5 de fevereiro, sobre o desaparecimento; um na DDPA como testemunha e amigo, no dia seguinte; e o terceiro é uma carta enviada pelos advogados.
Agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros buscam Bruno e Jeander em Paciência
Betinho Casas Novas/TV Globo
Uma das linhas da investigação diz que o ator teria sido enganado com a promessa de entrar em uma novela.
Bruno de Souza Rodrigues trabalhou na Globo até 2018, quando foi demitido pela empresa. Em nota, a Globo informou que forneceu à polícia os detalhes do desligamento.
A Delegacia de Descoberta de Paradeiros já tinha feito um cruzamento de informações que indicavam que Jeff Machado morreu no fim de janeiro. Essa é a data apontada pela mãe do ator, Maria das Dores Machado, para o fim da comunicação direta com ele e o início da troca de mensagens só por texto no WhatsApp.

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