Kássio Frederico Vieira de Paiva foi condenado apenas pelo porte da arma a um ano de detenção, em regime aberto, e 10 dias-multa, mas cabe recurso. Ele estava preso preventivamente pelas mortes dos jovens que estariam pescando no local em 2021. Geovani (camiseta azul) e Wellington foram mortos a tiros enquanto pescavam em uma propriedade rural em Paraguaçu Paulista
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O Tribunal do Júri de Paraguaçu Paulista (SP) absolveu, nesta quarta-feira (23), Kássio Frederico Vieira de Paiva da acusação de duplo homicídio qualificado, pela morte de dois jovens que pescavam em sua propriedade rural, no município, em agosto de 2021.
O réu, no entanto, foi condenado pelo porte ilegal de arma de fogo e lhe foi imposta uma pena de um ano de detenção, em regime aberto, e 10 dias-multa. Ele estava preso preventivamente pelos crimes. Cabem recursos às decisões.
Kássio foi detido após atirar em Wellington Keven Xavier de Oliveira, de 21 anos, e Geovani Henrique Souza Lima, de 20 anos. O primeiro foi atingido na cabeça e no tórax, enquanto o segundo foi atingido pelas costas e teve o corpo retirado por parentes de dentro do rio.
O autor dos tiros foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado por motivo fútil e por utilizar recurso que dificultou a defesa das vítimas, já que elas estavam desarmadas e continuaram sendo alvos mesmo quando estavam de costas, tentando fugir.
Já o motivo fútil, segundo a promotoria, se qualificaria porque o denunciado “matou as vítimas apenas porque elas estavam pescando dentro da propriedade rural de sua família e demonstraram insatisfação em ter que deixar a propriedade”. O Tribunal do Júri, no entanto, decidiu por absolver Kássio.
Crime aconteceu em uma propriedade rural em Paraguaçu Paulista
I7 Notícias/ Divulgação
Segundo consta no processo, “o denunciado, residente no local dos fatos, avistou as vítimas no interior da propriedade rural de sua família, contexto em que pegou seu revólver e se dirigiu até o local onde Geovani e Wellington se encontravam, ocasião em que determinou que saíssem da propriedade”.
“No entanto, as vítimas indicaram insatisfação com a solicitação do denunciado, instante em que este lhes mostrou o revólver na cintura. Em seguida, Kássio sacou a arma e efetuou ao menos cinco disparos em direção às vítimas, atingindo-as e, dessa forma, causando a morte de ambas”, diz a ação.
Segundo consta nos autos, em depoimento à Justiça o acusado alegou que “não abordou as vítimas com agressividade, pediu apenas para que se retirassem da propriedade porque eles estavam fumando e a pastagem estava seca”.
Segundo Kássio, conforme consta na ação, “as vítimas reagiram agressivamente e com xingamentos, momento em que optou por mostrar a arma para que eles parassem de avançar, foi quando Giovane lhe derrubou da moto e assim iniciou a luta corporal”.
Consta no processo, ainda, que o réu “depois que fez os disparos não se recorda mais [do que houve], [pórem] sabe que atirou no rumo deles, mas até então não sabia se os tiros haviam acertado ou não, e inclusive depois do disparo viu um dos rapazes correndo em direção ao rio”.
Em depoimento, como está no processo, o réu alegou que “atirou porque enquanto estava agachado tentando se levantar viu Wellington se mexendo e parecia estar vindo para cima com algum objeto”. O denunciado disse ainda estar “arrependido por não ter conseguido lidar com a situação na conversa”.
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