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Prefeitura de Presidente Prudente gasta R$ 2,7 milhões por ano em aluguel de caminhões de coleta de lixo


O que chama atenção, no entanto, é que, com esse valor, o poder público poderia comprar os mesmos caminhões, quitando a dívida em um ano e 10 meses. Prefeitura de Presidente Prudente (SP) gasta R$ 2,7 milhões por ano em aluguel de caminhões de coleta de lixo
Rodolfo Viana
A Prefeitura de Presidente Prudente (SP) alugou 10 novos caminhões para realizar a coleta de lixo na cidade, por meio de um contrato firmado em R$ 2,7 milhões anuais com a empresa vencedora do processo de licitação, aberto em 17 de abril deste ano.
O que chama atenção, no entanto, é que, com esse valor, o poder público poderia comprar os mesmos caminhões, quitando a dívida em um ano e 10 meses.
Conforme um levantamento realizado pela TV Fronteira, o modelo do veículo locado custa R$ 480.300 para a venda. Com a compra de 10 caminhões por esse valor, o município teria um gasto total de R$ 4,8 milhões, pouco mais de R$ 2 milhões a mais do que o desembolsado atualmente no contrato de locação.
Neste sentido, um caminhão locado corresponde a R$ 22.966, totalizando R$ 229.660 mensais. Já um veículo de mesmo modelo, se fosse adquirido pela Prefeitura, sairia por R$ 40 mil, um montante de R$ 400.250 mensais. Seriam R$ 17 mil a mais por caminhão no comparativo com a locação.
Para a população, o valor destinado à locação poderia ser revertido na compra dos bens, que ficariam para o município ao invés de serem devolvidos ao final do contrato.
“Eu acho que não é certo. Já que ele [poder público] vai pagar, por que ele não compra? Ele não vai pagar, todo mês, uma quantia? Ele compra o caminhão e paga a quantia que tem de pagar. E o veículo fica para o município, fica para nós”, observou a aposentada Nair Almeida de Oliveira.
Prefeitura de Presidente Prudente (SP) gasta R$ 2,7 milhões por ano em aluguel de caminhões de coleta de lixo
Já para o vendedor Antônio de Lima, há mais vantagens na compra do que no aluguel dos caminhões utilizados pela Companhia Prudentina de Desenvolvimento (Prudenco).
“Aluguel é dinheiro jogado fora e, no caso, esse contrato comprando caminhão vai ficar por longa data e por muito tempo até o caminhão ficar velho, desgastado, e a população não poder mais usufruir desse direito”, afirmou à TV Fronteira nesta terça-feira (23).
A dona de casa Maria Aparecida Fernandes Pedrosa ressaltou o direito da população em cobrar respostas.
“Eu acho que deveria ser feito. A Prefeitura comprar, né, e ficar para nós. Investir na cidade, investir para nós, porque nós pagamos os nossos impostos sempre direitinho, correto. Nós, aqui, pagamos total. Todo ano, pagamos total. Temos direito de cobrar”, concluiu.
Prefeitura de Presidente Prudente (SP) gasta R$ 2,7 milhões por ano em aluguel de caminhões de coleta de lixo
Rodolfo Viana
Posicionamento da Prudenco
Em entrevista à TV Fronteira nesta terça-feira (23), o presidente da Prudenco, Guilherme Rutka, informou que os novos caminhões têm capacidade para 15 metros cúbicos, ou seja, nove toneladas por veículo. Já os caminhões da frota atual, utilizados para a coleta de lixo na cidade, contam com sete metros cúbicos e quatro toneladas de capacidade.
“A gente consegue, com esses 10 novos caminhões, fazer o dobro de coleta de lixo na cidade, com economia de diesel, economia de desgaste do caminhão, então, a gente trabalhou toda a economicidade para fazer esse projeto”, ressaltou.
Segundo Rutka, a Prudenco “está sendo reestruturada para gerar caixa e sobrar margem para investimentos”, e, justamente “por não ter condições de fazer nenhum investimento, atualmente, a melhor opção foi a locação”.
“Hoje, cinco caminhões com nove anos, por incrível que pareça, dão uma manutenção maior do que os mais antigos. Hoje, o custo, por caminhão, é R$ 29 mil, na média, contra a locação, de R$ 23 mil. Então, a gente tem uma economia de R$ 7 mil por caminhão, R$ 70 mil ao mês de economia, e R$ 840 mil ao ano”, informou.
Prefeitura de Presidente Prudente (SP) gasta R$ 2,7 milhões por ano em aluguel de caminhões de coleta de lixo
Acervo Prudenco
Ainda de acordo com o presidente, novos estudos estão sendo feitos para verificar a economicidade dos caminhões e, quanto aos antigos, “a opção é fazer um leilão e, com a arrecadação, adquirir novos caminhões para compor a frota”.
“Nós temos um outro estudo, verificando se essa economia vai ser investida em novos caminhões. Como a Prudenco não tem caixa, não tem como manter R$ 29 mil por caminhão mais a locação. Serão parados 10 caminhões, não tem mais custo de manutenção, e os dez novos caminhões novos assumem, com um custo de manutenção zero”, concluiu.
Mudança de horário
Conforme Guilherme Rutka, a coleta de lixo com a nova frota de caminhões terá início nesta quinta-feira (25) e contará com três turnos.
“Hoje, nós temos dois turnos. De manhã e à tarde. Com os novos caminhões, nós vamos passar a ter três turnos de coleta. Sete caminhões de manhã, sete caminhões à tarde e sete caminhões à noite […] e não ter mais atraso na coleta, para o munícipe, a população, que paga seu IPTU, ter o lixo recolhido. O principal objetivo da Prudenco é a cidade limpa, a gente só quer fazer o básico, e essa foi a melhor alternativa ”, informou à TV Fronteira.
Posicionamento da Prefeitura
Segundo a Prefeitura de Presidente Prudente (SP), duas empresas demonstraram interesse no pregão aberto no dia 17 de abril deste ano. Após análise, foi verificado que uma das empresas apresentou inconsistências referentes ao local e à data da entrega e, por esse motivo, “sua proposta não foi aceita”.
Já a proposta da vencedora, estava de acordo com o edital e foi aceita sem observações. Por ser a única empresa, foi realizada a negociação com o valor de R$ 22,9 milhões por caminhão mensais.
No entanto, “após ser declarada vencedora e formulada assinatura contratual, a empresa deixou expirar o prazo de entrega dos caminhões, não cumprindo com o objeto do contrato, o que gerou a rescisão contratual”.
Ainda de acordo com o Poder Executivo, “diante da urgência, a companhia não tinha mais tempo hábil para a realização de um novo processo licitatório, devido à precariedade da frota atual”.
Considerando o poder de autotutela da Prudenco, a administração pública “reconheceu que a decisão não fora razoável pelo não aceite da proposta oferecida pela empresa”.
“Neste viés, pensando no interesse da coletividade e a urgência em adquirir os caminhões para desenvolver uma das atividades públicas mais sensíveis do município que, inclusive, é considerada essencial, determino a adjudicação dos serviços licitados no pregão 05/2023, em favor da empresa, para reclassificá-la e declará-la como a vencedora do certame, com o mesmo valor negociado com a empresa anterior”, concluiu.
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