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Pesquisadores monitoram passagem de raias em período de reprodução no litoral de SP


No período de acasalamento, as raias-chitas são vistas com maior frequência na Ilha Anchieta, em Ubatuba (SP). Partos de filhotes também acontecem nessa época. Pesquisadores monitoram passagem de raias em período de reprodução no litoral de SP
Thamíris Christina Karlovic de Abreu
Um projeto criado em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, monitora uma espécie ameaçada de extinção debaixo d’água: as raias-chitas.
Batizado de ‘Mergulhando na Conservação’, o projeto foi idealizado pela pesquisadora e doutora em Oceanografia, Thamíris Christina Karlovic de Abreu, e pelo mestre em Oceanografia, Lucas Citele Cândido.
“A ideia do projeto surgiu em meados de 2019, 2020. Eu estava no meio do meu doutorado e nasceu de um incômodo que eu tinha em perceber que a ciência era muito distante da sociedade, não chegava ao cidadão que não estava ali envolvido com a academia. Pensei: Eu preciso fazer com que a ciência que eu faço chegue ao cidadão”, disse Thamíris.
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Em entrevista ao g1, a pesquisadora contou que tanto ela quanto Lucas sentiam a necessidade de levar a ciência à população e ambos também tinham familiaridade com a Ilha Anchieta, em Ubatuba — local onde há a exploração.
“Eu já conhecia a Ilha Anchieta, sempre fui apaixonada por aquele lugar. O Lucas foi monitor, trabalhou na ilha durante muito tempo e eu sabia dessa conexão dele com a ilha, mas eu não sabia que ele também sentia esse incômodo. A gente precisava fazer algo que construísse uma ponte entre ciência e sociedade”, comentou.
O projeto recebeu financiamento da organização filantrópica “The Mohamed bin Zayed Species Conservation Fund”, que o mantém em atividade. Com o dinheiro do financiamento, os pesquisadores investiram em equipamentos e custeio de atividades, além da chegada de voluntários ao projeto ao longo dos anos.
Todos no projeto são voluntários, sendo que, boa parte deles já estão envolvidos de alguma forma com a vida marinha. No entanto, qualquer pessoa pode participar.
“Além do voluntariado, tem as ações de engajamento por meio das nossas mídias sociais, onde a gente acaba promovendo bastante conteúdo de educação ambiental e recebendo muito material por parte dos visitantes que vão ao parque ou as pessoas que ficaram sabendo do projeto e registraram alguma raia chita ou alguma outra espécie de raia ali nos arredores”, explicou Thamíris.
Parque Estadual da Ilha Anchieta
Divulgação/Green Haven
Raias-chitas
As raias-chitas são o principal objeto de pesquisa do projeto. No Litoral Norte de São Paulo, mais especificamente na região do Parque Estadual Ilha Anchieta, em Ubatuba, elas são vistas com mais frequências entre dezembro e março, que é considerado o período de acasalamento delas.
“É o período de acasalamento e de parto, onde elas têm os filhotes e depois elas estão aptas novamente para reproduzir. Então é natural que elas se aproximem de zonas costeiras, regiões mais protegidas, para terem seus filhotes e acasalarem”, disse.
Raias-chitas em Ubatuba, SP
Divulgação/Mergulhando na Conservação
Nesse período de reprodução, é mais comum observar as raias-chitas. No entanto, outras espécies de raias também são comumente vistas na região do Litoral Norte, como, por exemplo, as raias-viola, raia-prego, entre outras.
“A gente usa um método de amostragem com câmeras subaquáticas lá no entorno do Parque, no projeto, onde a gente usa uma isca acoplada e a gente deixa essa estrutura com a isca e a câmera por uma hora submersa”, explicou a cientista.
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As raias-chitas são consideradas bentopelágicas, ou seja, que nadam próximas ao fundo do oceano. Segundo Thamíris, a dieta delas é, na grande maioria, composta por organismos que vivem associados a esses fundos arenosos, como, por exemplo, crustáceos, moluscos e ouriços.
De acordo com a pesquisadora, as raias são importantes na conservação da biodiversidade, pois estão “no meio do caminho” da cadeia alimentar. Elas não são consideradas predadoras de topo, como as orcas e tubarões, por exemplo, e nem primários.
“Elas desempenham um papel de conexão entre esses níveis. Se a gente tem populações de raias que estão em declínio, que estão diminuindo, a gente vai começar a ter um desequilíbrio tanto para baixo quanto para cima nessas cadeias”, disse.
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