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Homem ameaça ex-mulher e Justiça manda prendê-lo em Roraima: ‘Vou cortar a tua cabeça’


João Batista de Melo, de 37 anos, está foragido. Ele foi denunciado por descumprir uma medida protetiva e ameaçar a ex-mulher, de 39 anos, de morte. Justiça decretou a prisão preventiva dele no dia 13 de setembro de 2024. Homem ameaça cortar cabeça de ex-mulher em Roraima; OUÇA
O autônomo João Batista de Melo, de 37 anos, é procurado pela Justiça por descumprir uma medida protetiva e ameaçar cortar a cabeça da ex-mulher, de 39 anos, em Boa Vista. Um áudio das ameaças, feitas por ligação, viralizou nas redes sociais e já acumulava mais de 69 mil visualizações até a tarde desta quinta-feira (23). Ouça acima.
No áudio, João Batista xinga a vítima e diz que vai queimá-la viva. Ele falou ainda para ela pedir proteção e ameaçou cortar a cabeça dela caso fosse denunciado. A ameaça ocorreu no dia 12 de setembro de 2024 e foi feita através do celular de um amigo do agressor. Desde então, a vítima relata que vive sob tensão.
“Tu botou lá que eu falsifiquei a assinatura sua vagabunda. Eu vou cortar tua cabeça, vou botar fogo em tu viva sua vagabunda, tu presta atenção sua rapariga. Tu tá brincando com a minha cara sua vagabunda, tá brincando com a minha cara caralho, tu tá pedindo para morrer vagabunda [sic]”, disse.
O g1 procurou a Polícia Civil para saber se buscas são realizadas, mas não obteve resposta até a última atualização dessa reportagem.
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A reportagem procurou João Batista para saber se há interesse em se manifestar sobre o assunto, e aguarda o retorno.
João Batista de Melo, de 37 anos, foragido da Justiça por ameaçar ex-mulher de morte, em Roraima.
Arquivo pessoal
Série de agressões e separação
A vítima, que é motorista de caminhão e não quis se identificar na reportagem, contou ao g1 que o casamento com o agressiorr durou cerca de dez anos e chegou ao fim em 2023, após uma série de agressões. Juntos eles tiveram dois filhos, mas um morreu.
“Tinha mais ou menos uns cinco anos [quando as agressões começaram]. Passou a ser mais frequente depois que descobri as traições. Me chamava muito de besta fera e de lixo”, contou a vítima em entrevista.
“Eu tenho medo. Eu não deixo nem meus filhos saírem de dentro de casa, nenhum. Quando a gente entra dentro do carro, abre o portão, sai todo mundo junto e volta todo mundo junto. Para a gente entrar em uma padaria é um cuidando enquanto o outro entra”, contou.
Mesmo após o término, a mulher continuou sendo ofendida pelo ex-marido, por meio de ligações e mensagens nas redes sociais. Com isso e por medo, ela pediu uma medida protetiva, concedida em abril de 2023 pela Justiça.
À época, o juiz proibiu o homem de aproximar da vítima, observado o limite mínimo de 200 metros, e de ir até a casa, trabalho e outros locais frequentados por ela. Além disso, foi determinado que ele não mantivesse contato com a mulher, sendo proibido de “enviar e/ou divulgar qualquer conteúdo ameaçador ou ofensivo à sua integridade moral e psicológica”, o que ele não cumpriu.
Com as ameaças, a medida protetiva foi violada e a prisão preventiva dele foi expedida pela Vara da Violência Doméstica de Boa Vista, no dia 13 de setembro. João Batista está foragido desde então, há mais de quatro meses.
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De acordo com o advogado da vítima, Bruno Caciano, as ameaças e ofensas se intensificaram depois que ela moveu uma ação contra o homem na Vara de Família de Boa Vista, durante o processo de separação.
No processo judicial, João apresentou o recibo de compra e venda de um dos imóveis do casal com a assinatura falsificada da mulher, de acordo com a defesa dela. Após pedido da defesa, a Justiça determinou que um perito oficial analisasse a assinatura do documento, que foi constatada como falsa.
“É a respeito dessa falsa assinatura que o agressor se refere no áudio em que ameaça a vítima, afirmando que ele estaria acusando-o indevidamente, quando ele de fato a falsificou, como demonstrado pelo laudo pericial”, explicou Bruno.
A vítima registrou um boletim de ocorrência por descumprimento de medida protetiva, ameaça e injúria no Plantão Central da Polícia Civil, no dia 13 de setembro de 2024, contra o homem. Ele, no entanto, continua solto.
De acordo com o advogado, o foragido tem se locomovido entre a capital e o interior do estado. “Alertamos inclusive a Polícia Militar e a Polícia Civil acerca de imóveis onde ele permaneceu enquanto foragido. Não houve realização de diligências para que o mandado fosse cumprido”, ressaltou Bruno.
Para a vítima, o “alívio” só virá quando o homem for preso. “Eu não tenho vida. Eu não consigo fazer nada tranquila”.
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