O advogado de defesa do caminhoneiro Arilton Bastos Alves, de 49 anos, envolvido em um acidente que causou a morte de 39 pessoas em Minas Gerais, contestou o exame toxicológico realizado em seu cliente.
Na terça-feira (21), a Justiça decretou a prisão do motorista após ser detectado o uso de álcool, ecstasy e cocaína. Mas o advogado do caminhoneiro, Raony Fonseca Scheffer Pereira, disse ao IG que “nenhum exame tem como atestar de maneira categórica que Alves bebeu ou usou drogas no momento do acidente “. E afirmou também que a defesa vai considerar possíveis falhas na coleta e análise que identificaram as drogas.
“A defesa não teve acesso aos exames toxicológicos que indicaram a suposta presença de substâncias psicoativas no organismo. Mas eles não comprovam que ele tenha feito uso de álcool, utilizado qualquer substância entorpecente durante a viagem e muito menos que estava sob o efeito de qualquer bebida”, disse Pereira.
Alta velocidade
Em uma coletiva de imprensa hoje (22), a Polícia Civil informou que o motorista também teria consumido alprazolam e venlafaxina, ansiolítico e antidepressivo, respectivamente. A mistura das drogas teria alterado os reflexos do motorista, que se chocou contra um ônibus que pegou fogo.
Excesso de velocidade
A decisão que embasou a prisão mostra que Alves estava em alta velocidade e chegou a trafegar a 132 quilômetros por hora antes da tragédia, mas segundo seu advogado isso não é verdade.
“As Polícias Civil e Rodoviária Federal não apresentaram qualquer documento comprobatório de que o motorista trafegava em excesso de velocidade. Ao que sabemos o limite da via era de 100 quilômetros por hora. Além do que o caminhão possui um dispositivo limitador de velocidade a 90 quilômetros por hora”, disse Pereira.
Fuga
A defesa também não concorda com a acusação de que o motorista teria fujido após o acidente e não prestado socorro às vítimas. Segundo Pererira, após o acidente o motorista entrou em pânico e buscou preservar sua segurança diante das circunstâncias do ocorrido. “Ele se apresentou às autoridades pouco tempo depois”, explicou o advogado.
Lembre do caso
O acidente aconteceu em 21 de dezembro de 2024 BR-116, quando um ônibus se chocou com uma carreta que carregava blocos de granizo e causou a morte de 39 pessoas. Entre as vítimas, há moradores de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Paraíba.