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Reforma da Passarela Joaquim Macedo, em Rio Branco, será concluída em 10 meses, diz Deracre


Passagem está interditada há seis meses por conta de erosões na região que avançam na média de 1 centímetro por dia em um dos principais pontos turísticos da capital. Atualmente, obra está em fase de reforço dos apoios da passarela. Obra está em fase de reforço dos apoios da passarela
Luy Andriel/Deracre
A obra na passarela Joaquim Macedo, no Centro de Rio Branco para recuperar e reforçar parte da estrutura, iniciada oficialmente em 20 de novembro do ano passado, será concluída em 10 meses. A informação foi confirmada pelo Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre).
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Ainda conforme o órgão, os trabalhos estão em fase de reforço dos apoios da passagem. O calçadão também está sendo monitorado por conta do processo de erosão que foi detectado no local, mas, segundo o Deracre, não traz riscos à estrutura até o momento.
“Estamos ajustando a passarela ao seu formato original, para garantir a segurança dos usuários”, disse a presidente do Deracre, Sula Ximenes.
À época do início da reforma, o órgão informou que as intervenções contariam com monitoramento do solo, instalação de estruturas de contenção, como cortinas atirantadas e estacas-prancha metálicas, reforço da passarela com estacas circulares, além de 18 estacas que serão cravadas em um pilar que está danificado. As obras terão custo de R$ 18 milhões e têm previsão de durar, ao todo, 11 meses.
“A intervenção, classificada como emergencial, atende ao disposto no Decreto nº 11.524, de 29 de julho de 2024, que declarou situação de emergência nos municípios de Rio Branco e Feijó, devido aos danos causados pela erosão fluvial”, informou o Deracre.
Passarela Joaquim Macêdo foi interditada por conta de danos no solo da região
Asscom/Deracre
A passagem foi interditada por tempo indeterminado no dia 28 de junho por conta de erosões na região que avançam na média de 1 centímetro por dia em um dos principais pontos turísticos da capital, que é o Calçadão do Mercado Velho.
A Defesa Civil já alertou para que comerciantes saiam do local por conta do risco de desmoronamento.
Situação dos comerciantes
Erosão avança no Mercado Velho e Defesa Cvil alerta para que comerciantes deixem a área
Ainda é incerta a situação dos locatários de imóveis no Mercado Velho, segundo a Defesa Civil de Rio Branco. A erosão em um dos principais pontos turísticos da capital Acreana avança em média 1 centímetro a cada dois dias causando a interdição da região e o alerta para que os comerciantes deixem o local.
“Foi conversado com os proprietários, foi feita uma documentação onde a maioria deles ou todos eles, concordam com a desapropriação e sendo indenizado para poder sair do local”, explicou o coordenador da Defesa Civil municipal, coronel Cláudio Falcão.
A situação dos comerciantes alugam espaços na região, contudo, ainda não tem solução. Apesar de a data ideal para a liberação da área já ter passado, não há uma exigência imediata para que os comerciantes deixem o espaço.
Calçadão do Novo Mercado Velho, em Rio Branco, cede 1 centímetro a cada dois dias, diz Defesa Civil
Reprodução/Rede Amazônica Acre
Comerciantes expressam preocupações sobre a situação. Priscila Rodrigues, cabeleireira há mais de dez anos no local, relata que mudar de endereço não é viável, especialmente com os altos custos de aluguel em outras áreas. Muitos dependem da clientela construída ao longo dos anos e se sentem desamparados, sem suporte durante essa transição.
“Pessoalmente, a gente não está preparado, não está estruturado para isso. Já estou aqui há mais de dez anos. Tem comerciante aqui que está há mais de 25 anos e de uma para outra ter que sair. Quer dizer, a nossa clientela pessoal a gente construiu aqui e de repente, ter que sair, às vezes sem ter recurso nem que para onde a gente vai. Eu procurei outro local aqui na frente e é o triplo do valor do que a gente paga aqui”, lamentou.
Os frequentadores da região também lamentam a situação. “Eu frequentava com a minha família sempre que dava a gente frequentava. Só que da última vez que vim, achei muito perigoso”, comentou Arlete Freitas.
A crise começou após a cheia histórica do Acre em março deste ano, que resultou em deslizamentos de terra e na interdição da passarela Joaquim Macedo.
Calçadão do Novo Mercado Velho apresenta rachaduras e erosões ocasionados por conta da cheia e seca do Rio Acre
Vitória Guimarães/Rede Amazônica
O coronel Falcão ressaltou que, no momento, não é viável iniciar obras de manutenção, e afirma que um planejamento cuidadoso será necessário para resolver a questão, levando em conta a preservação de prédios históricos na área.
“Não é o momento agora ideal para iniciar uma obra. É preciso que se espere um outro período do ano. Para poder fazer isso, é preciso, inclusive, projetos e avaliação de custos também, que tudo isso está sendo tratado através do destaque da Seinfra, do Estado para poder aplicar essas medidas”, salientou.
O Calçadão, que fica no Centro da capital, é um dos principais pontos turísticos de Rio Branco. No dia 12 de julho, parte do espaço, mais precisamente 270 metros, foi interditado por conta dos riscos para a população. Duas semanas antes, a Passarela Joaquim Macêdo, também na mesma região, foi interditada pelo mesmo motivo.
O doutor em Engenharia de Água e Meio Ambiente, Tarcísio Fernandes, apontou a cheia como uma das causadoras da erosão.
“A medida que a gente avança para esses cenários de mudança climática que tem potencializado as frequências desses eventos extremos, a perspectiva que temos não é tão boa em relação a esse espaço, se a gente tiver realmente uma alagação no próximo ano em um outro evento desse. A gente não sabe até quando essa estrutura aqui vai suportar tamanho e impacto seguidos”, alertou.
Calçadão do Novo Mercado Velho apresenta rachaduras e erosões ocasionados por conta da cheia e seca do Rio Acre
José Rodinei/Rede Amazônica
Erosões
O decreto de nº 11.524, referente às erosões, foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e considera a constatação em várias áreas situadas nas margens dos leitos dos dois mananciais nas últimas semanas.
Em Rio Branco, o documento aponta para o rompimento de calçadas, movimentação do Calçadão do Novo Mercado Velho e ‘potencial risco aos prédios históricos e construções vizinhas’, ocasionados pelas sucessivas reduções no nível do Rio Acre, que banha a capital acreana.
O decreto pontua estes dois tópicos e frisa para o que chama de fenômeno classificado e codificado como ‘desastre natural geológico’.
“Estas áreas sofrem com a alternância de períodos de cheias e secas e, com o avanço e retrocesso do nível d´água, material sedimentar, detritos e resíduos são carreados aos Rios, entupindo os drenos e canais de drenagem, contribuindo fortemente para a formação de espaços vazios que causam voçorocas e movimentações de massa, as quais vêm ocorrendo de forma progressiva e considerável”, destaca o documento.
Passarela Joaquim Macedo é interditada por tempo indeterminado em Rio Branco
Marcos Vicentti/Secom
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