Inicialmente, o empresário Francisco Valiente era investigado por suspeita de feminicídio. No entanto, o Ministério Público da Argentina desistiu da tese. Emmily Rodrigues moreu no dia 30 de março, após cair do sexto andar de um prédio
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A Justiça da Argentina analisa se o empresário Francisco Sáenz Valiente, suspeito de matar brasileira Emmily Rodrigues deve voltar para prisão, que caiu do sexto andar de um prédio, deve voltar para prisão. A informação foi confirmada ao g1 nesta terça-feira (23), por familiares da vítima.
EMMILY RODRIGUES: Saiba quem era a baiana que morreu após cair de sexto andar de prédio na Argentina
O caso completou 53 dias e o corpo da brasileira segue no país argentino, sem previsão de quando será recambiado para o Brasil, para ser sepultado em Salvador. Na segunda-feira (22), houve uma audiência do caso, como explica a madrasta de Emmily, Fernanda de Andrade.
“A audiência teve como tema central definir se Francisco continua em liberdade, ou se retorna para a cadeia. Só que o resultado não sai de imediatamente, os juízes têm cinco dias para analisar. Estiveram o Ministério Público, que chama ‘Fiscalía’, esteve o nosso advogado e a defesa do Francisco. Todas essas pessoas falam, argumentaram, deram suas teses, e agora os juízes vão definir”, disse ela.
Inicialmente, Francisco começou a ser investigado por suspeita de feminicídio. No entanto, a Fiscalía – ou Ministério Público da Argentina – desistiu desta tese.
“Eles agora estão com a nova tese, de que o Francisco era como uma figura de um garantidor e deixou a Emmily morrer. Ele [Fiscalía] alega que não tem prova de que ele [Francisco] jogou a Emmily, porém nós estamos com muitas provas, provas robustas, de que a Emmily não se jogou em vão. Ela não se jogou para se suicidar, ou algo desse tipo, ou surto psicótico que eles alegam”, ponderou Fernanda.
Prisão de Francisco
Empresário Francisco Sáenz Valiente, suspeito por feminicídio contra baiana na Argentina
Reprodução/Redes Sociais
O empresário foi preso em flagrante no dia 30 de março, mas acabou solto para responder em liberdade em 19 de abril, porque a Justiça argentina entendeu que não havia razões para mantê-lo custodiado.
A versão apontada pela defesa do suspeito é que a brasileira estava sob efeitos de alucinógenos e cometeu suicídio. Um exame toxicológico preliminar, feito no corpo de Emmily, apontou a presença de cocaína, maconha, quetamina e MDMA – substância conhecida como ecstasy.
Uma segunda brasileira, identificada como Juliana Mourão, também estava presente no momento em que a baiana caiu. Ela chegou a ser levada para a delegacia, mas não foi presa.
Histórico do caso
Na noite do dia 29 de março, a brasileira Juliana Magalhães Mourão, de 37 anos, levou Emmily a um jantar com Francisco e outros amigos em Buenos Aires;
Depois do jantar, Emmily, Juliana, Francisco e uma terceira mulher foram para o apartamento do empresário, em uma área nobre da cidade;
Em 30 de março, um morador do prédio ligou para a polícia informando a presença de um corpo nu no andar térreo;
O empresário dono do apartamento, Francisco Sáenz Valiente, e Juliana Mourão foram levados pela polícia;
Juliana foi solta momentos depois, mas segue sob investigação, Francisco Sáenz Valiente foi preso;
Em depoimento à polícia, Francisco Sáenz Valiente disse que a brasileira se jogou da janela;
No dia 3 abril, o advogado da família de Emmily informou que o caso é tratado como feminicídio na Argentina;
Em 4 de abril, Aristides Rodrigues, pai de Emmily, deu entrevista à TV Bahia. Ele contestou a versão de suicídio e disse que o empresário e Juliana apresentavam marcas de arranhões;
Em entrevista ao g1, amigas de Emmily afirmaram que há tentativa de difamação contra a brasileira no país. Elas também não acreditam na versão de suicídio ou surto psicótico, que foram apresentadas pelo empresário. Segundo elas, Emmily não usava drogas e bebia pouco;
No dia 6 de abril, um áudio que faz parte dos anexos da investigação foi divulgado pela família de Emmily. A baiana aparece gritando por socorro ao fundo de uma ligação feita por Francisco Sáenz ao serviço de emergência da cidade;
Em 16 de abril, o pai de Emmily desmentiu a informação de que a família teria recebido carta manuscrita do suspeito. O caso segue sendo investigado pela polícia.
Em 19 de abril, o suspeito foi solto após determinação judicial.
Em 21 de abril, as amigas da vítima protestaram na frente da embaixada brasileira em Buenos Aires.
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Justiça argentina analisa se suspeito de matar brasileira Emmily Rodrigues deve voltar para prisão
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