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Como está a última nota mil na redação do Enem em MT: ‘quase médica’


Na época da prova, a estudante fez um texto inspirado nos versos da música ‘Admirável Gado Novo’, do cantor Zé Ramalho. Gabriela Fonseca Arenhart foi a última candidata a tirar nota 1000 na redação do Enem em Mato Grosso
Arquivo pessoal
📚 A estudante Gabriela Fonseca Arenhart, de 27 anos, que foi a última aluna de Mato Grosso a alcançar nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), atualmente cursa medicina na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e deve se formar ainda este ano. Na época da prova, a estudante fez um texto inspirado nos versos da música ‘Admirável Gado Novo’, do cantor Zé Ramalho.
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Ao g1, Gabriela contou que é natural de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, mas se mudou para Cáceres, a 220 km da capital para cursar a medicina. A previsão é que ela se forme em julho deste ano e pretende seguir a carreira em Mato Grosso até passar na prova de residência.
Para obter a nota máxima, a jovem afirmou que se dedicou muito aos estudos. Ela fez cursinho em Cuiabá durante quatro anos e tinha uma rotina de mais de 12 horas diárias de estudo.
“Fiquei bem surpresa de ser a última nota mil, e feliz, porque isso me fez lembrar da época da nota, mas ficaria mais feliz ainda se soubesse que mais pessoas tivessem tirado essa nota, assim como eu”, disse.
Gabriela Arenhart no primeiro semestre da faculdade (à esquerda) e agora prestes a se formar (à direita)
Arquivo pessoal
Gabriela fez parte dos 55 candidatos do Enem no Brasil que conseguiram tirar nota máxima na redação, em 2018. Essa foi a última vez que um candidato mato-grossense conseguiu nota máxima na redação em toda a rede de ensino, com o tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”.
No cursinho preparatório, ela lembra que exercitava muito a produção e interpretação de texto. No dia da prova do Enem, Gabriela decidiu fazer a redação primeiro, leu o tema, escolheu bem os argumentos e decidiu passar a limpo depois. A estudante conta que demorou cerca de duas horas para fazer a redação.
“Sempre foi cansativo, porque o cursinho é cansativo, mas tive persistência, paciência, tive o apoio dos meus pais e do meu irmão. Eu fazia cursinho integral, chegava em casa e estudava mais um pouco”, disse.
Gabriela e os pais que a acompanharam na jornada de estudos
Arquivo pessoal
Seis anos após a nota, Gabriela diz que ficou surpresa com o levantamento e que, para ela, o nível de dificuldade da prova ao longo dos anos e a falta de oportunidades aos alunos podem ter limitado o desempenho dos alunos no Exame.
A estudante disse ainda que por mais que a nota mil seja o sonho de muitos estudantes, a boa nota nas provas objetivas também é ideal para ser aprovado no curso pretendido.
“Acho que a prova está ficando cada vez mais difícil! Consegui essa nota depois de 4 anos e meio de cursinho, não é algo fácil. Os temas exigem que o aluno tenha pensamento crítico, esteja a par dos assuntos atuais e os temas da redação estão cada vez mais rigorosos”, ressaltou.
✏️A nota final do Enem é calculada pela média das cinco provas: Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens, Matemática e Redação. A redação é avaliada com base nas 5 competências de 200 pontos cada uma delas, podendo, então, chegar a 1.000 pontos.
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📚IA, falta de leitura e incentivo
Neste ano, o país registrou apenas 12 candidatos nota mil na redação do Exame. Em Mato Grosso, nenhum conseguiu atingir a nota máxima, uma realidade que já dura seis anos em toda a rede de ensino e, na pública, isso se estende para 12 anos.
Segundo o sociólogo e economista Mauricio Munhoz, a redução de notas máximas reflete o desestímulo à leitura da população, além da constante presença de inteligência artificial (IA) para resolução de questões básicas e uso incorreto de redes sociais no dia a dia.
“Acredito que [essas notas] tem mais a ver com a ascensão da IA, das redes sociais e do desestímulo à leitura. As pessoas estão lendo cada vez menos e quem é um bom leitor, escreve bem”, explicou.
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