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Cirurgião plástico é condenado a pagar mais de R$ 78 mil após cometer erro médico e paciente perder a mama em Cuiabá


Bruna Maria de Amorim havia solicitado próteses menores, o médico, no entanto, implantou versões de 315 ml, maiores do que o recomendado para a estrutura corporal dela. Como consequência, ela desenvolveu uma infecção grave e perdeu a capacidade de amamentar no futuro. Antes e depois de como ficaram as mamas da vitima depois da cirurgia
Reprodução
Um cirurgião plástico especializado em contorno corporal foi condenado a pagar mais de R$ 78 mil a uma paciente após cometer erro médico e a vítima perder a mama durante uma cirurgia de mastopexia — procedimento para remodelar as mamas — com implante de silicone, em Cuiabá. A condenação saiu em agosto do ano passado, mas o caso segue na Justiça após a defesa do médico apresentar recurso para reverter a decisão.
O g1 tentou contato com a defesa do médico condenado, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Conforme a decisão assinada pelo juiz Gilberto Lopes Bussiki, por causa do erro médico, a vítima desenvolveu um quadro depressivo e, por isso, não consegue mais se relacionar com ninguém e nem realizar qualquer tipo de atividade que seja necessário expor o corpo.
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Ao g1, a empreendedora Bruna Maria de Amorim disse que decidiu fazer o procedimento para melhorar a autoestima, mas, ao invés de ajudar, a cirurgia resultou em sequelas físicas e psicológicas profundas.
“O valor é pouco comparado com tudo que eu passei de sofrimento. As marcas continuam até hoje, tanto que tive que fazer várias cirurgias. Não voltou mais ao que era, então é algo que tive que buscar tratamento psicológico, algo que eu nunca tinha feito. Até hoje isso é algo que ainda não sei lidar 100%. O que era para ser um sonho, se tornou um pesadelo”, contou.
De acordo com o advogado da vítima, Ceri Mário, a paciente ficou mais de quatro anos somente com prótese em um lado da mama e, também, foi impedida, por diversos outros profissionais, de realizar uma nova cirurgia pois ela correria risco de vida caso fosse submetida a um novo procedimento na mesma região.
O seio da paciente ficou deformado após uma cirurgia para a retirada da prótese de silicone
Reprodução
Bruna contou que tudo começou há seis anos, quando optou por realizar uma mastopexia com implantes de silicone. Apesar de ter solicitado próteses menores, o médico implantou versões de 315 ml, maiores do que o recomendado para a estrutura corporal dela. Como consequência, Bruna desenvolveu uma infecção grave e sofreu a perda parcial da auréola, comprometendo sua capacidade de amamentar no futuro.
“Tenho muita vontade de ter filhos gêmeos, então isso impactou bastante no meu psicológico, mas não só isso, como também em relacionamentos, que foi algo que eu não consegui mais fazer, me relacionar com alguém”, relatou.
Na época da cirurgia, Bruna informou que pagou cerca de R$ 30 mil ao cirurgião condenado pelo procedimento. No entanto, devido ao erro médico, ela precisou passar por várias outras cirurgias e consultas para reparar os danos causados nas mamas. Segundo Bruna, os custos adicionais já ultrapassam R$ 70 mil.
“Ele fez coisas que não autorizei a fazer, como o tamanho da prótese. Peguei essa infecção juntamente com a minha auréola, então foram vários erros sucessivos. Além de não ter tirado as duas próteses, só deixou uma. Tive que passar pelo constrangimento de ficar anos só com um lado de uma prótese. Tudo isso me desgastou muito”, contextualizou.
A cirurgia causou uma imperfeição grave na aréola do seio direito
Reprodução
Segundo o documento, a cirurgia causou uma imperfeição grave na aréola do seio direito, resultando em transtornos físicos e psicológicos. O laudo pericial constatou que a paciente apresentou infecção pós-operatória e descartou fatores intrínsecos prévios que justificassem o quadro.
“Periciada apresentou infecção de ferida operatória, quadro compatível, por definição, com infecção relacionada à assistência à saúde, definida como toda manifestação clínica de infecção que se apresenta a partir de 72 horas após a admissão”, diz trecho do laudo.
Na sentença, o juiz destacou que, em casos de cirurgia estética, “a obrigação do profissional é de resultado”.
Além das indenizações, o médico foi condenado a arcar com os custos de uma nova cirurgia reparatória. No ano passado, o médico pagou R$ 45 mil à vítima, para que ela realizasse o procedimento de reparação. Agora, a vítima aguarda o restante do valor a ser indenizado.
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