Depois de mais de um ano de guerra na Faixa de Gaza, que resultou em 48 mil mortes, Israel e o Hamas firmaram um acordo de cessar-fogo na quinta-feira (16). A negociação, mediada por Catar, Estados Unidos e Egito, foi formalizada em Doha e prevê uma troca de reféns por prisioneiros, além de medidas que visam a redução da presença militar israelense na região.
Na primeira etapa do acordo, com duração de 42 dias, Israel se compromete a libertar cerca de mil prisioneiros palestinos em troca de 33 reféns mantidos pelo Hamas desde outubro de 2023. A liberação dos cativos ocorrerá de forma escalonada, começando no domingo, quando três reféns devem ser devolvidos. Na última semana dessa fase, o número de libertados subirá para 14, somando um total de 98 reféns ainda retidos, entre vivos e mortos.
Outro ponto relevante do cessar-fogo é a previsão de que moradores do norte de Gaza possam retornar para suas casas após o 22º dia de trégua. As Forças de Defesa de Israel (FDI) deverão iniciar a desocupação gradativa da área, que foi uma das mais impactadas pela guerra. Paralelamente, a segunda etapa do plano de paz será discutida a partir do 16º dia de cessar-fogo.
O gabinete de Benjamin Netanyahu informou que a reunião para ratificar o acordo no governo israelense está prevista para sábado, o que pode atrasar a liberação inicial de reféns de domingo para segunda-feira. Apesar do cronograma ajustado, o premiê destacou que a prioridade é garantir a libertação de todos os reféns, vivos ou mortos, e afirmou que Israel continuará empenhado em cumprir os objetivos do conflito.
O pacto também prevê que os prisioneiros palestinos libertados sejam enviados para Gaza, Catar ou Turquia. As negociações para o acordo estavam em andamento desde agosto de 2024, enfrentando impasses, como acusações de Netanyahu ao Hamas por não aceitar todos os termos inicialmente propostos.
Enquanto o cessar-fogo traz um alívio temporário para uma região devastada por mais de um ano de guerra, o futuro das negociações entre Israel e Hamas ainda é incerto. Mesmo com o início da trégua, os desafios humanitários e políticos permanecem gigantescos, exigindo atenção e ação de líderes locais e internacionais.